RITA DE CÁSSIA
REPRODUÇÃO/TV GLOBO
Rita de Cássia em entrevista ao Fantástico: ela acusa Leandro Lehart de violência sexual
Rita de Cássia Corrêa falou pela primeira vez ao Fantástico deste domingo (18) sobre a acusação de estupro contra Leandro Lehart. A mulher de 40 anos deu detalhes sobre o abuso, que foi descrito pela reportagem como "repugnante, grotesco e escatológico". "Minha vida hoje é feita de dores psicológicas, físicas e limitações", lamentou.
A autônoma aceitou conversar com o programa da Globo para mostrar a sua indignação. "Quem tem que ter vergonha não sou eu, é ele", disse ela, que conheceu o cantor no Centro Cultural São Paulo, na capital paulista.
"Eu troquei uma mensagem elogiando o trabalho dele, que acabou me respondendo. Ele viu que eu tocava piano e me convidou para ir na residência dele para que pudesse conhecer o estúdio", explicou Rita.
Os primeiros encontros foram tranquilos, e Lehart se mostrou educado e gentil. "Até que ele me convidou para subir para o quarto dele, e eu consenti. Ele sugeriu: '‘vamos ao banheiro para terminarmos lá, porque já podemos tomar um banho'. Não vi maldade nisso", contou ela, em referência a uma relação sexual.
O músico então abusou sexualmente dela. "Foi na minha boca. Já comecei a me debater, pedindo para ele parar, mas eu não conseguia. E ainda se masturbou até chegar ao orgasmo", continuou Rita.
Segundo Rita, Lehart ainda a trancou o banheiro após o estupro. "Eu gritava para ele me deixar sair, e ele dizia que só deixaria depois que eu me acalmasse. Eu já não me debatia quando ele abriu a porta", relembrou.
"Nós conversamos, e ele disse que eu poderia fazer com ela da mesma forma, que eu estava exagerando, que era só da primeira vez que eu ia ficar assim assustada", acrescentou ela.
Rita diz também ter sofrido racismo nas mãos do artista. "Ele disse: 'acha que eu queria relacionamento, que eu ia querer uma negrinha como você?'. Falou para eu não procurar ninguém, que não ia ter dinheiro para pagar um advogado, que os dele iam agir contra mim", afirmou.
Ela desabou de chorar ao chegar em casa. "Fiquei muito tempo ali no banheiro tentando me higienizar, tirar aquele cheiro horrível, aquele gosto, ali debaixo do chuveiro", rememorou.
Rita disse que tentou o suicídio e que Lehart a acusou de chantagem após ajudá-la financeiramente com dois repasses --de R$ 900 e R$ 200. Ela hoje sofre com estresse pós-traumático.
Lehart foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a quase dez anos de prisão por estupro e cárcere privado. O juiz também solicitou que o cantor deixasse de ter permissão ao porte de uma arma de fogo. A decisão cabe recurso.
O pagodeiro alega que é vítima de uma grande injustiça. "São 40 anos de carreira e 50 de vida acreditando na justiça e, mesmo que ela tarde, ela não falha. E a maldade não prevalecerá nunca", publicou ele, nas redes sociais.
Os advogados do artista também divulgaram uma nota à imprensa sobre o caso:
A defesa técnica de Leandro Lehart, em atenção aos pedidos da imprensa por comentários, informa que o caso corre em segredo de Justiça e ainda pende de decisão final, o que impede maiores considerações quanto aos fatos. De toda sorte, Leandro e seus advogados seguem confiantes no Poder Judiciário e que a verdade prevalecerá, com sua consequente absolvição.
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