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TIAGO SANTIAGO

Ex-autor da Record denuncia censura em Os Mutantes: 'Não deixaram beijo gay'

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM

O autor Tiago Santiago sorri em foto publicada no Instagram

Tiago Santiago em foto publicada no Instagram; autor de novelas revelou censura nos bastidores

KELLY MIYASHIRO

kelly@noticiasdatv.com

Publicado em 14/12/2021 - 6h40

Ex-autor de novelas da Record, Tiago Santiago denuncia que houve censura da Igreja Universal à história da trilogia Os Mutantes (2007-2009), que poderia ter tido um romance LGBTQIA+ mais explorado. "A maior interferência foi não deixarem fazer o beijo gay, uma bobagem", revela o escritor ao Notícias da TV.

O beijo em questão ocorreria entre os personagens Danilo (Cláudio Heinrich) e Bené (Deo Garcez) em Os Mutantes: Caminhos do Coração (2008), segunda parte da trilogia. Santiago diz não ter descontentamentos com a emissora de Edir Macedo, mas lamenta a falta de ambição da diretoria em fazer novelas com histórias diferentes da Bíblia devido a interesses religiosos. 

"Em Os Mutantes, a maior interferência foi não deixarem fazer o beijo gay, uma bobagem, porque tem gente que até hoje não vê a homossexualidade como algo absolutamente natural", critica o também diretor. Depois, Santiago escreveu Amor e Revolução (2011), novela do SBT que exibiu um histórico beijo entre duas mulheres.  

"Ajudei a construir o núcleo de teledramaturgia da Record, trouxe muita gente boa que está lá até hoje e vejo com preocupação o movimento de substituição de profissionais de TV, em todas as áreas, por pessoal da IURD [Igreja Universal do Reino de Deus]", afirma o dramaturgo.

Responsável pelos sucessos Prova de Amor (2005) e A Escrava Isaura (2004), o autor aconselha os donos da emissora e detona o bispo Honorilton Gonçalves (ex-vice-presidente artístico da Rede Record) e o executivo Hiran Silveira. 

"Se eu fosse a Cristiane Cardoso ou o Edir Macedo, ia querer me cercar dos melhores e realmente criar produtos para disputar a liderança [no Ibope]. Tive problemas durante o tempo em que estive lá, por incompetência do Honorilton Gonçalves e do Hiran Silveira, como falta de pontualidade para entrar com o produto no ar, comerciais de seis a sete minutos", começa ele.

"Falta de crossmedia profissional com valorização dos artistas e novelas nos programas de auditório e reportagens da emissora, a criação de um elenco gigante quando não havia necessidade, o endividamento da empresa com a construção de novos estúdios", elenca.

Apesar de ser conhecido por seus trabalhos na emissora vice-líder de audiência, Tiago Santiago estreou como colaborador de texto em Vamp (1991), de Antônio Calmon, na Globo, onde também auxiliou em outros produtos, como Uga Uga (2000) e Kubanacan (2003). 

"Não sou contratado da Record desde 2009, mas ainda associam meu nome à emissora porque fiz muito sucesso lá. Trabalhei muito mais tempo na Globo do que em qualquer outra emissora do Brasil. Não há comparação entre o profissionalismo da Globo e o da Record", conclui. 

Sem um produto audiovisual em exibição na TV aberta desde 2015, quando a Record transmitiu a série Na Mira do Crime, produção dele na Fox, Santiago lançou neste ano o livro Os Caminhos do Mago. Na obra que mistura filosofia e autoajuda, o escritor tenta traçar uma jornada de espiritualidade para seus leitores. 


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