INQUÉRITO
REPRODUÇÃO/YOUTUBE
O jornalista Alexandre Garcia; ele é citado pelo Ministério Público em inquérito sobre os atos
O MPF (Ministério Público Federal) abriu inquérito para apurar a conduta da Jovem Pan diante dos atos antidemocráticos em Brasília. O órgão vai avaliar se o canal de notícias veiculou notícias falsas ou divulgou comentários abusivos sobre os três poderes, inflamando ainda mais os golpistas --os quais invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal) no domingo (8).
A instituição revelou nesta segunda (9) que fez um levantamento ao longo dos últimos meses, detectando que a emissora veiculou "sistematicamente fake news e discursos que atentam contra a ordem institucional, em um período que coincide com a escalada de movimentos golpistas e violentos em todo país".
O MPF ainda afirma que, durante a cobertura nos ataques em Brasília, os comentaristas da Jovem Pan teriam "minimizado o teor de ruptura institucional e tentaram justificar as motivações dos criminosos que invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes".
O órgão acusa, por exemplo, Alexandre Garcia de fazer uma "leitura distorcida" da Constituição para atribuir legitimidade às ações dos manifestantes. Ele teria dito que tratava-se do "poder do povo" e que as pessoas ficaram "paradas esperando por tutela da Forças Armadas. A tutela não veio. Então resolveram tomar a iniciativa".
Paulo Figueiredo, Rodrigo Constantino e Fernando Capez também são citados pelo Ministério Público, por terem ecoado "notícias falsas sobre supostas fraudes eleitorais e atuações enviesadas sobre supostas fraudes eleitorais e atuações enviesadas ou omissivas de tribunais superiores e do Congresso Nacional".
O MPF enviou ofício determinando que a Jovem Pan forneça, em até 15 dias, informações detalhadas sobre sua programação e os dados pessoais dos comentaristas dos programas Jovem Pan News, Morning Show, Os Pingos nos Is, Alexandre Garcia e 3 em 1.
O canal de notícias também foi avisado para se abster de promover quaisquer alterações nos canais que mantém no Youtube. Ou seja, não pode apagar ou restringir a visualizações de vídeos.
O Notícias da TV procurou a Jovem Pan, que não retornou até a publicação deste texto. Nesta segunda (9), o canal anunciou que o empresário Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, conhecido como Tutinha, deixou a presidência da empresa. Ele foi substituído por Roberto Araujo, que era CEO do grupo desde 2014.
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