QUESTIONADA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Cassia Kis como Cidália em Travessia: falas homofóbicas da atriz foram questionadas por funcionários
As falas homofóbicas de Cassia Kis renderam uma situação embaraçosa por causa da falta de atitude da Globo. Em uma reunião sobre diversidade e inclusão realizada na última sexta (11), funcionários questionaram a emissora por não ter demitido ou chamado a atenção da atriz publicamente. A Cidália da novela Travessia, além de ter feito declarações preconceituosas, tem frequentado manifestações golpistas após a eleição presidencial.
A Globo ofereceu um treinamento --comandado pela jornalista Maira Liguori-- para orientar funcionários sobre diversidade e questões de gênero. Uma das conversas tinha como tema "compromisso com a diversidade, machismo e vieses estruturais, estereótipos, limitações de gênero", de acordo com a descrição do conteúdo que estava em um anúncio interno obtido reportagem do Notícias da TV.
Foi nessa reunião que dois funcionários fizeram referência a Cassia Kis. Eles se mostraram incomodados com o fato de a reunião ocorrer no mesmo período em que a emissora tem sido questionada sobre falta de atitude com uma "colega preconceituosa" e que "publicamente destilou preconceito em entrevistas".
Um dos profissionais era da área de entretenimento e atua na produção de atrações matinais. O outro era do Jornalismo. Ambos são da comunidade LGBTQIA+ e se mostraram profundamente ofendidos com o fato de Cassia ter dito que casais de pessoas do mesmo sexo não formam família. O comunicado breve da Globo sobre o assunto foi considerado "inadequado" para a situação.
O mal-estar foi visível porque não se esperava que a polêmica de Cassia Kis fosse abordada naquela oportunidade. Após as críticas dos funcionários, o climão foi contornado. Foi dito que a reunião era justamente para conversar sobre erros e acertos dos funcionários, mas também da própria Globo, que tem tentado evoluir nessa questão.
Procurada para falar do assunto pelo Notícias da TV, a Globo respondeu após a publicação da reportagem e disse que a informação não procede.
No último domingo (13), após atacar jornalistas, fazer declarações contra a população LGBTQIA+, militar contra aborto e anticoncepcionais, Cassia Kis publicou um artigo na Folha de S.Paulo para se defender das acusações que tem sofrido. Ela disse que tem sido vítima de mentiras, de assédio moral e muita pressão.
A atriz começou seu relato dizendo que há muitas pessoas falando mal dela nos últimos dias, inclusive colegas de profissão que sempre respeitou. A veterana declarou que, independentemente de serem pessoas que acreditam no que dizem, maliciosas ou que se deixaram levar por discursos alheios, estão todas perdoadas.
No entanto, a Cidália de Travessia deixou claro seu remorso em relação às críticas de atores, atrizes, produtoras, jornalistas, veículos de imprensa e de parte do público que a acompanha na TV.
No último dia 4, Cassia foi denunciada no compliance da Globo por 15 artistas, que citaram situações de homofobia dentro e fora do ambiente de trabalho, além de comportamento inadequado nos bastidores de Travessia e da série Desalma, do Globoplay.
Em 8 de novembro, a lista de denúncias cresceu: cinco jornalistas fizeram reclamações formais na emissora contra ataques da atriz à imprensa por meio de mensagens. A atriz também foi expulsa de um grupo de WhatsApp por vizinhos revoltados com suas falas.
"Embora eu não deseje o mal de ninguém, nem por isso aceito as pechas equivocadas que alguns têm lançado sobre mim. E por quê? Porque aprendi o valor de uma boa reputação, construída com trabalho e amor ao longo de muitos anos. E também porque aprendi que com a verdade não se brinca. Portanto, não posso simplesmente dar de ombros perante os murmúrios que atingem tanto a pessoa como a artista", disse.
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