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DIRETOR DE DRAMATURGIA

Após 42 anos, Silvio de Abreu deixa a Globo em nova reformulação de chefia

João Cotta/TV Globo

Silvio de Abreu com camisa rosa posa para foto

Silvio de Abreu estava na Globo desde 1978; ele assumiu chefia de Dramaturgia há seis anos

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 27/11/2020 - 14h35
Atualizado em 27/11/2020 - 15h50

Diretor de Dramaturgia da Globo, na qual atuava como autor desde 1978, Silvio de Abreu está de saída da emissora. Ele é mais uma baixa na reformulação da alta cúpula --na semana passada, foi anunciada a substituição de Carlos Henrique Schroder por Ricardo Waddington na direção de Entretenimento.

A mudança também atinge Monica Albuquerque, chefe do DAA (Desenvolvimento de Acompanhamento Artístico). A saída dos dois executivos foi confirmada ao Notícias da TV. Monica estava no cargo desde julho de 2013 e era contratada da Globo desde 1999. O departamento chefiado pela executiva vai acabar.

A chefia de dramaturgia atualmente ocupada por Silvio de Abreu passará para José Luiz Villmarim, o que indica novos rumos para o departamento: antes lideradas por um escritor, agora as novelas e séries terão à frente um diretor.

Villamarim é o homem por trás das câmeras de Amor de Mãe, novela das nove interrompida pela pandemia e que volta à grade com capítulos inéditos em março do ano que vem. Ele também tem no currículo obras elogiadas como O Canto da Sereia (2013), Amores Roubados (2014), Justiça (2016) e Onde Nascem os Fortes (2018), e dividiu a direção geral do fenômeno Avenida Brasil (2012) com Amora Mautner.

Ator, autor e chefão de novelas

Silvio de Abreu estreou na Globo não como novelista, mas como ator. Ele fez a novela A Próxima Atração (1970), na pele de Damasceno. Só passou a escrever roteiros em 1977, na Tupi, com uma adaptação do clássico romance Éramos Seis. No ano seguinte, voltou para a Globo já com a função de autor e assinou Pecado Resgado.

Foi responsável por sucessos como Guerra dos Sexos (1983), Sassaricando (1987), Rainha da Sucata (1990), A Próxima Vítima (1995) e Passione (2010). Em 2014, foi promovido a diretor de Dramaturgia Diária, ficando responsável por aprovar (ou rejeitar) todas as novelas que seriam produzidas pela Globo.

Em seu "regime", Silvio lançou novos autores de novelas, como Angela Chaves, Alessandra Poggi, Paulo Halm, Rosane Svartman, Manuela Dias, Maria Helena Nascimento, Claudia Souto, Alessandro Marzon, Thereza Falcão e Bruno Luperi (neto do veterano Benedito Ruy Barbosa).

Em 2018, Silvio também assumiu a chefia da Dramaturgia Semanal da Globo, responsável pelas séries da emissora --antes, o posto era de Guel Arraes, que pediu para deixar o cargo para exercitar seu lado criativo. E, em março deste ano, Abreu acumulou ainda a chefia do Humor, após o afastamento de Marcius Melhem, que acabou demitido.

"Silvio de Abreu e Monica Albuquerque foram dois pilares no processo de reformulação do Entretenimento. Desde o convite para assumir a dramaturgia em 2014, Silvio foi sempre generoso. Entendeu a necessidade de um novo processo com os autores e trabalhou duramente em cada sinopse, em cada capítulo, em cada texto. Discutiu com cada autor o melhor rumo para aquela obra e, no ar, vimos coisas lindas, o tempo todo", destacou Schroder, aidnda diretor de Criação e Produção de Conteúdo da Globo, em nota.

"Silvio foi um gigante. Percebeu a necessidade de ampliar o grupo de autores, e revelou duas dezenas de novos profissionais em séries e novelas. O obrigado ao Silvio é gigante, do tamanho do seu talento. A Monica foi uma extraordinária liderança nesses anos todos. Percebi aquela jovem inquieta lá na Comunicação da Globo e achei que tinha um caminho novo, para ajudar a planejar, a criar e a construir uma área dedicada ao talento. O resultado foi maiúsculo, com uma organização ímpar."

"Foram novos atores, novos diretores, novos autores descobertos a partir deste olhar atento. E trouxe ainda mais qualidade para a empresa. Meu agradecimento a Monica também é imenso, do tamanho da sua sensibilidade. Os dois deixam um legado de obras estruturados por anos e anos", encerrou o atual executivo da emissora.

Confira o comunicado da Globo sobre as mudanças na estrutura:

O novo diretor de Entretenimento da Globo, Ricardo Waddington, divulgou hoje a estrutura com a qual vai contar a partir de 1º de dezembro. O desenho consolida o papel das diretorias de Gênero e reforça o protagonismo da gestão da Criação e do Elenco.

Os Gêneros passarão a ser responsáveis por toda a cadeia de valor do conteúdo - da conceituação artística ao desenvolvimento, produção e entrega dos projetos para exibição nas diversas plataformas. Criação de Conteúdo e Talentos Artísticos vão dispor de estruturas de gestão dedicadas. Fazem parte do novo desenho do Entretenimento também as áreas de Gestão da Produção Artística, Execução da Produção e Inteligência e Gestão de Performance.

Nos Gêneros, ao lado de Boninho e de Mariano Boni, que respondem pelas diretorias de Variedades, estará José Luiz Villamarim, que vai liderar a Dramaturgia. Na Globo desde 1993 e atual diretor de Amor de Mãe, Villamarim dirigiu sucessos como Onde Nascem os Fortes, Amores Roubados, Justiça e Avenida Brasil, entre outros. Diretores artísticos e produtores passarão a responder aos Gêneros, que também terão papel importante na identificação e viabilização artística de oportunidades comerciais. À diretoria de Dramaturgia se reportará também a Globo Filmes.

Na Globo desde 1978 e à frente da Dramaturgia desde 2014, Silvio de Abreu, cuja trajetória se confunde com a da história da televisão brasileira, informou a Globo que pretende deixar a empresa em março, ao final de seu contrato. Até lá, apoiará a transição.

Antes integradas na diretoria de Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico (DAA), que deixa de existir, as áreas de Criação de Conteúdo e de Gestão de Talentos Artísticos vão atuar separadas. A Criação de Conteúdo ficará a cargo de Edna Palatnik e atuará como um centro de inteligência para fomentar a criação de conteúdo para todas as plataformas. Com a criação dessa área, autores e roteiristas passarão a contar com uma liderança dedicada. Para garantir foco exclusivo na gestão e desenvolvimento do elenco, estará a área de Gestão de Talentos Artísticos, que vai ser conduzida por Adelia Croce.

Diretora da DAA desde 2013, Monica Albuquerque, que entrou na Globo em 2000 como diretora de Relações Externas da Comunicação e que, em 2019, foi a primeira brasileira apontada entre as 50 mulheres mais influentes e de maior impacto da indústria do entretenimento no mundo, segundo o International Women’s Impact Report da revista americana Variety , apoiará a transição até o fim do ano, quando deixará a empresa.

"Silvio de Abreu e Monica Albuquerque foram dois pilares no processo de reformulação do Entretenimento. Desde o convite para assumir a dramaturgia em 2014, Silvio foi sempre generoso. Entendeu a necessidade de um novo processo com os autores e trabalhou duramente em cada sinopse, em cada capítulo, em cada texto. Discutiu com cada autor o melhor rumo para aquela obra e, no ar, vimos coisas lindas, o tempo todo. Sílvio foi um gigante. Percebeu a necessidade de ampliar o grupo de autores, e revelou duas dezenas de novos profissionais em séries e novelas. O obrigado ao Sílvio é gigante, do tamanho do seu talento. A Monica foi uma extraordinária liderança nesses anos todos. Percebi aquela jovem inquieta lá na Comunicação da Globo e achei que tinha um caminho novo, para ajudar a planejar, a criar e a construir uma área dedicada ao talento. O resultado foi maiúsculo, com uma organização ímpar. Foram novos atores, novos diretores, novos autores descobertos a partir deste olhar atento. E trouxe ainda mais qualidade para a empresa. Meu agradecimento a Monica também é imenso, do tamanho da sua sensibilidade. Os dois deixam um legado de obras estruturados por anos e anos", destacou Carlos Henrique Schroder, diretor de Criação e Produção de Conteúdo da Globo.

Como parte de uma estrutura horizontal e colaborativa, atuarão lado a lado também outras três áreas. Na Gestão da Produção Artística, Bernardo Portugal comandará as equipes de caracterização, figurino, cenografia, arte, produção musical, iluminação, captação de imagem e finalização. Gleiber Morato responderá pela Execução de Produção, liderando o planejamento técnico da produção e da execução, manutenção, acervo e montagem e desmontagem de cenários, cidades cenográficas e figurinos. E Fabiana Moreno, à frente de Inteligência e Gestão de Performance, será responsável por garantir uma visão integrada e estratégica do planejamento e da performance, através de análises e insights.

"O novo desenho reforça a liderança do gênero em toda a cadeia produtiva e no atendimento às estratégias dos produtos, aparta criação de conteúdo da gestão de talentos, duas áreas essenciais agora tratadas por suas competências específicas, liberta os modelos de produção de gatilhos que diretamente ou indiretamente travam ou retardam as mudanças esperadas com uma gestão desierarquizada e colaborativa. Enfim, uma estrutura disruptiva com olhar de futuro, que mira na entrega de conteúdo de qualidade com eficiência em custo", apontou Ricardo Waddington.


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