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PREJUÍZO

Jovem Pan paga caro por apoio a Bolsonaro e perde mais de R$ 830 mil de anunciantes

DIVULGAÇÃO/JOVEM PAN

Vitor Brown usa terno e está no cenário do programa Os Pingos nos Is

Vitor Brown apresenta o programa Os Pingos nos Is; Jovem Pan enfrenta perda de anúncios

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 13/2/2023 - 9h56

Além de ter virado alvo de um inquérito do Ministério Público Federal (MPF), a Jovem Pan tem enfrentado no bolso as consequências por ter apoiado Jair Bolsonaro (PL) nos últimos anos. Acusado de incentivar golpistas e divulgar fake news, o canal de notícias teve um prejuízo de R$ 837.747,28 com a perda de dois contratos de anunciantes em um único mês.

Uma reportagem do Intercept Brasil revelou nesta segunda (13) uma troca de e-mails entre executivos do Grupo Jovem Pan lamentando a perda frequente de receitas em anúncios publicitários. Os documentos são de janeiro deste ano e mostram a insatisfação dos diretores da empresa.

Os e-mails fazem parte do processo que a emissora abriu no Tribunal de Justiça de São Paulo contra o movimento Sleeping Giants Brasil, que incentiva que empresas privadas deixem de patrocinar veículos que propaguem discurso de ódio. 

Criado em 2020, o grupo é responsável pela campanha Desmonetiza Jovem Pan, que pressiona os patrocinadores da emissora a cancelarem seus contratos. Duas montadoras de carros optaram por romper com o canal de notícias nos últimos meses.

Em um dos e-mails aos quais o Intercept Brasil teve acesso, uma supervisora de mídia que atende a conta da Toyota no Brasil solicitou a suspensão das propagandas que já estavam contratadas para veiculação na Jovem Pan. A emissora, então, deixou de faturar R$ 109.113,28 em valores líquidos com o fim deste acordo.

A funcionária explicou ainda que uma norma interna proíbe a vinculação da marca a "qualquer veículo que esteja relacionado a escândalos, sejam eles de ordem políticas, discriminação, entre outros".

Outra troca de e-mails anexada ao processo mostra o cancelamento da publicidade da Caoa Chery, que havia acertado a exibição de quatro peças no valor de R$ 728.634,00.

Diretor jurídico da JP, Esper Chacur encaminhou o e-mail para os advogados da empresa. "Vejam o tamanho do dano. Fiquem à vontade para usarem estas informações", escreveu o executivo.

Processo

Os advogados que representam a Jovem Pan no processo contra o Sleeping Giants Brasil alegam que a emissora é vítima de perseguição e achaque pelo movimento. A empresa também pede a remoção imediata de todo conteúdo utilizado na campanha #DesmonetizaJovemPan, além de solicitar que a justiça proíba atos que impactem as finanças da empresa e afastem patrocinadores.

O grupo já cobrou também posicionamentos de outros anunciantes da JP, como Banco Safra, Bradesco, Boticário e Americanas. Os advogados da emissora anexaram prints das campanhas na peça jurídica e pediram multa de R$ 20 mil por dia, em caso de a decisão ser descumprida.

Ainda de acordo com o Intercept Brasil, o Tribunal de Justiça de São Paulo não acatou em primeira instância a liminar proposta pela Jovem Pan para barrar a campanha do Sleeping Giants Brasil. O canal de notícias entrou com um pedido de recurso pela suspensão imediata, mas novamente foi negado pela justiça.

O grupo chegou a notificar extrajudicialmente o Google com a intenção de que a plataforma desative ou interrompa a monetização de todo conteúdo produzido e disponibilizado pela Jovem Pan em seus canais.

O YouTube decidiu desmonetizar qualquer canal controlado pela Jovem Pan. A empresa do Google encerrou uma investigação interna que detectou mentiras e divulgação de notícias imprecisas em programas como Os Pingos nos Is, carro-chefe nos números de audiência.

Outra ação do Sleeping Giants Brasil no Tribunal de Justiça de São Paulo pede que o Google salve os mais de 2 mil vídeos publicados no canal da Jovem Pan no YouTube. O grupo acusa a emissora de apagar conteúdos veiculados com discursos de ódio, fake news e ataque às urnas eletrônicas.

Até o momento, a Jovem Pan não se posicionou sobre as informações contidas na reportagem do Intercept Brasil.

Inquérito do MPF

A Jovem Pan virou alvo de um inquérito do Ministério Público Federal (MPF), que apura a conduta da emissora diante dos atos antidemocráticos ocorridos em Brasília em 8 de janeiro. O órgão vai avaliar se o canal de notícias veiculou notícias falsas ou divulgou comentários abusivos sobre os três poderes, inflamando ainda mais os golpistas.

A instituição revelou que fez um levantamento ao longo dos últimos meses, detectando que a emissora veiculou "sistematicamente fake news e discursos que atentam contra a ordem institucional, em um período que coincide com a escalada de movimentos golpistas e violentos em todo país".

Conforme informou o Notícias da TV, a Jovem Pan chegou a proibir seus funcionários de usarem termos como "golpistas", "bolsonaristas" e "antidemocráticos" para se referir aos criminosos que invadiram e destruíram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). 

A ordem era de que os apoiadores de Bolsonaro que estavam em acampamentos em frente ao Exército fossem descritos apenas como "manifestantes". A regra foi flexibilizada somente no dia seguinte, quando saiu a autorização de uso para jornalistas durante a cobertura dos atos em Brasília.

Demissões

Após a abertura do inquérito do MPF, o canal também anunciou que o empresário Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, conhecido como Tutinha, deixou a presidência da empresa. Ele foi substituído por Roberto Araújo, que era CEO do grupo desde 2014.

Os comentaristas Rodrigo Constantino e Zoe Martinez acabaram demitidos da emissora. Os dois tinham sido temporariamente afastados de seus cargos três dias depois do anúncio das investigações. A participante do Morning Show já havia se ausentado em outubro por infração eleitoral.


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