Memória da TV
Reprodução/SBT
Na década de 1980, o palhaço Bozo e seus amigos faziam muito sucesso na programação do SBT
Publicado em 14/7/2019 - 7h04
Sem TV por assinatura, internet, plataformas de streaming e afins, as crianças dos anos 1980 tinham na televisão aberta uma espécie de babá eletrônica. Praticamente todos os canais exibiam atrações voltadas para os baixinhos, especialmente o SBT, que dedicava boa parte de sua programação da manhã e da tarde para o gênero.
Em 1983, por exemplo, a Globo tinha poucos programas infantis. O Balão Mágico (1983-1986), com a participação de Simony e seus companheiros de grupo, era exibido de segunda a sexta, das 11h às 12h15. Em seguida, ia ao ar um episódio do Sítio do Picapau Amarelo (1977-1986).
Isso mudou a partir de 30 de junho de 1986, quando estreou o Xou da Xuxa, que começava às 8h e seguia até a hora do almoço. A atração ficou no ar até 31 de dezembro de 1992.
O canal de Silvio Santos, em compensação, desde 1980 tinha o palhaço Bozo no ar logo pela manhã e assim seguia até o fim da tarde, com alguns intervalos para outros programas, como O Povo na TV. Bozo ficou na programação até 1991.
O SBT também exibia o Clube do Mickey, com desenhos de Walt Disney, e animações que marcaram gerações e estão no ar até hoje: Pernalonga, Pica Pau, A Pantera Cor de Rosa, Papa Léguas, Popeye, entre muitos outros.
Os mexicanos Chaves e Chapolin estrearam timidamente em 1984, dentro do Bozo, e logo conquistaram o público. Chegaram a ser exibidos no horário nobre e incomodaram a Globo no final daquela década.
Depois da "era Bozo", o SBT teve atrações como Show Maravilha (1987-1994), com Mara Maravilha; Oradukapeta (1987-1990), com Sérgio Mallandro; e Dó Ré Mi Fá Sol La Simony (1988-1989), com Simony, abrindo caminho para nomes que viriam nos anos 1990, como Eliana.
Outra emissora que sempre se destacou no trato com as crianças foi a Cultura. Ela conquistava a garotada com atrações como Bambalalão (1977-1990), comandado por Gigi Anhelli e Silvana Teixeira, Catavento (1985) e Curumim (1981-1985), entre outros. Em 1990, chegaria o Rá-Tim-Bum (1990-1994), que marcou época e foi sucesso de público e crítica.
A Manchete tinha o Clube da Criança (1983-1998), que revelou nomes como Xuxa e Angélica, além das séries japonesas, como Jaspion. A Record, com séries e desenhos, e a Bandeirantes, mais focada em esportes, investiam menos, mas também dedicavam horários para as crianças.
Há alguns anos, a programação infantil praticamente desapareceu da TV aberta, restando ainda alguns horários no SBT e na Cultura. O principal motivo alegado pelos canais é a restrição de publicidade infantil, efetivada em 2014 pelo governo, que inviabiliza economicamente as atrações.
A Globo, por exemplo, desativou o horário em 2015, com o fim da TV Globinho (2000-2015) –fato que gera reclamações até hoje. Além disso, canais da TV paga como Discovery Kids e Cartoon Network são campeões de audiência, pescando boa parte desse público. Plataformas como YouTube e Netflix também crescem a cada dia na preferência dos baixinhos.
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