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JOSÉ LUIZ VILLAMARIM

Diretor de Justiça estreia no cinema com drama de gente humilde

WALTER CARVALHO/DIVULGAÇÃO

O diretor José Luiz Villamarim durante as filmagens de Redemoinho, em Minas Gerais - WALTER CARVALHO/DIVULGAÇÃO

O diretor José Luiz Villamarim durante as filmagens de Redemoinho, em Minas Gerais

MÁRCIA PEREIRA

Publicado em 8/2/2017 - 5h01

José Luiz Villamarim, diretor elogiado pelo trabalho nas minisséries Justiça (2016) e Amores Roubados (2014), realiza um sonho antigo ao estrear no cinema com o filme Redemoinho. A produção, um drama denso sobre gente humilde, entra em cartaz nesta quinta-feira (9). Cássia Kis, Dira Paes, Irandhir Santos e Júlio Andrade encabeçam o longa-metragem, que tem cenas de estupro, submissão e um segredo do passado envolvendo uma morte.

Aos 53 anos, Villamarim afirma que desde o início de sua carreira desejava fazer cinema, tanto que esse filme começou a ser projetado em 2003. "A TV foi tomando conta da minha vida e estou muito satisfeito com o conteúdo que produzo, mas quero fazer mais e mais cinema. É uma outra pegada, é um outro mundo, que também me encanta", diz.

Após o lançamento do filme, ele passará a se dedicar a uma novela das 23h da Globo, que só vai estrear em abril do ano que vem: Onde Nascem os Fortes. Por enquanto, o trabalho vai ser o de escalação do elenco e definição de locações na Paraíba e no Piauí.

divulgação

Dira Paes interpreta Toninha, mulher que é estuprada dentro de sua casa por um vizinho

Sem regras
Com uma linguagem diferenciada e fotografia aprimorada em seus projetos, como se viu na minissérie Justiça, Villamarim defende que um diretor tem de se arriscar, independentemente do veículo em que atua.

"Enquanto artista você tem de experimentar. Não tem regras, tem de fazer coisas que você acredita, em que se entrega. O risco é necessário", comenta.

Dira Paes faz uma das cenas mais dramáticas de Redemoinho: um estupro. Para ela, a sequência revela muito da vida pregressa da personagem. "Ali, um banho resolve sua vida e ela decide começar de novo", diz. A personagem, Toninha, era prostituta antes de virar uma mulher casada e do lar.

A violência acontece justamente na noite de Natal, quando Toninha está esperando o marido, Luzimar (Irandhir Santos), para a ceia. Ele demora, e um vizinho, amigo de infância dele, com problemas mentais e alcoólatra, invade a casa e a força a fazer sexo no chão. O filme vai da brutalidade ao choro contido dessa mulher.

walter carvalho/divulgação

Júlio Andrade (Gildo) e Irandhir Santos (Luzimar) resgatam drama do passado no filme

Sentimentos escondidos
Redemoinho mostra o reencontro dos amigos de infância Luzimar e Gildo (Julio Andrade). Eles cresceram juntos em Cataguases, no interior de Minas Gerais, mas ficaram muitos anos afastados. Luzimar trabalha em uma fábrica de tecelagem e nunca saiu de sua cidade. Gildo mora em São Paulo e acredita ter se tornado um homem mais bem-sucedido que o amigo.

Na véspera do Natal, Gildo chega a Cataguases para ajudar a mãe, dona Marta (Cássia Kis), a vender a casa da família. Já Luzimar, casado e apaixonado por Toninha, muda seus planos com a volta do amigo e promove um acerto de contas.

No decorrer do filme, o espectador entenderá que o estranhamento inicial dos dois personagens é por causa da morte mal explicada de um amigo deles na infância. Um segredo guardado por décadas e que os atormenta.

Todos são personagens de origens simples, trabalhadores, e a maioria pertence a uma cidade que parece ter parado no tempo. As duas mulheres da trama são oprimidas, submissas, em muitos momentos servem aos homens sem questionar.  

WALTER CARVALHO/DIVULGAÇÃO

A atriz Cássia Kis interpreta a dona de casa dona Marta: uma mulher humilde e submissa

"Ainda bem que eu não fiz o filme há 13 anos, quando esse sonho começou, porque agora acho que fiz o filme que eu queria fazer. Não tinha maturidade para esses personagens que parecem oprimidos, mas têm uma força ancestral. Eles têm dúvidas existenciais", resume o diretor.

Villamarim fez um trabalho de imersão com os atores. Construiu primeiro o DNA dos personagens. "Não trabalho o texto antes para não gastar. Gosto de trabalhar com o set vivo, resgatando essa memória afetiva que foi construída", conta.

Outro ingrediente bem marcante no primeiro filme de Villamarim é a ausência de trilha sonora. "Sou um cara que trabalha com música, sem música não faço nada, trabalhamos com uma música no set que não entrou no longa. Mas eu usei os sons da cidade _o barulho da tecelagem e do trem que passa na casa das pessoas a cada quatro horas. É um som ao redor, um som da cidade."


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