Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Instagram
Youtube
TikTok

Memória da TV

Em 2001, Big Brother dos EUA avisou participantes sobre ataques de 11 de Setembro

SETH MCALLISTER/AFP

Momento em que segundo avião vai em direção ao World Trade Center, em 11 de setembro de 2001

Momento em que segundo avião vai em direção ao World Trade Center em 11 de setembro de 2001

THELL DE CASTRO

Publicado em 29/3/2020 - 5h34

Em 16 de março, o BBB20 contrariou sua principal regra e apresentou uma informação externa aos participantes: o mundo está vivendo a pandemia do novo coronavírus. Mas não foi a primeira vez que isso aconteceu. Nos Estados Unidos, em 2001, um acontecimento relacionado com uma participante obrigou o reality a contar sobre os atentados ocorridos em 11 de setembro naquele país.

Meses antes de estrear no Brasil, os norte-americanos produziam a segunda edição do Big Brother, que estreou em 5 de julho daquele ano, com exibição pela CBS. Eram 12 participantes, com confinamento de 82 dias, terminando em 20 de setembro.

Na reta final, quando restavam apenas três pessoas concorrendo ao prêmio de US$ 500 mil, ocorreram os atentados planejados pela Al-Qaeda, organização comandada por Osama Bin Laden (1957-2011), com o sequestro de quatro aviões comerciais, completa destruição do World Trade Center, em Nova York, e de parte do Pentágono, em Washington, causando a morte de quase 3 mil pessoas.

CLiff  lipson/cbs

A participante do Big Brother Monica Bailey; sua prima desapareceu no ataque terrorista

Uma das participantes do Big Brother, Monica Bailey, tinha uma prima, Tamitha Freeman, que trabalhava no WTC e desapareceu após a queda de uma das torres do empreendimento. A informação, no entanto, não foi dada para a casa logo no dia dos ataques terroristas.

Em 18 de setembro, os produtores do reality chamaram Monica no confessionário e lhe contaram o que havia ocorrido. De acordo com o produtor Arnold Shapiro, em entrevista à Entertainment Weekly em 5 de outubro daquele ano, a participante em nenhum momento fez menção de deixar a casa. Além disso, ela recusou uma oferta de falar com sua irmã.

"Se Monica tivesse ficado histérica, não teríamos demonstrado isso. Mas eles aceitaram, com choque e preocupação, mas com maturidade. Ela disse que provavelmente deixaria sua irmã irritada. Ela é uma pessoa estóica e lida com as coisas à sua maneira", explicou Shapiro.

Na mesma noite, os três participantes foram informados sobre os atentados. No entanto, não foi exibido nenhum vídeo dos acontecimentos para eles. "Isso significaria colocar uma TV na TV. Ninguém dentro pediu isso", enfatizou o produtor.

Will Kirby, vencedor da temporada, disse que eles eram provavelmente os únicos norte-americanos que não tinham a dimensão da gravidade dos ataques. "Sabíamos que havia ocorrido uma tragédia envolvendo aviões em Nova York. Essa foi realmente a extensão disso”, declarou à mesma reportagem.

Monica, atualmente com 58 anos, vive em Nova York e tentou seguir a carreira de atriz após o reality show. No entanto, participou apenas de um filme, em 2008. Ela foi uma das 20 eleitas para participar do Big Brother: All-Stars, em 2006, mas não acabou escolhida pelo público para entrar na casa.

Big Brother continua sendo produzido anualmente nos EUA e até hoje é exibido pela CBS. A 21ª edição do reality show foi ao ar entre 25 de junho e 25 de setembro de 2019, durando 99 dias e tendo, em média, 4,38 milhões de telespectadores por episódio.

A estreia da 22ª temporada estava confirmada pela emissora para o verão deste ano, mas a crise do novo coronavírus colocou a sua produção em dúvida. O Big Brother do Canadá, por exemplo, foi retirado do ar por causa da pandemia.


THELL DE CASTROé jornalista, editor do site TV História e autor do livro Dicionário da Televisão Brasileira. Siga no Twitter: @thelldecastro

Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.