OMAROSA
Divulgação/NBC
Omarosa Manigault com Donald Trump em entrevista para divulgar o Aprendiz Celebridades
LUCIANO GUARALDO
Publicado em 10/2/2018 - 5h55
A consultora política Omarosa Manigault, que trabalhou como assessora de Donald Trump no ano passado, detonou o presidente em sua primeira semana no Celebrity Big Brother, versão com famosos do reality show. Questionada sobre sua relação com o governante, ela disse que os Estados Unidos devem se preocupar com o futuro e que não votaria novamente em Trump numa próxima eleição: "Nunca mais, nem em um milhão de anos", resumiu, chorando.
Logo no primeiro dia do reality, que estreou na quarta (7) nos Estados Unidos, a ex-diretora de comunicação da Casa Branca comparou o confinamento com sua experiência no governo: "Aqui e lá, todo mundo quer te passar a perna".
No dia seguinte, ela mostrou arrependimento de ter feito parte do governo. "Os dois últimos anos foram muito difíceis. Eu fui tão leal a um homem [Trump] que não percebi que a minha lealdade me custou a amizade de cem pessoas", disse.
Em conversa com um dos colegas de confinamento, o apresentador Ross Matthews, Omarosa não poupou críticas. "Eu comecei a ser assombrada pelo Twitter dele. Tinha medo de imaginar o que ele ia escrever depois", disse.
"E ninguém fala nada para ele?", questionou Matthews. "Eu tentei, mas todos à volta dele começaram a me atacar. Diziam: 'Não deixem ela chegar perto dele'", lembrou.
Na sequência, o apresentador perguntou: "Você acha que devemos ter medo?". Omarosa, às lágrimas, apenas balançou a cabeça positivamente. "Não, por favor. Eu preciso que você negue, que diga que vamos ficar bem", implorou Matthews. "Não passo fazer isso", concluiu a assessora, dizendo que nunca mais votaria em Trump.
Omarosa pediu demissão do governo em 13 de dezembro, deixando seu cargo em 20 de janeiro. Oficialmente, ela diz que saiu por não concordar com algumas situações que presenciou. Nos bastidores, comenta-se que ela foi demitida após criticar abertamente o fato de a equipe de Trump ter poucos negros.
Em sua apresentação, a consultora política disse que o período que passou em Washington serviu para aprender uma coisa: "Você precisa vigiar as próprias costas [para não ser esfaqueado]. E, às vezes, precisa vigiar a sua frente também".
"Depois do ano muito interessante que eu tive [em 2017], estou ansiosa para ficar um pouco longe da imprensa. Acho que o mundo nem imagina que eu sou muito fã do Big Brother. E, agora que estou na casa, quero superar cada um dos desafios que surgirem no meu caminho", disse ela.
Confinamento com lutador e miss
Omarosa é uma das estrelas da primeira temporada com famosos da versão norte-americana do Big Brother, que já teve 19 edições com anônimos. A CBS investiu no novo formato para bater de frente com a transmissão dos Jogos Olímpicos de Inverno realizada pela concorrente NBC.
Na "Casa dos Artistas gringa", a consultora divide espaço com nomes curiosos, como o lutador de MMA Chuck Lidell, as atrizes Shannon Elizabeth (de American Pie) e Keshia Knight Pulliam (do The Cosby Show), os cantores Mark McGrath e James Maslow, o ex-jogador de basquete Metta World Peace e a ex-Miss Colômbia Ariadna Gutiérrez, que virou notícia ao ser anunciada erroneamente como a vencedora do Miss Universo pelo apresentador Steve Harvey.
O Celebrity Big Brother não é o primeiro reality de que a consultora participa. Em 2004, ela foi uma das concorrentes da temporada de estreia de O Aprendiz. Gananciosa e sem medo de jogar sujo, se tornou a grande vilã da edição. O apresentador Donald Trump, porém, gostou das táticas dela e a convidou para voltar a competir em duas edições do Aprendiz Celebridades, em 2008 e 2013.
Em 2016, Trump também a contratou para sua campanha presidencial e, após a inesperada vitória do empresário sobre Hillary Clinton, Omarosa foi anunciada como parte da equipe de transição que o ajudaria a se instalar na Casa Branca.
Durante seu período no governo, ela causou polêmica ao assinar uma de suas cartas como "A Honorável Omarosa Manigault". O prefixo, comumente destinado a quem ocupa cargos públicos no governo norte-americano, não poderia ser autoatribuído.
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