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JOÃO EMANUEL CARNEIRO

Autor de Avenida Brasil anuncia que vai dar uma pausa nas novelas

João Miguel Júnior/TV Globo

João Emanuel Carneiro, autor de sucessos como Avenida Brasil e Da Cor do Pecado, quer dar um tempo - João Miguel Júnior/TV Globo

João Emanuel Carneiro, autor de sucessos como Avenida Brasil e Da Cor do Pecado, quer dar um tempo

REDAÇÃO

Publicado em 23/1/2019 - 13h44

Depois de falhar na tentativa de repetir o fenômeno Avenida Brasil (2012) com o fracasso A Regra do Jogo (2015) e a mediana Segundo Sol (2018), o autor João Emanuel Carneiro quer dar uma pausa nas novelas e se dedicar a outros projetos. Segundo o escritor, ele tem várias ideias que deseja desenvolver, mas precisa de tempo para se dedicar a elas.

"Eu tenho muitas ideias. Mas o problema é que eu acabo fazendo novelas de novo, e isso toma dois anos e meio da minha vida. Preciso parar esse ciclo e fazer algo diferente", disse ele em entrevista à revista norte-americana Variety.

Antes de se dedicar às novelas, o autor trabalhou no cinema. Foi o responsável pelo roteiro do filme Central do Brasil (1998), indicado ao Oscar de filme estrangeiro e que colocou Fernanda Montenegro no páreo pelo prêmio de melhor atriz.

Consagrado pelo longa, trabalhou no roteiro de A Partilha (2001), adaptação da peça de Miguel Falabella, e de Deus É Brasileiro (2003), baseado em conto de João Ubaldo Ribeiro (1941-2014). Seu último filme foi o romance A Dona da História (2004), com Marieta Severo, Débora Falabella, Antonio Fagundes e Rodrigo Santoro.

No mesmo ano, o carioca passou a se dedicar com tudo à TV: escreveu Da Cor do Pecado (2004), Cobras & Lagartos (2006), ambas no horário das sete, e foi promovido para a faixa mais nobre da Globo com A Favorita (2008). Depois, vieram Avenida Brasil, A Regra do Jogo e Segundo Sol.

Carneiro viajou para os Estados Unidos para divulgar sua trama mais recente na Natpe, importante feira de televisão mundial que está acontecendo em Miami. A Globo sempre participa do evento, e neste ano levou na bagagem suas séries (como Assédio, Sob Pressão e Ilha de Ferro), além da novela situada na Bahia.

Na conversa com a Variety, o autor de Avenida Brasil também alfinetou o público brasileiro e a produção televisiva do país, ao dizer que não sabia se conseguiria fazer uma trama como A Favorita (2008), que ele considera ousada, nos dias de hoje.

"Ninguém sabia quem era a vilã de verdade até o fim. Eu não sei se poderia fazer isso hoje. Nós somos tão focados em custo, dinheiro, audiência. Um problema que eu vejo na TV atual é que as pessoas têm medo de tentar algo novo e precisam fazer sempre algo mais tradicional", desabafou.

Carneiro chegou a experimentar algo parecido em A Regra do Jogo, com muitos personagens ambíguos, que ficavam divididos entre o bem e o mal. O público não entendeu nada e rejeitou a novela. Em Segundo Sol, ele construiu a história da maneira mais básica possível, com mocinhos e vilões bem definidos.

Ele não negou, no entanto, que é "viciado" na escrita de telenovelas. "Elas são algo muito atrativo para quem é escritor. A ideia de que tantas pessoas assistem a algo que você fez é tocante. Você se vicia na criação de novelas. Segundo Sol, por exemplo, é uma história sobre um novo começo, sobre uma família que está se despedaçando. Essa é a graça da novela para mim, coisas que estão caindo aos pedaços e começam a ser reconstruídas", filosofou.

Para a Variety, o autor disse que se sente mais pressionado a criar boas histórias agora que a TV sofre com a concorrência do streaming e a ascensão das redes sociais. "Todo mundo está na internet, e acha que pode fazer o que eu faço. É um grande problema, muito maior do que era antes. Mas os brasileiros ainda gostam de ver novelas no horário nobre. É um hábito que não mudou muito com a internet."

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