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RELATO EMOCIONANTE

Médico se emociona ao vivo na GloboNews ao desabafar sobre mortes pela Covid-19

REPRODUÇÃO/GLOBONEWS

Montagem de fotos com o jornalista e apresentador da GloboNews José Roberto Burnier (à esq.) e o médico infectologista Jamal Suleiman (à dir.) no jornal GloboNews Em Ponto

José Roberto Burnier (à esq.) e Jamal Suleiman (à dir.) no GloboNews Em Ponto desta quarta (5)

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 5/5/2021 - 9h34

O médico infectologista Jamal Suleiman chorou ao vivo durante uma participação no jornal GloboNews Em Ponto e emocionou José Roberto Burnier na manhã desta quarta-feira (5). O profissional da saúde fez um desabafo sobre os parentes que perdeu para a Covid-19, que já vitimou mais de 412 mil brasileiros.

O jornalista José Roberto Burnier usou um momento do telejornal para se compadecer pelo médico, que perdeu recentemente o irmão e a cunhada em menos de 48 horas para o coronavírus.

"Quero pedir licença ao assinante para me solidarizar com o doutor Jamal e com todos que estão na linha de frente no combate à Covid-19. A repórter Veruska Donato mostrou em uma linda reportagem que o senhor, doutor Jamal, foi um dos personagens. Que esses profissionais que tanto lutam pela vida dos outros nem tiveram tempo de chorar os seus mortos", começou o âncora.

"No seu caso, duas pessoas da sua família. Aí eu lhe pergunto, doutor Jamal, como manter a sanidade diante de um quadro desse. Sanidade mental", questionou o jornalista.

O entrevistado, então, precisou de alguns segundos para conseguir falar, claramente emocionado. "Burnier, não tem somente a minha dor, não é? Tem a dor de muita gente que tá enterrando a sua família, os seus irmãos, então. É... O que fica, que é aonde a gente se agarra, é tudo aquilo que a gente passou junto, que a gente viveu junto. Então, não dá tempo", começou Suleiman.

"Vou guardá-los eternamente. Cada um de nós tem esse espaço, é da nossa natureza, para guardar quem a gente ama. Eu nem uso o verbo no passado, porque eu não acho que seja passado. A gente tem que tocar, senão não dá. Então, desculpa, mas passa. Vai passar. Eu só não quero que ninguém mais sofra essa impacto", completou o infectologista, em meio às lágrimas contidas.

"Em um primeiro momento, primeiro a gente enterrou nossos pais, nossos avós. Esse segundo momento a gente tá enterrando nosso filhos e nossos irmãos. Isso é muito grave. A sociedade não pode entender isso como normal, isso absolutamente não é normal. Nós entendemos e nos solidarizamos, mas é fundamental nos protegermos", discursou o médico.

Em seguida, Jamal Suleiman se mostrou indignado com a situação do Brasil, principalmente com o fato de que o presidente Jair Bolsonaro e sua equipe recusaram ofertas de vacinas contra a Covid-19 ainda em 2020. 

"O que está acontecendo é inacreditável. Nós negamos [a pandemia] desde meados do ano passado. Recusamos as propostas desde o ano passado. Propostas de vacinas. Várias vezes pessoas do Executivo se colocaram contra as medidas óbvias de resolução desse problema, ou pelo menos minimização. E hoje estamos pagando um preço muito alto por isso", lamentou ele. 

"Unamo-nos todos para que a gente possa ter acesso rápido [às vacinas]. Não é razoável que a gente tenha que ser submetido a isso", concluiu Suleiman. 

"Bom, eu espero que esse seu depoimento comovente, emocionante e contundente possa mexer com os corações de muitos brasileiros que estão dando as costas pra pandemia. Muita gente tá sofrendo uma barbaridade, principalmente profissionais como o doutor Jamal, que estão desde o início, há 14 meses, tentando salvar vidas e estão perdendo seus parentes", comentou José Roberto Burnier. 

"Que isso comova as pessoas e faça com que elas sigam as regras de segurança e não brinquem com isso. Doutor Jamal, desculpe emocioná-lo com essa lembrança, mas o senhor é uma pessoa especial, pessoa que tem dado um exemplo enorme para o país, com informações sempre precisas, procurando orientar as pessoas da maneira correta. Me solidarizo com o senhor", encerrou o apresentador. 

Confira o relato do médico infectologista Jamal Suleiman: 


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