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Globo ignora pedido de João Emanuel Carneiro, e autor vai fazer novela das nove

João Cotta/TV Globo

João Emanuel Carneiro na divulgação de Segundo Sol: ele pediu folga das novelas, mas não conseguiu - João Cotta/TV Globo

João Emanuel Carneiro na divulgação de Segundo Sol: ele pediu folga das novelas, mas não conseguiu

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 28/1/2019 - 5h57

A Globo não vai dar a João Emanuel Carneiro a folga nas novelas que ele decidiu tirar para se dedicar a outros projetos. O escritor de Avenida Brasil (2012), inclusive, já foi colocado na fila da faixa das nove. A direção da emissora espera que a próxima obra do autor esteja no ar em 2021, três anos depois da estreia de Segundo Sol (2018).

Notícias da TV apurou que Carneiro não sinalizou à direção da Globo seu desejo de explorar outras possibilidades na emissora, diferentemente do que disse em entrevista na semana passada. Por isso, ele foi colocado normalmente na escala de autores de novelas das nove.

Ele entra em uma fila que atualmente conta com o altamente produtivo Walcyr Carrasco, que prepara Dias Felizes como substituta de O Sétimo Guardião, e com Manuela Dias, novata no horário que escreve Troia (nome provisório) para 2020. Pelo status atual da fila de autores da Globo, Carneiro deve voltar ao ar depois do autor que substituirá Manuela Dias, provavelmente Lícia Manzo.

O intervalo de três ou quatro anos entre uma trama e outra é considerado normal para autores de novelas das nove. O próprio Carneiro teve esse hiato entre A Favorita (2008), Avenida Brasil, A Regra do Jogo (2015) e Segundo Sol.

Idem para Aguinaldo Silva, que escreveu sete obras para o horário desde 1999. O ponto fora da curva é Carrasco, com 12 novelas em 18 anos de Globo --isso sem contar Esperança (2002), que ele assumiu após o titular, Benedito Ruy Barbosa, se afastar por problemas de saúde e atraso na entrega dos capítulos.

Mais tempo para outros projetos
O responsável por sucessos como Da Cor do Pecado (2004) e Avenida Brasil desabafou sobre a vontade de dar um tempo das novelas à revista norte-americana Variety. Carneiro foi aos Estados Unidos para participar da Natpe, importante feira de televisão mundial que aconteceu em Miami entre os dias 22 e 24.

"Eu tenho muitas ideias. Mas o problema é que eu acabo fazendo novelas de novo, e isso toma dois anos e meio da minha vida. Preciso parar esse ciclo e fazer algo diferente", disse ele em entrevista à publicação.

Antes de virar autor da Globo, João Emanuel Carneiro fez carreira no cinema: escreveu o roteiro do premiado Central do Brasil (1998), indicado a dois Oscars, e da comédia Deus É Brasileiro (2003). Já contratado pela emissora, experimentou formatos diferentes, como a série A Cura (2010). Também foi supervisor de texto da comédia Segunda Dama (2014), estrelada e roteirizada por Heloísa Périssé.

Na entrevista à Variety, o novelista de 48 anos afirmou que se sente pressionado quando escreve tramas para o horário nobre da Globo, e alfinetou o público e a produção televisiva do país, por acreditar que não conseguiria fazer, nos dias de hoje, uma obra considerada ousada como A Favorita.

"Ninguém sabia quem era a vilã de verdade até o fim. Eu não sei se poderia fazer isso hoje. Nós somos tão focados em custo, dinheiro, audiência. Um problema que eu vejo na TV atual é que as pessoas têm medo de tentar algo novo e precisam fazer sempre algo mais tradicional", desabafou.

Carneiro chegou a experimentar uma "inovação" em A Regra do Jogo, com muitos personagens ambíguos, que ficavam divididos entre o bem e o mal. O público não entendeu nada e rejeitou a novela. Em Segundo Sol, ele construiu a história da maneira mais básica possível, com mocinhos e vilões bem definidos.

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