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ÂNCORA DO EM PONTO

Após se curar de um câncer, José Roberto Burnier volta ao trabalho na GloboNews

REPRODUÇÃO/GLOBO

O jornalista José Roberto Burnier em entrevista ao portal de notícias G1

José Roberto Burnier revelou em entrevista ao G1 que voltará ao trabalho em janeiro de 2020

REDAÇÃO

Publicado em 17/12/2019 - 10h20

Após se curar de um câncer na base da língua, José Roberto Burnier voltará ao trabalho como âncora da GloboNews em janeiro de 2020. O titular do jornal Em Ponto estava afastado desde julho, quando recebeu o diagnóstico, e agora celebra o retorno. "Coberturas jornalísticas me ajudaram a não pensar em morte", revela o apresentador de 59 anos. 

Em entrevista ao G1, Burnier conta que reassumirá o posto no Em Ponto no dia 6 de janeiro. "Estou louco para voltar ao jornal. Estou com muita vontade de trabalhar", ressalta o jornalista. Ele fala também sobre a importância do apoio que recebeu na luta contra a doença. "Uma das coisas mais importantes do tratamento de câncer é você ser abraçado. É perceber que você não está sozinho", explica.

O vasto conhecimento de Burnier em cobertura jornalística na área médica ajudou o ex-repórter do Jornal Nacional a encarar o diagnóstico repentino da melhor forma. "Minha experiência de cobrir tanto isso ajudou muito. Eu não li nada, eu não procurei nada na internet sobre o meu tumor", diz.

"Quando recebi a notícia, a primeira coisa que perguntei [foi]: Qual é o próximo passo? Quero começar o tratamento ontem. A minha experiência em coberturas mostra que quanto mais rápido você andar, mais chance você tem de se livrar desse negócio", completa.

No Grupo Globo desde 1983, Burnier estreou na TV como repórter no Globo Rural. Foi correspondente internacional em Buenos Aires, e esteve à frente de grandes reportagens antes de ancorar o noticiário matutino da GloboNews.

O jornalista, por exemplo, chegou a a acompanhar o tratamento da luta contra o câncer de José Alencar, vice-presidente da república entre 2003 e 2011. Ao avaliar o percurso recentemente percorrido, ele afirma que foi importante estabelecer uma relação de transparência com os profissionais responsáveis por seu tratamento.

"Ficar muito próximo do José Alencar me ajudou a entender como funciona a parte médica do tratamento. Eles sabiam disso, que eu conhecia bem a dinâmica do hospital. Eu pedi: 'Gente, eu sei como essa coisa funciona. Então me digam tudo porque isso vai me ajudar'. Saber a verdade sobre a doença e, principalmente, sobre o tratamento, me ajudou muito", defende o âncora.

Burnier descobriu o câncer semanas após notar a presença de um nódulo na garganta. Desconfiou da ausência de sintomas e procurou ajuda médica. Durante a realização de um dos exames, lembra de ter pressentido o que seria confirmado dias depois.

"Sabe como a gente é, né? Jornalista pergunta tudo, não aguenta ficar com dúvida. E eu já perguntei para os médicos: Vocês viram alguma coisa aí? E eu vi que tinha uma bola branca [na tomografia]. Percebi que eles já tinham visto e não queriam me dizer porque não podem dizer antes do resultado", recorda.

A última apresentação no Em Ponto foi em 17 de julho. Logo em seguida, Burnier pediu uma licença-médica para tratar o tumor na base da língua, provocado pelo vírus HPV. O jornalista ficou assustado, pois não fazia ideia que tinha o prognóstico positivo.

"O HPV a gente pega às vezes na adolescência, ele fica no nosso organismo anos, décadas, inerte, e de repente ele aparece e infecta uma célula. E pode provocar esse tumor. Por incrível que pareça, é uma ótima notícia, porque quando é provocado por HPV tem a melhor resposta ao tratamento. Álcool e cigarro é mais difícil combater", explica o jornalista. 

O tratamento do câncer começou no dia 30 de julho e consistiu em 33 sessões de radioterapia e três de quimioterapia. O jornalista chegou a perder 18 quilos ao longo dos procedimentos. "Era uma agonia por dia. Sempre me concentrava na próxima agonia. Comecei a engasgar muito, porque a garganta estava sendo bombardeada pela rádio. Engasgava com qualquer gole de água. Enjoos frequentes, vômitos", desabafa.

Perto do fim do processo, Burnier ficou abatido por uma fadiga tão forte que cogitou desistir. "Eu tinha dificuldade para aguentar o peso dos meus braços. Estava exausto, debilitado e quase joguei a toalha. Eu estava um fiapo. Aquilo foi o auge da minha depressão. Mas consegui atravessar", relata. 

Foi em outubro que o âncora demonstrou que estava se recuperando e, no mês seguinte, os exames apontaram que ele estava curado. Atualmente, apesar das sequelas do tratamento, Burnier retorna à vida quase normal.

"Estou com o paladar alterado até hoje. Comida com sal eu sinto, mas o doce não. E durante muitos dias eu tive que comer sem sentir o gosto de nada. É a coisa mais horrível. Parece que você está comendo borracha", conta. 

"Hoje nós temos as armas para curar os muitos casos de câncer, graças a Deus, graças à pesquisa, a esses médicos. Mas você tem que ter sua família, você tem que ser abraçado, senão você não aguenta", finaliza.

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