NOVOS TEMPOS
Divulgação/Fox
Rosie O'Donnell (58 anos), Vivica A. Fox (55) e Taraji P. Henson (49) em cena da série Empire
Lançada na última sexta-feira (1º), a minissérie Hollywood, da Netflix, expõe o racismo, a homofobia e o preconceito com atrizes mais velhas da indústria do cinema em 1947. Parece coisa do passado, mas Vivica A. Fox, que atuou em filmes de sucesso nos anos 1990 e 2000, experimentou isso cinco décadas depois. "Quando a mulher chegava aos 40 anos em Hollywood, era colocada para pastar", detona a artista, atualmente com 55.
"Os executivos consideravam que atrizes da minha faixa etária não eram mais tão atraentes para o público, não conseguiriam levar espectadores para uma sala de cinema. Os estúdios pensavam que essas atrizes não eram mais viáveis", explica a atriz de Independence Day (1996), Cruzeiro das Loucas (2002) e Kill Bill Vol. 1 (2003).
Vivica conta que, como começou sua carreira em papéis que dependiam de sua beleza, teve dificuldades para ser considerada uma atriz séria e conseguir personagens mais densos. "Quando você é bonita, as pessoas tendem a colocá-la em uma caixa, estereotipar você, que só pode interpretar um tipo de papel", reclama.
Depois de atuar em Kill Bill --longa que a fez encarar treinos pesados durante seis meses--, a atriz sentiu os papéis no cinema minguarem. Migrou para a TV, onde estrelou o suspense Missing (2003-2006), participou da Dança dos Famosos gringa e apresentou até um programa de pegadinhas, o Prank My Mom (2012).
"Aprendi que versatilidade é a chave para a longevidade da carreira. Eu faço TV, filmes, teatro, já tive um talk show, tenho uma linha muito bem-sucedida de perucas e extensões para cabelo. Você precisa ir de maneira graciosa para os novos capítulos da sua vida. Eu já fui a novinha ingênua e gostosa, agora virei produtora, mulher de negócios, estou expandindo a marca Vivica A. Fox", se vangloria.
Desde 2016, ela tem produzido e estrelado uma série de filmes de suspense para o canal Lifetime, com rapazes sem camisa exibindo seus tanquinhos e jovens sensuais que se metem em situações arriscadas. A franquia leva o sugestivo nome So Wrong It's Right (Tão Errado que Fica Certo, em tradução livre) e já conta com 17 filmes, cada um rodado em menos de duas semanas.
Vivica também ressalta uma mudança em Hollywood nos últimos tempos, especialmente depois do movimento #MeToo, que denunciou o assédio de executivos poderosos da indústria. Para a atriz, mulheres maduras finalmente estão ganhando oportunidades de mostrarem seu trabalho.
"Temos nomes como Jennifer Lopez, Halle Berry, Jada Pinkett Smith, Queen Latifah, Angela Bassett, eu mesma, e a lista só cresce... Mulheres que estão mais bonitas do que nunca, cuidam bem de si mesmas e que são empresárias excelentes para produzir e financiar os próprios projetos. O girl power [poder das garotas] está muito bem! Aliás, o women power [poder das mulheres] está vivo em Hollywood!", defende.
"É por isso que vemos cada vez mais projetos estrelados por mulheres poderosas, fortes e decididas. E eu aceito essa mudança e essas oportunidades de braços abertos", se empolga Vivica.
Nos últimos anos, ela dividiu a cena com outras maduras poderosas no novelão musical Empire (2015-2020), um fenômeno da rede Fox norte-americana que tinha no elenco Taraji P. Henson (49 anos), Leslie Uggams (76), Phylicia Rashad (71), Naomi Campbell (49), Nia Long (49), Demi Moore (57), Marisa Tomei (55), Alfre Woodard (67), Queen Latifah (50) e Rosie O'Donnell (58), entre tantas outras.
Na posição de veterana, ela ainda dá dicas para quem está começando agora e quer ter uma carreira duradoura. "Não há atalhos para o sucesso. Se alguém te oferece um teste do sofá, fuja! A coisa mais bonita do showbiz atual é que as mulheres estão em uma posição excelente, no poder, dirigindo, escrevendo, produzindo... Temos oportunidades que nunca tivemos antes. Então faça o trabalho, se esforce, estude mulheres poderosas e veja o que elas fizeram. E você também pode conquistar isso."
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