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'ABRACEI AS MISSÕES'

De carrapata de Dilma a âncora, Andréia Sadi enfrenta desafio inédito na TV

REPRODUÇÃO/GLOBOPLAY

Imagem de Andréia Sadi no Estúdio i

Andréia Sadi no Estúdio i; jornalista enfrenta desafio inédito na carreira em nova fase na TV

ERICK MATHEUS NERY e GABRIEL VAQUER

erickmatheusnery.jor@gmail.com

Publicado em 11/6/2022 - 7h00

O ano de 2022 trouxe um desafio inédito para Andréia Sadi: cobrir uma eleição presidencial como âncora de um telejornal, o Estúdio i. E apenas doze anos separam a atual comandante da atração diária da Globonews da "carrapata" de Dilma Rousseff (PT) em 2010. "Abracei todas as missões que me entregaram", define a jornalista.

O nome do parasita é usado no jargão jornalístico para descrever o repórter responsável por acompanhar um candidato político, função que Andréia ocupava na época. Ficar "grudada" na ex-presidenta, no entanto, foi só um dos degraus da carreira de sucesso que teve uma guinada nos últimos dez anos.

"Acredito muito em energia, em trabalhar com o que se ama e deixar as coisas fluírem. No jornalismo, para mim, assim como na vida, sempre foi assim", complementa Andréia em entrevista ao Notícias da TV.

Na segunda-feira (6), a jornalista assumiu o posto deixado por Maria Beltrão com uma cobertura delicada: o desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. Com sua vasta agenda de contatos, Andréia logo levou para o jornal ao vivo a líder indígena Sonia Guajajara, o assessor jurídico da Univaja (União dos Povos Indígenas do Vale do Javari), Eliesio Marubo, e o prefeito de Atalaia do Norte (AM) Denis Paiva (PSC).

"O meu foco é e será sempre trazer o máximo de informação e atualização sobre os temas que mobilizam a sociedade. Tendo as apurações, os temas, a gente faz a reunião de pauta e decide o que vai ao ar, como e de que forma", afirma. Na estreia, a atração conseguiu zerar a audiência das concorrentes CNN Brasil e Jovem Pan.

Além disso, os últimos anos vieram acompanhados de intensas mudanças na vida pessoal, como o casamento com André Rizek e a maternidade dos gêmeos Pedro e João. "Às vezes nem acredito que tudo aconteceu ao mesmo tempo. Mas não planejo muito, porque acho que se a gente planeja acaba não fazendo", admite.

Confira a entrevista de Andréia Sadi:

Notícias da TV - Antes do Estúdio i, sua rotina envolvia blog, rádio, Jornal Hoje, Papo de Política e os comentários ao longo da programação da GloboNews. Com o comando do Estúdio i, ocorreram mudanças na sua rotina? Como está sendo essa adaptação para a vida de âncora?

Andréia Sadi - Eu mantenho a mesma rotina de apuração, com a diferença que, agora, tudo é direcionado pensando no espelho [roteiro do jornal] do Estúdio i. Acordo às 6h, leio os jornais, vejo as redes sociais e o Diário Oficial para saber se tem alguma novidade e, a partir do que penso como "quente" do dia, começo a ligar para as fontes para fazer as apurações.

Também penso em como a cobertura do programa pode trazer as informações mais atualizadas enquanto ele está no ar, como foi essa semana, por exemplo, com o desaparecimento do Dom Phillips e do Bruno Pereira. Chamei o Eliesio Marubo, a Sonia Guajajara, o prefeito de Atalaia do Norte ao vivo.

O meu foco é e será sempre trazer o máximo de informação e atualização sobre os temas que mobilizam a sociedade. Tendo as apurações, os temas, a gente faz a reunião de pauta e decide o que vai ao ar, como e de que forma.

Em entrevistas anteriores, você disse que tinha praticamente uma vida de parlamentar, com viagens semanais para Brasília e a ponte aérea Rio-SP. Agora, com a base fixa no Rio de Janeiro, como está funcionando a sua logística para apurar, conversar com as fontes?

Nos intervalos, eu aproveito para olhar as redes sociais, responder as fontes, checar mais alguma informação para atualizar os próximos comentários, e também aproveito para trocar com os comentaristas que estão no estúdio sobre os próximos temas que vamos tratar.

Um dos diferenciais do Estúdio i é o tom mais conversado do telejornal, uma das principais características da Maria Beltrão. Você pretende manter essa linguagem na atração?

A essência do programa, que é a conversa, a troca, o bate-papo, continua. O meu objetivo é trazer mais atualização, notícias exclusivas, bastidores, análises, enquanto as notícias estão acontecendo, uma característica da GloboNews também. A nossa ideia é integrar cada vez mais. Queremos que o assinante que está assistindo se sinta parte daquela roda de conversa.

Num ano de eleição queremos intensificar isso e trazer o público para mais perto. Saber o que está repercutindo nas redes sociais a partir do que estamos falando, fazer essa troca, dizer o que eles estão comentando. Ter o feedback das pessoas enquanto a discussão está acontecendo acrescenta ao debate.

Você sabe que seu nome é praticamente um sinônimo de informações e bastidores políticos. E, olhando para a sua trajetória, cerca de uma década separa a Andréia Sadi apresentadora do Estúdio i da Andréia Sadi "carrapata" da Dilma Rousseff. Aquela "carrapata" se via na atual posição? No comando de um telejornal diário, sendo referência na área?

Eu acredito muito em energia, em trabalhar com o que se ama e deixar as coisas fluírem. No jornalismo, para mim, assim como na vida, sempre foi assim: fui abraçando todas as missões que me entregaram --como o Estúdio i-- com responsabilidade, dedicação e muito respeito.

Nesses últimos anos, muita coisa ocorreu na sua vida em um curto espaço de tempo, como esse crescimento profissional, a maternidade, o casamento com o André Rizek. Como foi e como é administrar tudo isso ao mesmo tempo? Você se assusta com essa mudança radical?

Às vezes nem acredito que tudo aconteceu ao mesmo tempo. Mas não planejo muito, porque acho que se a gente planeja acaba não fazendo. Meu compromisso é ser feliz e garantir a felicidade e saúde dos meus filhos, da minha família. E eu sou muito feliz trabalhando no que amo.

No futuro, se o João ou o Pedro disserem que querem ser jornalistas, qual será a sua reação? Já tem algum recado pronto para eles?

Calma, gente. Deixa os dois brincarem primeiro no parquinho? (risos)

Sabemos que as eleições deste ano serão bem intensas e polarizadas, não só na disputa presidencial, como também na estadual. Qual é a sua expectativa para este pleito e, com esse novo posto de apresentadora, sente que terá mais responsabilidade e trabalho nessa cobertura?

Eu cubro eleições, entre municipais e presidenciais, desde 2008. E me preparo para essa cobertura, que exige muita dedicação e responsabilidade. Esta será a primeira na função de âncora. São muitas horas no ar e muito tempo fora do ar na apuração também. Minha expectativa é de trazer a melhor cobertura, com os bastidores, análises e comentários no Estúdio i, sempre pensando no nosso diferencial: tudo muito quente, abordando sempre os principais temas da campanha no programa.


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