REPRESENTATIVIDADE
Divulgação/HBO
Pedro Pascal em The Last of Us; ator latino fez história ao conquistar três indicações ao Emmy
Alvo de críticas ao longo dos anos, o Emmy tenta fazer jus à diversidade de Hollywood na cerimônia. Para a 75ª edição da premiação, artistas latinos, negros, asiáticos, LGBTQIA+, jovens e até surdos foram vistos e reconhecidos pela Academia de Televisão, que prepara uma festa da inclusão nas principais categorias da premiação.
A onda de representatividade começa com Pedro Pascal que se tornou o latino mais indicado em um único ano do Emmy, com três nomeações diferentes, inclusive a de melhor ator em série de drama por The Last of Us. Ele, inclusive, é o primeiro latino na categoria em mais de 20 anos.
Além da série fenômeno, Pascal conquistou indicações a melhor ator convidado em uma série de comédia, pelo episódio em que apresentou o Saturday Night Live, e melhor narrador por Patagônia Extraordinária, programa documental da CNN. Ele é o artista mais indicado de 2023 --latino ou não.
Jenna Ortega, que tem ascendência mexicana e porto-riquenha, foi a terceira latina a ser indicada para melhor atriz em série de comédia, além de ser uma das mais jovens da categoria. Aos 20 anos, a intérprete de Wandinha só fica atrás de Patty Duke, que concorreu aos 17.
Selena Gomez não foi lembrada por sua atuação em Only Murders in The Building, mas concorre a melhor série de comédia por ser produtora da atração. Já Aubrey Plaza, que tem pai porto-riquenho, completa o fenômeno latino do Emmy com sua atuação em The White Lotus. A atriz foi reconhecida pelo papel de Harper na segunda temporada da produção de drama.
Já a categoria de melhor atriz coadjuvante em série de comédia entra para a história com quatro mulheres pretas indicadas. Ayo Edebiri (The Bear), Jessica Williams (Falando a Real) e Janelle James e Sheryl Lee Ralph (ambas de Abbott Elementary) conquistaram nomeações.
Quinta Brunson disputa o prêmio de melhor atriz principal em uma comédia, Dominique Fishback recebeu uma indicação surpresa para atriz principal de série limitada por Enxame, e Paris Barclay, que comandou o episódio final de Dahmer: Um Canibal Americano (2022), se tornou a primeira pessoa negra a ser indicada em todas as três categorias de direção de séries.
Quem também faz história é a jovem Bella Ramsey, de The Last of Us, que se tornou a segunda pessoa abertamente não-binária a ser indicada. A adaptação do videogame também rendeu uma indicação para Keivonn Montreal Woodard, de 10 anos, que é o segundo ator surdo a ser nomeado na história do Emmy --e o artista masculino mais jovem a concorrer à premiação.
Por anos, a falta de representatividade no Emmy foi motivo de boicote entre os artistas. Falta de latinos e negros eram as principais reclamações. Mas, nas últimas cerimônias, cada vez mais a Academia tem valorizado profissionais das chamadas minorias. Um sopro de esperança claramente toma conta de Hollywood, mas ainda há passos largos a serem dados.
Ainda que sejam destaque entre os nomeados, as minorias poucas vezes são vistas ganhando os prêmios no Emmy. Em 2015, quando Viola Davis se tornou a primeira atriz negra a ser premiada por um papel principal, ela trouxe à tona em seu discurso importantes reflexões que chamaram a atenção para a necessidade de reformular as indicações.
Um ponto importante a ser levantado no Emmy 2023 é o etarismo. Ainda que os jovens tenham sido tão bem recebidos, faltaram indicações para atores mais velhos que brilharam em seus papéis, como Steve Martin, Shirley MacLaine (ambos de Only Murders in the Building), Harrison Ford e Helen Mirren (de 1923).
A 75ª edição do Emmy está marcada para ocorrer em 18 de setembro, mas a premiação pode ser afetada pela greve dos roteiristas, iniciada em 2 de maio, e pela paralisação dos atores, que começou na sexta-feira (14). Nenhuma das duas têm previsão de chegar ao fim. Escritores e artistas foram proibidos de participar de eventos de divulgação de seus projetos.
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