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NA JUSTIÇA

Meninos desbocados de South Park geram guerra bilionária entre Warner e Paramount

Reprodução/Comedy Central

Eric Cartman está discursando em um tribunal em cena de South Park

Cena de South Park situada em tribunal; animação para adultos rende processos de gigantes

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 20/4/2023 - 10h40

Um dos programas mais duradouros da TV norte-americana, South Park sempre gerou controvérsias nos temas abordados em seus episódios. Agora, porém, a animação para adultos virou motivo de guerra entre duas gigantes de mídia, Warner Bros. Discovery e Paramount Global. Os conglomerados processam um ao outro, em valores que superam US$ 250 milhões (R$ 1,2 bilhão).

Em fevereiro, a WBD abriu a primeira ação, exigindo US$ 200 milhões (R$ 1 bilhão) em danos. A empresa acusa a rival de conspiração e distorção verbal para "roubar" episódios de South Park. Agora, a Paramount contra-atacou com um novo processo em que alega que a primeira lhe deve dinheiro.

A confusão toda começou em 2019, quando a Warner comprou os direitos de exibição de South Park nos Estados Unidos para reforçar o catálogo da HBO Max. A empresa, agora administrada por David Zaslav, desembolsou US$ 500 milhões (R$ 2,5 bilhões) para adquirir as 23 temporadas já exibidas até então, além de mais três temporadas que ainda seriam produzidas.

O contrato, porém, não previa quantos episódios seriam produzidos em cada leva. E é aí que a Warner Bros. Discovery acusa a Paramount de ser leviana: depois de o acordo ser fechado, South Park começou a fazer temporadas bem mais curtas. Depois de sete anos consecutivos com 10 capítulos cada, o 24º teve apenas dois episódios.

Não que os criadores Trey Parker e Matt Stone tenham diminuído o ritmo de produção: eles produziram especiais de South Park que não entraram no esquema tradicional de temporadas, abordando temas como Covid, vacinação e, ironicamente, a guerra das plataformas de streaming. Esses programas foram disponibilizados pelo Paramount+ nos EUA, sob a alegação de que não eram episódios comuns e, por isso, não estavam contemplados no contrato.

"Ficou evidente que a Paramount quis usar o conteúdo de pós-Covid para aumentar o número de assinantes do Paramount+, uma quebra óbvia dos direitos contratuais da Warner e da HBO Max. Além disso, a Paramount deliberadamente classificou esse conteúdo como 'especiais' em vez de 'episódios', em uma tentativa hipócrita de distingui-los do material entregue a Warner como parte do acordo de 2019", alegou a gigante no processo.

Depois de ficar dois meses em silêncio, a Paramount decidiu revidar e abriu um novo processo em que acusa a Warner Bros. Discovery de não manter os pagamentos trimestrais pelos direitos da animação. A gigante deixou de pagar as duas parcelas mais recentes, de US$ 25 milhões (R$ 126 milhões) cada, justamente por reclamar que o contrato não estava sendo cumprido.

"Além disso, a WarnerMedia deu indicações claras de que não vai pagar nada dos US$ 225 milhões (R$ 1,1 bilhão) que ainda deve em taxas de licenciamento pelo resto do acordo de cinco anos. A Paramount Global com certeza não concordou que as obrigações contratuais da WarnerMedia sejam desrespeitadas dessa maneira", aponta a empresa no novo processo.

No Brasil, todos os episódios de South Park estão disponíveis no Paramount+, assim como os especiais que geraram a disputa judicial.


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