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RECLAMAÇÕES EXPLODIRAM

Sem UFC na Globo, Combate sofre nocaute de assinantes revoltados

DIVULGAÇÃO/UFC

Amanda Nunes em luta no UFC 277

Amanda Nunes no UFC; o canal Combate não oferece mais o principal evento de MMA do mundo

VINÍCIUS ANDRADE

vinicius@noticiasdatv.com

Publicado em 10/1/2023 - 6h35

Sem o seu carro-chefe desde o início deste ano, o Combate se tornou alvo de uma série de queixas no site Reclame Aqui. Motivo: os clientes que compraram o pacote anual do pay-per-view descobriram, após a virada do ano, que não tem mais direito a assistir ao UFC (Ultimate Fighting Championship) na plataforma.

O campeonato de MMA deixou a Globo após 10 anos e será atração da Band, que vai passar até 12 eventos ao vivo anualmente em TV aberta. Já o pay-per-view também é outro: no lugar do Combate, o assinante interessado em ter acesso ao conteúdo completo da competição precisa se tornar cliente do Fight Pass.

A troca de plataformas do UFC deixou usuários do Combate revoltados. Somente nos dez primeiros dias de 2023, foram mais de 30 reclamações, um aumento de 170% em relação à média dos últimos seis meses.

A maior parte das queixas é feita por clientes que compraram o pacote anual, que atualmente sai por R$ 238,80 (ou 12 vezes de R$ 19,90). Nessa modalidade de assinatura, a pessoa paga por um valor mais baixo do que o mensal, mas com a condição de que ela não pode cancelar durante o período de um ano.

Nas letras miúdas do rodapé da página de venda, o Combate informa que a "variedade de franquias, lutas e eventos disponíveis pode ser alterada a qualquer tempo", mas parte dos consumidores não aceita o novo catálogo.

Um dos reclamantes publicou um texto no último dia 2 e disse ter sido enganado pela empresa, ao efetuar a assinatura anual em junho do ano passado. "Na ocasião, o canal divulgou uma propaganda com um desconto para assinatura anual. O que não foi dito na ocasião é que a Globo não iria renovar os direitos de transmissão dos eventos, pois o UFC tinha planos de entrar com a plataforma de streaming UFC Pass no Brasil", começou ele:

Como outros consumidores fui surpreendido com a notícia e ao tentar cancelar assinatura na data de hoje, fiquei decepcionado com a postura do canal. O cancelamento será realizado a partir de 17/06/23 e terei que pagar cinco parcelas sem ter o conteúdo do UFC [única razão] que contratei para assistir.

Ele entende que a Globo "propositalmente fez uma oferta para receber o valor de um conteúdo que ela já sabia que não teria disponível em 2023" e cobra "o ressarcimento das parcelas no meu cartão de crédito de janeiro a junho de 2023".

O que diz o Combate?

O canal tem publicado uma resposta semelhante aos usuários que vão ao Reclame Aqui cobrar ressarcimento do plano anual. Ao consumidor que assinou em junho, a empresa informou:

"Sua contratação foi realizada em 18 de junho 2022, portanto não está elegível ao prazo Código de Defesa do Consumidor [de sete dias]. A cobrança é realizada por disponibilidade do serviço e existe a possibilidade do cancelamento e estorno dentro dos primeiros dias de contratação na primeira compra para estes casos, mas não houve solicitação no prazo", explicou.

Além disso, o Combate tenta convencer o consumidor que a plataforma continuará oferecendo outros eventos ao longo do ano. "Tem muito evento para rolar ainda, além do melhor do boxe, jiu-jitsu e kickboxing que você só encontra por aqui", escreveu a companhia.

A Globo tentou reforçar o Combate recentemente com a compra dos direitos de transmissão do One Championship, maior evento de MMA (Artes Marciais Mistas) da Ásia e principal concorrente do UFC (Ultimate Fighting Championship).

Também adquiriu a Top Rank, promotora de lutas com grandes nomes do boxe, como Sugar Ray Leonard, Oscar de La Hoya, Floyd Mayweather, Robson Conceição e Esquiva Falcão. Outra competição comprada foi a Glory, maior evento de kickboxing do mundo.

Conforme o Notícias da TV antecipou, até o ano passado o Combate rendia um faturamento de R$ 7,9 milhões mensal para o Grupo Globo. Anualmente, a arrecadação chegava a R$ 95,7 milhões --valor que tende a cair sem o UFC.


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