NÃO TERMINA?
DIVULGAÇÃO/TV GLOBO
Luís Roberto é o principal narrador da Globo: emissora se incomoda com inquérito do Cade
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) renovou na última terça-feira (2), por mais 60 dias, um inquérito administrativo que investiga o suposto monopólio da Globo nas transmissões esportivas. O problema é que a ação está parada desde maio de 2021, sem novidades. A enrolação tem irritado a emissora nos bastidores.
O Notícias da TV apurou que a Globo está tranquila com a alegação de monopólio, mas tem se irritado com as sucessivas renovações do inquérito que não trazem novidades. Internamente, circulava uma explicação de que o caso não era encerrado por causa do governo Jair Bolsonaro, encerrado em dezembro.
Agora, entende-se que o Cade apenas está prolongando o caso para encontrar alguma questão que possa causar danos à empresa. Com a nova renovação, o inquérito investigativo fica no conselho até julho, quando será decidido pelo seu arquivamento ou pela sua renovação por mais 60 dias.
"Tendo em vista as especificidades do setor, o volume de informações constantes dos autos, as demais circunstâncias do caso concreto e a necessidade de complementação da instrução realizada, faz-se necessário tempo adicional para que os elementos trazidos aos autos possam ser analisados com a profundidade necessária e esperada", diz o documento que justificou a renovação do inquérito.
A decisão não traz mais detalhes sobre os motivos de o processo estar parado. A última movimentação do caso ocorreu em 14 de maio de 2021, quando a Globo respondeu ao Cade sobre o assunto e questionou a duração extensa do inquérito.
Segundo a emissora, a atual direção do Cade apenas ressuscita um velho assunto que já foi investigado várias vezes e sobre o qual nada teria sido encontrado contra a Globo. O órgão ignorou os argumentos e já renovou o processo outras quatro vezes, sem inserir novos elementos.
Procurado desde a manhã de sexta-feira (5) pelo Notícias da TV, o Cade não respondeu aos contatos da reportagem.
O Cade começou a averiguação de um possível monopólio esportivo da Globo em 2019. Inicialmente, tratava-se de um inquérito para esclarecer a suposta desvantagem do contrato do Fortaleza com a atual Warner Bros. Discovery para o Brasileirão. Em 2020, porém, o conselho transformou o caso em investigação contra a Globo.
Clubes alegaram receber menos dinheiro da Globo por terem fechado com a Warner. A emissora argumentou que essa questão já estava esclarecida numa investigação feita pelo próprio Cade em 2016. O órgão seguiu com o inquérito mesmo assim e tentou correr atrás até de acordos sobre torneios de vôlei.
A CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) chegou a defender a emissora, afirmou que a Globo é a única que cumpre os contratos com a modalidade e que não vê monopólio. O mesmo ocorreu com outros clubes de futebol consultados pelo Cade.
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