TIZUKA YAMASAKI
FOTOS: DIVULGAÇÃO/CANAL E!
Cineasta Tizuka Yamasaki vai dirigir programa sobre preconceito contra nipo-brasileiras
Aos 73 anos, Tizuka Yamasaki vai revirar suas próprias feridas no novo programa que dirigirá para o canal pago E!: Mulheres Asiáticas. A atração tem previsão de começar a ser gravada em abril e estreará no segundo semestre deste ano com as histórias de brasileiras que cresceram sem representatividade no país. "É uma oportunidade de a gente falar sobre essa segregação que existe", diz a cineasta.
Para Tizuka, é necessário mostrar que muita gente sofre com isso. O programa será apresentado por Jacqueline Sato e também retratará o lado positivo, buscando quebrar preconceitos criados como o de que mulheres nipo-brasileiras são submissas e todas iguais.
"Que vejam a gente não apenas como china e japa, mas vejam que a gente tem currículo, sentimento e compromisso com uma cultura milenar que muito contribuiu aqui com o Brasil", declara a veterana, que completa:
Se fala muito sobre preconceito de pessoas de pele preta, indígenas e, às vezes, até quando a pessoa é branca demais. E a coisa dos orientais passa batido. Então, é como se não existisse. Eu lembro que falavam que japonês não tem problema nenhum, porque japonês é como se fosse um segmento da população que passasse isento desse preconceito.
Ela também lembra como isso a marcou na infância. "Na verdade, quando a gente é criança, a gente sente muito isso. Me chamavam de china e japa, e eu não entendia porque eu era brasileira, nunca tinha saído do Brasil."
Tizuka e Jacqueline Sato mostrarão na primeira temporada de Mulheres Asiáticas a multiplicidade das nipo-brasileiras. As duas vão abordar o movimento de "dessilenciamento". "Crescemos orientadas a não incomodar, mas a gente se incomoda", reforça Tizuka.
Na série, cada episódio trará duas mulheres asiáticas, compartilhando suas experiências. O objetivo é fazer o público entrar no universo delas e descobrir como enfrentam os desafios da ancestralidade, da cultura e de suas características físicas.
Mulheres Asiáticas foca também em acabar com estereótipos e piadas que só reforçam a sensação de não pertencimento que essa parcela de brasileiros enfrenta. Nas próximas temporadas, as nipo-brasileiras sairão de cena para a atração retratar pessoas de origens diferentes, como coreanas, chinesas, indianas e tailandesas.
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