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BRIGA NAS ELEIÇÕES

Lula acusa Jovem Pan de parcialidade, monta dossiê e cobra investigação do TSE

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Luiz Inácio Lula da Silva em entrevista no Jornal Nacional, da Globo

Lula: candidato entra em guerra com Jovem Pan e pede apuração por 'ajuda' a Jair Bolsonaro

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 14/10/2022 - 19h13
Atualizado em 14/10/2022 - 21h07

O candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou em guerra com a Jovem Pan. Na tarde desta sexta (14), a coligação Brasil da Esperança, que representa sua equipe de campanha, enviou um dossiê de 78 páginas com vídeos, reportagens e notícias do canal para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e pediu uma investigação sobre parcialidade da empresa na cobertura das eleições deste ano. Em nota, o canal diz que seus comentaristas "gozam de liberdade para manifestar suas ideias".

Nas palavras da defesa de Lula, Jair Bolsonaro (PL), presidente e candidato à reeleição, é ajudado com entrevistas e elogios em todos os programas da empresa. Já Lula tem informações falsas sobre ele propagadas na grade e em atrações de maior audiência. 

O Notícias da TV teve acesso ao documento. Os advogados de Lula começam a sua argumentação em vídeos dos programas Os Pingos nos Is, 3 em 1 e Linha de Frente, que atacam o STF (Superior Tribunal Federal) e o candidato do PT. Diálogos de Rodrigo Constantino e Ana Paula Henkel divulgando falsas notícias do ex-presidente são exemplificadas. 

A defesa de Lula acusou Constantino, por exemplo, de dizer na Jovem Pan que ele fechará igrejas a partir do ano que vem se for eleito.

Os comentaristas da Jovem Pan voltaram a propagar desinformação sobre pautas de costumes, notadamente a fim de incrementar a guerra cultural traçada pelo atual presidente da República e seus apoiadores. Mas não apenas, chegou-se até mesmo a sugerir que Lula pretendesse invadir e fechar igrejas.

Para o petista, a explicação de tamanha defesa é por conta do valores em publicidade que a Jovem Pan recebe do Governo Federal, que tem crescido ano a ano desde que Jair Bolsonaro assumiu o poder. Os dados indicados por Lula com base em reportagens da imprensa mostram que, somente em 2022, a Jovem Pan já recebeu mais verba pública do que em todo o ano de 2021. 

"Em 2018, último ano de governo Temer, a Secom pagou R$ 840 mil, em valores corrigidos, para que as rádios do grupo Jovem Pan veiculassem propagandas do governo. Já no primeiro ano de Bolsonaro, as verbas mais que duplicaram", acusou.

"Cerca de R$ 2 milhões foram destinados à emissora em 2019. Em 2020, o governo federal gastou R$ 1,5 milhão. Os valores chegaram a R$ 2,5 milhões em 2021 --número três vezes maior que o do último ano do governo. No primeiro semestre de 2022, mais de R$ 7,8 milhões já foram desembolsados", completou a ação.

Lula e os pedidos contra a Jovem Pan

Lula encerra o documento com um pedido de investigação minuciosa contra a Jovem Pan. Segundo ele, a empresa de Antônio Augusto do Amaral Carvalho Filho, o Tutinha, tem se utilizado de concessão (já que tem transmissão via TV aberta nas parabólicas) e dinheiro público para defender os seus interesses, sem se preocupar com imparcialidade na cobertura eleitoral.

O candidato e sua campanha fizeram quatro pedidos:

  1. Investigação da Jovem Pan;
  2. Que a empresa pare de dar tratamento privilegiado para Jair Bolsonaro; 
  3. Prestação de contas dos contratos da Jovem Pan com o Ministério das Comunicações para exibição de publicidade;
  4. Depoimento de Tutinha sobre a linha editorial da Jovem Pan News.

Se comprovado a parcialidade na investigação que venha a ser acolhida pelo TSE, Lula também pede condenação com pagamento de multa. 

"Dessa forma, medida que se impõe é investigação de Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho por uso abusivo dos meios de comunicação, bem como a investigação dos candidatos beneficiados (Jair Bolsonaro e Braga Netto), de modo que seja determinada liminarmente o fim do tratamento privilegiado ao candidato em tela e a publicação de notícias e fatos sabidamente inverídicos e/ou descontextualizados, em todas suas plataformas (rádio, tevê e Youtube)", conclui o documento. 

Não é a primeira vez que Lula acusa a Jovem Pan de ser parcial. Em 6 de setembro, o TSE notificou a empresa pela mesma situação. Recentemente, o Pânico deu três horas para Jair Bolsonaro falar de planos de governo e atacar opositores sem contraponto. A audiência foi alta nas redes, mas perdeu na TV paga para a GloboNews.

Outro lado

Após a publicação da reportagem, a Jovem Pan soltou a seguinte nota sobre as acusações:

"A respeito de notícias que tratam de uma ação do Partido dos Trabalhadores, a Jovem Pan esclarece que não recebeu nenhuma notificação judicial até o presente momento e que, se houver, a questão será tratada pelo jurídico da emissora no momento oportuno.

O Grupo Jovem Pan esclarece ainda que o debate de ideias faz parte de toda a programação, contemplando o amplo espectro ideológico, garantindo o respeito ao contraditório, como é natural no debate democrático. Os comentaristas, contratados ou convidados pela emissora, gozam de liberdade para manifestar suas ideias, não representando as posições da empresa."


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