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ÂNCORA DA GLOBONEWS

De pé às 5h, Camila Bomfim encarou desafio inédito, intenso e quente nas eleições

REPRODUÇÃO/GLOBONEWS

Imagem de Camila Bomfim no Conexão GloboNews

Camila Bomfim no Conexão GloboNews; âncora detalha bastidores da cobertura das eleições

As eleições de 2022 chegam ao fim neste domingo (30), e a disputa entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) não deu um minuto de paz aos jornalistas. Titular do Conexão GloboNews, Camila Bomfim encarou um desafio inédito neste pleito e, de pé diariamente às 5h, ela viveu momentos intensos e quentes a cada novo capítulo da novela política brasileira.

"Acordo às 5h da manhã, leio todo os jornais. Na noite anterior, já falei com as fontes das campanhas, suas respectivas alas políticas, que também são bem-informadas sobre a vida política para além da eleição, e de manhã --não às 5h da manhã-- disparo mais pedidos e ligações para atualizações sobre o que aconteceu da noite para o dia", detalha Camila em entrevista exclusiva ao Notícias da TV.

Nascida e criada em Brasília, Camila construiu sua trajetória como repórter de política e integrou o time do Jornal Nacional na capital federal. Desde o ano passado, ela comanda o matinal Conexão GloboNews, um dos principais jornais do canal por assinatura.

Assim, ela teve que cobrir o atual pleito direto dos estúdios da Globo em Brasília, e não no calor das ruas, como fazia quando era repórter: "Na GloboNews é tudo mais intenso e quente, o fato acontece, e a gente vai vivenciando tudo na mesma hora que o assinante. A diferença para mim é que agora associo essa rapidez com a minha experiência de cobertura política e de reportagens investigativas no JN".

A bola quicou, a gente chuta para o gol. Ou seja: o fato aconteceu, descrevo, dou contexto, bastidor, analiso e jogo junto com a equipe do Conexão.

A jornalista argumenta que a profissão trouxe uma "vida sem tédios" e ela é enfática: "Em Brasília, de tédio jamais morreremos".

Confira a entrevista de Camila Bomfim para o Notícias da TV:

Notícias da TV - Essa foi a primeira eleição que você cobriu como âncora. Como está sendo a experiência?

Camila Bomfim - Sim. Na GloboNews é tudo mais intenso e quente, o fato acontece, e a gente vai vivenciando tudo na mesma hora que o assinante. A diferença para mim é que agora associo essa rapidez com a minha experiência de cobertura política e de reportagens investigativas no JN. A bola quicou, a gente chuta para o gol. Ou seja: o fato aconteceu, descrevo, dou contexto, bastidor, analiso e jogo junto com a equipe do Conexão.

Como você se preparou para essa cobertura eleitoral e buscou sempre estar conectada a temperatura das campanhas, mesmo não estando no corpo a corpo como os repórteres?

A essência do jornalismo é conversar, ouvir, descobrir. Eu nunca deixei de conversar com fontes. Não tem sensação melhor do que a de descobrir uma coisa exclusiva, um bastidor e poder contar no ar. Eu penso que apuração é um sistema que se retroalimenta: quanto mais você faz, mais informação você tem.

No estúdio consigo dar furo ao vivo, informação multiplataforma (o que dou no Conexão, também publico no g1 e mostro tudo ao mesmo tempo). As pessoas assistem à TV com o celular na mão, então reproduzo esse formato também no Conexão.

Como uma brasiliense nascida e criada no quadradinho, você percebe mudanças na cidade durante esse período das eleições? Algo dessa disputa eleitoral despertou mais a sua atenção e refletiu no seu dia a dia?

Nascida no berço da política, acho que fiquei com esse radar afiado (risos). Percebo que, no lugar das tradicionais manifestações na Esplanada dos Ministérios, tem havido também uma intensificação das conversas dentro de gabinetes, palácios ou até dentro das igrejas.

A pandemia também pesou nessa nova configuração, mas percebo isso como um novo movimento também. E está mais beligerante o clima entre eleitores, e isso ecoa no país inteiro.

O Conexão é um dos principais jornais do canal e, nas últimas semanas, Brasília teve muito destaque na atração. Como está sendo essa experiência de focar nas eleições sem esquecer da vida parlamentar da capital federal, que segue a todo vapor. Você tem algum planejamento para não confundir todas as áreas que precisa acompanhar?

Meu plano chama: ser CDF [cabeça de ferro] (risos). Fui assim na escola a vida toda. Adoro um mergulho profundo. Leio e falo com fontes o tempo todo, inclusive --e principalmente-- durante o jornal. Quando eu aparecer olhando para o notebook ou para o celular na tela, pode saber que é isso. Gosto de estar atualizada a ponto de conseguir resumir: hoje o dia vai por aqui, o foco é nesse assunto, e esse outro tema é para onde a gente tem olhar em seguida.

E, para apresentar um jornal matinal, como ficou a sua rotina? Começa a se preparar para o jornal em qual horário, como é essa preparação diária?

Sigo a linha: notícia não marca hora com a gente. Então, minhas fontes sabem que estou online para toda informação nova, quente. Claro, deixo todas avisadas que, pela manhã, durante o jornal ou nas horas que o antecedem, o que acontecer de importante eu quero prioridade.

Sobre preparação: meu combo é imersão. Leitura, fontes, rechecagem. Acordo 5h da manhã, leio todo os jornais. Na noite anterior, já falei com as fontes das campanhas, suas respectivas alas políticas, que também são bem-informadas sobre a vida política para além da eleição, e de manhã --não às 5h da manhã-- disparo mais pedidos e ligações para atualizações sobre o que aconteceu da noite para o dia.

Quando o assunto sai da seara política, aplico a mesma lógica: leitura e falar com fontes e analistas. Quanto mais a gente conversa sobre um assunto mais a gente fica íntimo do tema, e assim a gente explica melhor para o assinante.

Você tem uma trajetória consolidada no jornalismo. Sei que cada eleição é diferente, mas algo nesse pleito chamou mais a sua atenção? Daqui a cinco anos, o que você acredita que será a sua primeira lembrança quando te perguntarem sobre essas eleições?

Inegavelmente as fake news terão um peso nessa eleição a ser estudado e deixarão um legado sobre a necessidade de interromper esse ciclo. A polarização do país em um nível de agressividade nunca visto, a intolerância, assédios eleitorais e os ataques à democracia também marcaram essa eleição; 2022 é um misto de tudo ao mesmo tempo agora.

Nestas últimas semanas, ocorreu alguma história curiosa ou inusitada durante essa cobertura?

É o que mais tem. Meu celular já caiu ao vivo do púlpito durante o Conexão, o ponto caiu do meu ouvido, e eu peguei no ar, quase uma atleta. O que me marcou recentemente, mais pelo simbolismo, foi o plantão do cortejo da rainha Elizabeth (1926-2022).

Fiz a transmissão durante seis horas e meia no ar. Terminei e fui para casa. No carro, ao sentar, percebi um volume estranho atrás de mim no banco, na altura da cintura. Pulei de susto, pensei que era um bicho. Era a caixa do microfone. Saí microfonada e com ponto para casa. Microfone e ponto são quase órgãos, extensão do corpo.

Como você sai dessa eleição como profissional? Tem uma sensação de dever cumprido, já quer voltar a viver essa experiência em 2024/2026?

Eu sempre tenho a sensação de que tem mais por fazer e descobrir. Sinceramente, acho que isso é que me move a elaborar coisas novas na minha carreira.

Saio mais experiente, mais confiante, mais cansada e também mais feliz porque tenho a sorte de ser viciada em notícia, apuro por ofício e por curiosidade também. Sei descansar nas horas vagas, mas também sei aproveitar o que o jornalismo me oferece: uma vida sem tédio. Em Brasília, de tédio jamais morreremos.


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