Gottino culpa formato por passagem relâmpago pela CNN: 'Me deixava preso'

Uma das principais contratações da CNN Brasil em setembro de 2019, o jornalista Reinaldo Gottino deixou a empresa apenas oito meses depois para retornar à Record. A passagem relâmpago reflete o desejo de recuperar a liberdade de que ele desfrutava na antiga emissora: ele alega que não se adaptou às restrições do canal de notícias.

"A dinâmica da CNN era mais fechada, e eu senti um pouco a falta desta liberdade. No dia a dia, percebi que estava preso naquele formato e queria ampliar a minha movimentação. Passei a sentir falta do que eu fazia, do meu palco. Quando a Record me ligou, optei por voltar. E eles me receberam de braços abertos", revela o jornalista em entrevista ao Notícias da TV.

ADRIANA ARAÚJO

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Durante o período em que esteve no canal de notícias, Gottino comandou dois programas, o CNN Novo Dia e o CNN 360º, no qual tinha a companhia da jornalista Daniela Lima. Para ele, apesar de curta, a sua passagem pelo canal de notícias foi marcante.

"A Daniela é uma pessoa que eu considero como uma irmã. O programa que fizemos juntos chegou a liderar em algumas ocasiões, como, por exemplo, quando o Sergio Moro deixou o Ministério da Justiça. Então, eu posso dizer que já liderei tanto na TV aberta, quanto na fechada. É um feito que vou carregar comigo", se entusiasma.

Satisfeito, porém, desafiado

O jornalista nega que a primeira mudança de emissora tenha sido fruto de insatisfação: ele reafirma que estava tudo ótimo no Balanço Geral. Porém, admite que a oferta da concorrente o tirou de sua zona de conforto.

"Veio a proposta de ajudar a criar um canal, do qual eu seria o âncora. Fui para os Estados Unidos, conhecer a CNN em Nova York. Foi uma experiência fantástica: conheci pessoas incríveis  --ajudei e fui ajudado-- e me tornei um profissional melhor. Não me arrependo em absolutamente nada de ter saído, ido, conhecido e contribuído para colocar uma TV no ar", conta Gottino, que se orgulha por ter escrito o seu nome na história da CNN.

Por outro lado, o jornalista faz questão de reforçar a sua gratidão à atual emissora. Ele reconhece o valor de suas outras experiências, mas diz que profissionalmente, deve quase tudo à Record. "Não foi grana, não foi absolutamente nada disso, foi realmente estar no lugar que você gosta, eu gosto de apresentar o Balanço Geral. Senti vontade, senti saudade", entrega.

Balançado com o carinho

A saudade, pelo visto, era recíproca. O jornalista conta que a saída temporária serviu para que ele conseguisse dimensionar o carinho que o público sente pelo seu trabalho. Bem-humorado, o apresentador lembra da bronca que recebeu de uma fã que encontrou em um shopping, antes mesmo de sua estreia na CNN.

"Havia levado a minha mãe para almoçar, pois tinha o período de folga. Enquanto nós dois subíamos a escada rolante, uma senhora descia. Ela me olhou e falou: 'Você saiu! Estragou a minha tarde!': Eu pensei: 'Meu Deus do céu, o que aconteceu aqui?'. E aí começou a cair a ficha, junto com os vários e-mails e mensagens nas redes sociais", admite, reiterando que as demonstrações de carinho balançaram seu coração.

Gottino assegura que não pretende mais deixar o comando do vespertino. Questionado sobre seus planos a longo prazo, ele não prevê mudanças. "Não me imagino fazendo programa semanal ou de auditório. Gosto de fazer televisão todo dia, de trazer as notícias. Daqui a cinco ou dez anos, ainda quero estar no Balanço Geral, exatamente como hoje" profetiza.