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REPRODUÇÃO/JOVEM PAN
William Travassos na Jovem Pan em 2022: apoiador de Jair Bolsonaro venceu ação contra Record
Conhecido por apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais, o jornalista William Travassos ganhou o processo na Justiça do Trabalho que movia contra a Record, emissora na qual foi apresentador entre 2004 e 2018. Ele pediu reconhecimento de vínculo trabalhista e pagamento de direitos como 13º salário durante os 14 anos que prestou serviços à empresa.
O Notícias da TV teve acesso à sentença em primeira mão. A ação estava orçada em R$ 9,1 milhões, mas Travassos não teve todos os pedidos acatados --a denúncia de suposto dano moral e material foi rejeitada pela juíza Valéria Nicolau Sanchez. A decisão ainda cabe recurso em esferas judiciais maiores, como o TST (Tribunal Superior do Trabalho).
No processo, William Travassos relata que foi contratado pelo modelo de PJ (pessoa jurídica), no qual o funcionário recebe mais dinheiro, mas não tem benefícios da CLT (Carteira de Trabalho). O jornalista afirmou que foi obrigado a entrar neste modelo por política da empresa, o que burla a legislação.
O argumento foi aceito e o vínculo de empregado reconhecido, juntamente com a obrigação da Record de pagar o que lhe foi devido, além de verbas de rescisão contratual.
William Travassos também solicitou o pagamento de uma indenização por dano moral e material contra a Record. Nos autos, o ex-comandante dos jornais SP no Ar e Cidade Alerta afirmou que foi colocado na geladeira pelo então vice-presidente de Jornalismo da emissora, Douglas Tavolaro, por não aceitar uma redução salarial proposta em 2015.
Segundo o apresentador, ele ficou de sobreaviso para substituir titulares nos telejornais, mas sem ter o próprio programa. A "punição" teria ocorrido durante três anos e meio, entre abril de 2015 e novembro de 2018, quando o contrato chegou ao fim.
"[Travassos] Alega que a atitude da reclamada [Record] teve o intuito de humilhar o reclamante, mitigar sua vontade e obrigá-lo a concordar com uma alteração contratual ilícita", diz o documento.
William Travassos, porém, não conseguiu provar este ponto e teve seu pedido de dano moral negado. Com isso, a condenação da Record se fixou em R$ 400 mil, mais os cálculos de verbas indenizatórias trabalhistas que serão pagas pela emissora paulista --o valor total ainda é incerto.
A expectativa é que a cifra ultrapasse a casa de R$ 2 milhões, pelo tempo de serviço de William Travassos na Record. O Notícias da TV tentou falar com o jornalista durante a última segunda-feira (8), mas não obteve sucesso. Caso ele se pronuncie, a reportagem será atualizada. Procurada, a Record disse que não vai comentar o caso.
Após sair da Record, Travassos trabalhou durante dois anos na Jovem Pan. Ele deixou a emissora em janeiro deste ano em uma reformulação após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais do ano passado.
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