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Doc da HBO

Como um policial fanfarrão descobriu fraude milionária em joguinho do McDonald's

Imagens: Reprodução/HBO

O agente Doug Mathews (de camisa cinza) em ação do FBI ao lado de Michael Hoover, no doc da HBO

O agente Doug Mathews (de camisa cinza) em ação do FBI ao lado de Michael Hoover, no doc da HBO

JOÃO DA PAZ

Publicado em 10/2/2020 - 5h07

Lembra aquele joguinho de Banco Imobiliário do McDonald's, com selos que vinham nas embalagens dos lanches para serem colados em um tabuleiro? O cliente podia até ganhar prêmios instantâneos. Nos Estados Unidos, durante a década de 1990, um esquema roubou US$ 24 milhões (R$ 103 milhões, na cotação atual) da rede de fast-food, e um policial fanfarrão do FBI foi quem desvendou essa fraude.

A história épica é detalhada no documentário McMillions, que estreia na HBO nesta segunda-feira (10), às 23h --também disponível no aplicativo HBO Go. O herói da saga é o agente especial Doug Mathews, que dá detalhes riquíssimos sobre como ele armou uma cilada para descobrir quem estava por trás do plano criminoso.

A história é longa e complexa, tanto que o documentário tem seis partes, a serem exibidas nas noites de segunda. O início de tudo é instigante e dá vontade de acompanhar o desenrolar da investigação nos outros episódios.

O agente especial Doug Mathews é o figuraça que rouba a cena no documentário McMillions

A força-tarefa nasceu no ano 2000, quando Mathews, "morto de tédio" (como ele mesmo define no documentário), trabalhando em casos de fraude em planos de saúde, tropeçou meio que sem querer no caso.

Andando de lá para cá no escritório do FBI em Jacksonville (Estado da Flórida), longe do glamour e do agito das cidades de Miami e Nova York, o policial passou na mesa de um colega e viu um post-it com as palavras: McDonald's, fraude e Monopoly (além de um ponto de interrogação no final do bilhete).

Esse seu amigo lhe contou o seguinte: "Ah, alguém ligou aqui e disse que o Monopoly [nome em inglês do jogo Banco Imobiliário], do McDonald's, é uma farsa". Mathews pegou a anotação rapidamente e falou: "Me dá isso, que deve ser mais divertido do que essa merda com os planos de saúde". Ele tinha razão.

Cena de McMillions com uma embalagem de batata frita que trazia um selo do joguinho Monopoly

O documentário pinta Mathews como o palhaço do escritório, apelidado de George, personagem boa-praça de Seinfeld (1989-1998), pelas peripécias protagonizadas durante as reuniões.

Desenrolado, ele pegou o telefone da fonte anônima, ligou para ela e recebeu a base de sua investigação. A pessoa lhe passou três nomes que venceram o prêmio instantâneo de US$ 1 milhão e afirmou: "Eu sei que o joguinho é uma marmelada porque elas são parentes".

Os colegas sisudos de Mathews tratavam o caso seguindo à risca o protocolo interno. Ou seja, com cautela. Mas ele queria ação e insistia que deveria ser montada uma missão secreta para pegar os bandidos. Depois de tanto encher o saco, seus superiores acataram a ideia do plano, que tinha aspectos insanos.

O que Mathews propôs foi transformar agentes do FBI em integrantes de uma produtora para irem na casa de um novo milionário e fazer uma gravação, algo que o McDonald's tinha como praxe, para mostrar ao público o vencedor do grande prêmio. Mathews bancou o diretor, mesmo não sabendo nada dessa área.

A tarefa arriscada foi o pulo do gato. No ano 2000, uma entrevista com Michael Hoover, o premiado milionário da vez, serviu de pretexto para arrancar algumas informações e instalar escutas na casa dele.

E a partir daí o FBI coletou nomes e começou a montar o organograma do esquema que envolvia gente de todo tipo, como donas de casa, mafiosos e traficantes. O escritório de Jacksonville, que era conhecido por ser um reduto de veteranos próximos da aposentadoria, virou o centro das atenções, pois os agentes estavam prestes a desmascarar um mecanismo criminal de proporções gigantescas.

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