JOSÉ LUIZ VILLAMARIM
FOTOS: DIVULGAÇÃO/TV GLOBO
Cauã Reymond recebe orientação de José Luiz Villamarim durante gravação de Justiça (2016)
Aos 57 anos, José Luiz Villamarim assume na próxima terça (1º) o posto de escolher as novelas e séries que o público verá daqui para frente na Globo. O diretor é quase idolatrado pelos atores e vem tendo a liberdade de experimentar novas linguagens na TV desde que parou o Brasil para ver a minissérie Amores Roubados (2014). Ele está por trás da inovação que Amor de Mãe trouxe e tem gostado de explorar as entranhas do país há anos.
Isso não significa que as novelas de agora em diante serão todas do jeito dele. Villamarim é um especialista em fazer TV, estava na direção de Avenida Brasil (2012), o maior sucesso de crítica e repercussão do gênero nesta década.
Um de seus primeiros trabalhos na emissora foi justamente um folhetim: Cara & Coroa (1995). O cineasta trabalhou em novelas de autores consagrados, como Benedito Ruy Barbosa em O Rei do Gado (1996), e Manoel Carlos em Mulheres Apaixonadas (2003).
Ele é o sucessor de Silvio de Abreu, mas não é um escritor de histórias com o autor, então, vai ter criadores para isso em sua equipe. Uma reunião está sendo feita na Globo nesta sexta (27) para definir novas posições.
Importante todos estarem cientes de que a Globo não vai colocar no ar somente "novelas cabeçudas", como é considerada a trama escrita por Manuela Dias, Amor de Mãe --sucesso de crítica, mas que não atingiu o público nem os patamares de audiência de sua antecessora, A Dona do Pedaço (2019), de Walcyr Carrasco.
Villamarim com Regina Casé em Amor de Mãe
Novela é um produto comercial. A Globo é uma empresa de negócios, e Villamarim, há 25 anos na casa, sabe bem disso. Mas é claro que o DNA da inovação que o levou a ser escolhido para virar chefão também tem peso nessa balança.
O telespectador pode esperar mais projetos ousados, mais séries e minisséries com atores desconhecidos e gravados em regiões que antes nunca ouviram falar. Têm sido assim os últimos trabalhos de Villamarim, o que inclui sua experiência no cinema em Redemoinho (2016), quando estreou com drama de gente humilde.
Nos bastidores, ele é queridinho não só da Regina Casé e do Alexandre Nero, já que ambos declararam ao Notícias da TV que aceitaram seus papéis principalmente pela oportunidade de serem dirigidos por Villamarim --ela em Amor e Mãe, e ele em Onde Nascem os Fortes (2018).
Muitos atores que só faziam coadjuvantes ou elenco de apoio caíram nas graças do "Zé", como os nordestinos Irandhir Santos e Clarissa Pinheiro. O diretor é o cara que toma cerveja com sua equipe, que abraçava todo mundo antes da pandemia, que faz aquele velho clichê de que "somos uma família" ficar evidente no set.
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