FERA FERIDA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
A atriz Cassia Kis interpretou a irreverente Ilka Tibiriçá na novela Fera Ferida (1993)
Apesar de ter adotado uma postura bastante conservadora atualmente, Cassia Kis interpretou uma personagem que não seria muito bem aceita pela tal "família tradicional brasileira". A atriz viveu a irreverente Ilka Tibiriçá em Fera Ferida (1993), novela de Aguinaldo Silva que estreava há exatos 29 anos. Fofoqueira e histérica, a secretária fez sucesso ao preparar receitas afrodisíacas para Ataliba Timbó (Paulo Gorgulho).
Na trama inspirada nas obras de Lima Barreto (1881-1922), Ilka era tia de Linda Inês (Giulia Gam). Virgem e solteirona, ela passou a ajudar o ex-jogador de futebol a curar sua impotência sexual. A mulher elaborava pratos especiais com receitas exóticas, que chamaram a atenção dos telespectadores.
De acordo com o site Memória Globo, a emissora recebia inúmeras cartas do público solicitando que os capítulos em que a secretária preparava os quitutes afrodisíacos fossem reprisados para que desse tempo para as pessoas anotarem tim-tim por tim-tim o modo de preparo.
No cardápio de dona Ilka não podia faltar o famoso sarapatel das delícias, além de frango com gengibre, mexilhões com abóbora-menina e maionese de ovos de codorna com codornas assadas.
A maioria das receitas preparadas pela solteirona foi adaptada do livro Comer e Amar, escrito em 1986. Após as gravações do folhetim, as comidas eram devoradas pelo elenco e membros da produção.
Ilka Tibiriçá era responsável por trazer o alívio cômico para a história. Ela se fazia de boazinha, vivia pedindo desculpas e fazendo gentilezas sem muita sinceridade --tudo para esconder um segredo. A fofoqueira era responsável por escrever e publicar um jornal com todos os podres dos moradores da fictícia Tubiacanga.
Cassia Kis revelou que Dennis Carvalho achou exagerados os trejeitos que havia criado para a personagem no início das gravações. No entanto, o diretor logo percebeu que a atriz estava no caminho certo.
Fera Ferida foi livremente inspirada nos personagens e contos de Lima Barreto. Com uma história permeada por vingança e cobiça, a novela também serviu como uma metáfora das condições políticas do Brasil na época.
O folhetim ocupou a faixa do Vale a Pena Ver de Novo entre 15 de setembro de 1997 e 6 de fevereiro de 1998. Também foi reprisada no canal Viva em 2015.
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