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CORTE DE GASTOS

Em dia de fúria, CNN fecha sucursal e demite até âncora que roubou da Globo

REPRODUÇÃO/ CNN BRASIL

Montagem de fotos com Monalisa Perrone, Sidney Rezende e Gloria Vanique na CNN Brasil

Monalisa Perrone, Sidney Rezende e Gloria Vanique foram demitidos no corte feito pela CNN

IVES FERRO E GABRIEL VAQUER

ives@noticiasdatv.com

Publicado em 1/12/2022 - 12h36
Atualizado em 1/12/2022 - 20h03

A CNN Brasil promoveu uma demissão em massa nesta quinta (1º). No escritório do Rio de Janeiro, houve dispensa de todos os funcionários e desativação da sucursal. Em São Paulo, Monalisa Perrone está entre os demitidos --ela deixou a Globo em 2019 após receber uma "proposta irrecusável" para fazer parte do elenco do canal.

Gloria Vanique, que também quis sair da líder de audiência para trabalhar na CNN, entrou na lista de dispensa. As âncoras Marcela Rahal e Isabella Faria, além do comentarista Boris Casoy, foram outros mandados embora. A CNN afirmou que as baixas se deram por uma "reestruturação das operações". Já durante à noite, a CNN Brasil demitiu a âncora Roberta Russo.

Os analistas Fernando Molica, Alexandre Borges e o âncora Sidney Rezende estão entre os demitidos do Rio de Janeiro. Em Brasília, foram dispensadas a editora Bessie C e uma pessoa do setor administrativo.

A repórter Danúbia Braga foi demitida em São Paulo. Stephanie Alves, até então apresentadora do Novo Dia, deixará o telejornal e passará a ser apresentadora esportiva. 

No início da tarde de quinta (1º), novos cortes aconteceram. Kenzô Machida, assim que chegou para trabalhar na sede de Brasília, foi dispensado. Ele era comentarista e apresentador das notícias da capital federal. Outra demitida foi Bruna Ostermann, repórter em Porto Alegre da CNN.

Por volta das 16h, mais cortes. Anthony Wells, repórter que cobria Copa do Mundo e fazia entradas para a CNN americana, foi dispensado. O mesmo ocorreu com Everton Souza, repórter factual no Rio de Janeiro. Bruna Carvalho, jornalista do Rio, e Gabrielle Ravasco, repórter da CNN em Santa Catarina, saíram. 

Os desligamentos também ocorreram na área Soft e em escritórios internacionais. A designer Rita Wu, que fazia o CNN Nosso Mundo, foi mandada. Heloísa Vilela, ex-correspondente de Record e Globo nos Estados Unidos, também teve o seu contrato rompido.

O canal fez um acordo com Monalisa Perrone, ex-Globo e um dos grandes nomes do canal. O contrato dela terminaria no ano que vem, e por isso a profissional receberá uma indenização pelos meses remanescentes. Gloria Vanique foi informada de seu desligamento no início da tarde. Ao todo, foram mais de 40 demissões.

Problema de gestão

Notícias da TV apurou que a manobra já era esperada internamente, por conta de problemas de gestão. Os funcionários do escritório desativado no Rio aguardam para retirar seus pertences de lá e assinarem os documentos de dispensa.

A reportagem teve acesso ao comunicado interno da CNN Brasil. A empresa alega que os dois principais objetivos da demissão em massa foram "fortalecer o DNA do canal" e "readequar custos ao cenário econômico do país". Com a ação, a direção espera ter condições para um equilíbrio financeiro em 2023.

Em agosto, a CNN Brasil demitiu 35% da equipe do Rio, com a justificativa de corte de custos e desinvestimento na cobertura no Estado. Naquele mês, o pente fino atingiu produtores, assistentes e secretários, e comentaristas eram os únicos poupados até então.

Já em novembro, após 19 meses no cargo, Renata Afonso pediu demissão do cargo de CEO. A saída aconteceu após a nomeação de João Camargo à presidência e de Acácio Luiz Costa à vice-presidência da CNN. Com as mudanças, a jornalista perdeu poderes e foi questionada pelas escolhas editoriais em um momento ruim no Ibope.

Confira abaixo o comunicado interno sobre as demissões desta quinta na íntegra:

"Em linha com a estratégia de fortalecimento do jornalismo, a coordenação da cobertura será concentrada em São Paulo e Brasília, duas praças que ganham relevância dado o contexto político e econômico nacional.

Em decorrência dessa nova lógica, a newsroom do Rio de Janeiro será desativada, sem prejuízo à cobertura. As mudanças incluem a readequação de programas, assim como da grade. O selo CNN Soft será remodelado para 2023.

Aos colegas que deixam a empresa, manifestamos o nosso profundo respeito e gratidão. A dedicação e o trabalho de cada um foram fundamentais para a construção e consolidação da CNN Brasil.

Decisões como essas exigem coragem, determinação e visão de futuro. As mudanças irão adequar a empresa ao novo cenário da indústria de mídia e abrirão espaço aos investimentos necessários para seguir entregando o jornalismo independente, relevante e de alta qualidade, marca registrada da CNN.

Este é o nosso compromisso com todos os colaboradores, com o mercado e com os milhões de brasileiros que confiam na CNN Brasil para tomar as melhores decisões".


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