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PRESSIONADO

Na mira do MPF, Sikêra e RedeTV! viram alvo de novo processo de R$ 5 milhões

REPRODUÇÃO/REDETV!

Na área externa da TV A Crítica, Sikêra Jr. segura microfone enquanto comanda o Alerta Nacional

Sikêra Jr. no comando do Alerta Nacional; apresentador e RedeTV! viraram alvos de processos judiciais

VINÍCIUS ANDRADE, LI LACERDA e GABRIEL VAQUER

vinicius@noticiasdatv.com

Publicado em 30/6/2021 - 13h19

A Aliança Nacional LGBTQI+ entrou com uma ação civil pública de R$ 5 milhões contra Sikêra Jr, RedeTV! e TV A Crítica. O processo, movido por causa dos xingamentos do jornalista contra homossexuais no Alerta Nacional, foi distribuído à 8ª Vara Cível de São Paulo na terça-feira (29) e será analisado pelo juiz Henrique Dada Paiva. O apresentador e as emissoras também são alvo de uma ação de R$ 10 milhões do Ministério Público Federal.

O Notícias da TV apurou que o pedido da Aliança Nacional LGBTQI+ foi protocolado em São Paulo como uma tentativa de conseguir uma punição mais rápida.

Além da indenização de R$ 5 milhões por dano moral, a organização que atua em defesa da diversidade exigiu tutela de urgência em um requerimento para que Sikêra faça uma retratação com o mesmo tempo usado para os xingamentos. Essa solicitação será analisada pela Justiça nos próximos dias.

No sábado (26), um dia depois das declarações do apresentador contra homossexuais, Eliseu Neto, coordenador de "advocacy" da Aliança LGBTI, já havia afirmado que o processo seria protocolado.

"Nós, da aliança LGBTI, estamos entrando em contato com todos os patrocinadores desse programa. Um canal público não pode servir de palco para difamação e pânico moral. Esse senhor é recorrente em suas mentiras, ataques e agressividade . Além disso, entraremos na Justiça. LGBTfobia é crime, sim", disse o ativista.

Além da ação da organização, Sikêra e RedeTV! também estão na mira do Ministério Público Federal. O órgão pede que as duas partes paguem uma indenização de R$ 10 milhões por danos morais coletivos. O montante deverá ser destinado à estruturação de centros de cidadania LGBTQIA+.

Eles exigem, também, a exclusão na íntegra do programa exibido na última sexta (25) de sites oficiais e redes sociais. Além de publicar uma retratação ao vivo durante a exibição do Alerta Nacional, com a mesma duração das declarações de Sikêra --ou seja, em torno de 10 minutos.

O pedido de desculpas ao vivo precisa especificar que se trata de uma condenação judicial e permanecer nos sites oficiais da RedeTV! pelo prazo mínimo de um ano. Segundo a ação, a medida busca reparar "a injusta lesão sofrida por uma coletividade (LGBTQ+) em observância à igualdade".

O que Sikêra disse?

No Alerta Nacional de sexta-feira (25), Sikêra associou a homossexualidade a práticas de crimes ligados à pedofilia ao criticar um comercial do Burger King, em que crianças de diferentes idades são entrevistadas e explicam que é normal ver homens e mulheres do mesmo sexo juntos. Algumas delas têm pais que são gays.

"Vocês são nojentos. A gente está calado, engolindo essa raça desgraçada, mas vai chegar um momento que vamos ter que fazer um barulho maior. Deixa a criança crescer, brincar, descobrir por ela mesma. O comercial é podre, nojento. Isso não é conversa para criança", soltou o apresentador ao vivo.

A campanha sofreu forte rejeição do público conservador e virou alvo de redes bolsonaristas. "A criançada está sendo usada. Um povo lacrador que não convence mais os adultos e agora vão usar as crianças. É uma lição de comunismo: vamos atacar a base, a base familiar, é isso que eles querem. Nós não vamos deixar", afirmou Sikêra. Assista:

Sikêra perde patrocínios

Após as falas de Sikêra, grupos como o Sleeping Giants pressionaram os patrocinadores para deixarem de anunciar no Alerta Nacional. Desde então, cinco empresas (construtora MRV, Tim, HapVida, Sorridents e Blindex) cancelaram os contratos de patrocínio e anúncios na RedeTV! e da TV A Crítica.

A Seara também usou as redes sociais para comunicar que deixou de anunciar no Alerta Nacional em 9 de junho, mas fez questão de frisar que pediu a sua equipe de tecnologia para suspender a veiculação de propagandas da marca no canal do YouTube do programa, o mesmo que fez o Magalu.

Outro lado

Pressionado, Sikêra abriu o Alerta Nacional de terça-feira (29) com um pedido de desculpas a quem se sentiu ofendido, confessou que se excedeu nos comentários, mas reforçou que continua com a mesma opinião e manterá o seu programa em defesa da família tradicional. De acordo com o comunicador, ele trata a todos com respeito e é o responsável por todas as suas falas.

"Preciso reconhecer que me excedi e usei palavras que me arrependo. Sou humano, erro, errei e vou errar. Tenho responsabilidade de pedir desculpa publicamente, aprendi muito com essa lição. Vou seguir aqui na batalha para defender a família tradicional e defender as crianças, mas sem nunca desrespeitar quem pensa diferente de mim. A você que se sentiu ofendido, eu lhe peço perdão", justificou. 

Veja o posicionamento abaixo, a partir dos seis minutos:


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