ANA THAÍS MATOS
REPRODUÇÃO/INSTAGRAM E DIVULGAÇÃO/SANTOS FC
Ana Thaís Matos fez desabafo após nova condenação do atacante Robinho por estupro na Itália
Comentarista do Grupo Globo, Ana Thaís Matos fez um longo desabafo nesta quinta-feira (10) após o Tribunal de Apelo de Milão condenar o jogador Robinho a nove anos de prisão por estupro, confirmando a decisão tomada em primeiro grau, em 2017. Ela foi perseguida e atacada por torcedores há dois meses, quando se posicionou contra a contratação do atacante pelo Santos.
Na época, Ana e outros colegas do Grupo Globo, como Carlos Cereto e Rodrigo Capelo, receberam ameaças e ataques de torcedores santistas depois que o ge.com produziu uma reportagem em que deu detalhes sobre o caso de Robinho.
O jogador e cinco amigos foram acusados de estuprarem uma jovem de origem albanesa em uma boate em Milão, em 2013, quando ele atuava pelo Milan. A defesa dele já informou que vai recorrer à Suprema Corte de Cassação, a terceira e última instância da Justiça italiana, equivalente ao STF (Supremo Tribunal Federal) no Brasil.
Hoje, com a confirmação da pena do jogador a nove anos de prisão, a comentarista do SporTV publicou um longo desabafo no Twitter em que reforçou a luta contra os casos de abuso sexual contra as mulheres e disse que não foi impedida de falar, por exemplo, sobre as denúncia de assédio contra Marcius Melhem, ex-chefe do Humor na Globo, acusado por Dani Calabresa e outras atrizes da emissora.
"Eu, enquanto jornalista no esporte, falo sobre todo e qualquer caso que envolva a representatividade da mulher no âmbito esportivo e nos canais que presto meus serviços. Nas redes sociais eu falo se eu quiser de outros casos, como já falei do caso Marcius Mellhem", afirmou.
"Sobre o caso do ex-jogador do Santos - à época condenado em 1ª instância - eu falei sobre como não importa o que esses caras façam, a forma como o futebol enxerga a mulher é ao lado do entretenimento pra marmanjo. Uma condenação por estupro não era o suficiente pra [acabar com a] idolatria", desabafou.
"A luta não é contra o time A, time B, defender a emissora em que eu trabalho, defender macho escroto nenhum. A luta é pra acabar com a violência de todas as formas contra nós mulheres, e não precisamos reforçar todos os dias 'somos feministas, defendemos as mulheres, ele não'. Acordem!", completou a comunicadora.
Repórter do Grupo Globo, Amanda Kestelman lembrou que Ana Thaís teve seu número de celular vazado nas redes sociais na época da contratação de Robinho e foi obrigada a desativar sua conta no Whatsapp. Com isso, não pôde ser avisada do agravamento da doença de seu pai, que estava internado e acabou morrendo dias depois.
Outra jornalista que sofreu ataques e tentativas de intimidação nas redes sociais foi Marília Ruiz. Comentarista do Grupo Bandeirantes, ela disse que, por ter criticado a contratação do atacante pelo time paulista, foi "hackeada, ameaçada, assediada moralmente" e teve de abrir 62 boletins de ocorrência. "Melhorem. Apenas melhorem. Aqui o medo não vai me parar", reiterou.
Veja os tuítes de Ana Thaís e Marília Ruiz:
Quem cobra as feministas por posicionamentos sobre isso ou aquilo, não está preocupado com nada q envolve a violência. Sabemos! Falei e falo de novo, o caso que envolve Dani Calabresa e outras mulheres diz sobre silenciamento e tudo o q uma mulher enfrenta no mercado de trabalho.
— Ana Thaís (@anathaismatos) December 10, 2020Eu enquanto jornalista no ESPORTE falo sobre todo e qualquer caso q envolva a representatividade da mulher no ÂMBITO ESPORTIVO e NOS CANAIS QUE EU PRESTO MEUS SERVIÇOS. Nas redes sociais q são pessoais eu falo SE EU QUISER de outros casos, como já falei do caso Marcius Mellhen.
— Ana Thaís (@anathaismatos) December 10, 2020
Quem cobra posicionamento de tudo e não entende os processos, aproveita que os machistas de estimação de vocês estão tendo suas máscaras derrubadas (só hoje dois casos aí escancarados) e vão cobrar quem sustenta e coloca esses caras no ar. Combatam o arco, não a flecha!
— Ana Thaís (@anathaismatos) December 10, 2020Porque fui enfática crítica da contratação de um então condenado só em primeira instância por violência grupal coletiva (!), fui hackeada, ameaçada, assediada moralmente e abri 62 BOs. Melhorem. Apenas melhorem. Aqui o medo não vai me parar
— Marília Ruiz (@mariliaruiz) December 10, 2020
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