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DISPUTA ELEITORAL

Record do Paraná é acusada de impedir jornalistas de usarem 'cores de Lula'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Lula com uma camisa marrom e terno preto durante um evento de campanha

Lula: afiliada da Record proíbe jornalistas de usarem vermelho para não lembrar ex-presidente

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 14/9/2022 - 13h20

A RIC TV, afiliada da Record no Paraná e parceira no rádio da Jovem Pan no mesmo Estado, foi acusada pelo Sindijor-PR (Sindicato de Jornalistas Profissionais do Paraná) de coagir e impedir que jornalistas do grupo trabalhem com cores que lembrem o ex-presidente e candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT), como vermelho e bordô. "É um atentado às liberdades individuais dos jornalistas", diz o sindicato. 

A mesma orientação não acontece com cores de outros candidatos, segundo a organização. Em nota oficial sobre o assunto, a RIC TV diz que "a orientação é para cores neutras". Além de vermelho, a emissora diz que também foram proibidos o verde e o amarelo, referentes a cores da bandeira do Brasil e que são usadas pela campanha do candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). 

"A RIC TV, uma empresa do Grupo RIC, esclarece que a diretriz informada à apresentadores e repórteres busca a neutralidade e não desvirtuar ou dar margens para narrativas paralelas, focando apenas na informação apurada e checada. Todos os nossos repórteres e apresentadores receberam direcionamento para apresentarem os blocos sobre a corrida eleitoral com cores neutras", diz a empresa. 

Para o sindicato, a posição de proibir vermelho é uma indicação de que o grupo apoia a reeleição de Bolsonaro. O Notícias da TV ouviu duas fontes que confirmaram que existe a orientação para se evitar vermelho no ar e nos bastidores. No entanto, na apuração da coluna, as fontes ouvidas disseram desconhecer a orientação a evitar também verde e amarelo. 

"A proibição, em um momento de grave polarização eleitoral, evidencia um claro posicionamento do grupo em prol da candidatura do atual presidente à reeleição. Uma opção eleitoral incompatível com o caráter de uma emissora que é concessão pública", acusou o sindicato dos jornalistas. 

De fato, a afiliada da Record no Paraná tem linha editorial mais alinhada com o atual governo federal. Durante o auge da pandemia, um de seus apresentadores defendeu o tratamento precoce (sem comprovação científica de eficácia contra Covid-19). No início deste mês, Bolsonaro foi até o Paraná para campanha e deu entrevista exclusiva para a empresa --algo que ele só tem feito com grupos considerados seus apoiadores. 

Além de parceira da Record, a RIC tem acordos com a Jovem Pan e é dona das retransmissoras no Paraná da rádio de Antônio Augusto do Amaral Carvalho Filho, o Tutinha. A Jovem Pan é apoiadora de longa data de Jair Bolsonaro. 


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