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Análise

A Band já não é mais a mesma, mas faz muita falta na cobertura da Copa

Reprodução/Band

José Luiz Datena e José Ferreira Neto (o craque Neto) durante transmissão da Copa de 2014 - Reprodução/Band

José Luiz Datena e José Ferreira Neto (o craque Neto) durante transmissão da Copa de 2014

THELL DE CASTRO

Publicado em 19/6/2018 - 5h00

Para quem cresceu com a Band como referência em transmissões esportivas, é muito difícil ver a emissora fora de uma cobertura de Copa do Mundo _mesmo o canal não sendo mais sequer sombra do que já foi um dia nessa área.

Antes da TV paga e de seus muitos canais esportivos, que promovem dezenas de debates e transmissões ao vivo sobre qualquer coisa que estiver sendo disputada, o jeito era sentar na frente da TV e acompanhar o Show do Esporte durante todo o domingo, com o que estivesse sendo exibido. Mesmo que fosse o infame Verão Vivo.

Campeonato Italiano (antes da ascensão da Premier League), disputas de sinuca, jogos de vôlei, lutas de boxe... Enfim, o que a Band passava era assistido. Dessa forma, Luciano do Valle, Silvio Luiz, Marco Antônio, Jota Júnior, Alexandre Santos e uma gama de comentaristas e repórteres sempre fizeram companhia ao público.

Apesar de todos os investimentos da Globo, foi a Band que inovou na cobertura das Copas, a partir de 1986, no México. Colocou nos comentários ex-jogadores, como Pelé, Rivellino e Clodoaldo, criou debates e ficava o dia inteiro falando do assunto, quando isso ainda não era moda nem existiam tantos recursos disponíveis.

divulgação/band

Luciano do Valle, Pelé e Rivellino durante a cobertura da Band da Copa do Mundo de 1986

Mesmo com toda a crise financeira de 1990, gerada pelo confisco da poupança de Fernando Collor e Zélia Cardoso de Mello, a emissora fez uma baita cobertura na Itália. Foi nesse Mundial que surgiu o Apito Final, debate obrigatório de fim de noite, que também foi exibido em outras edições, como 1994.

Assim, é triste ver a Band fora da Copa, especialmente por questões financeiras. Sem o seu comandante-mor, Luciano do Valle (1947-2014), que morreu pouco antes do Mundial no Brasil, a emissora não abre quase nenhum espaço para o torneio.

A não-participação da emissora no torneio também significa a ausência de José Luiz Datena na cobertura. Apesar de ter transmitido a de 2014 no irrelevante BandSports, ele foi um dos destaques daquele Mundial.

Datena rezou durante o 7 a 1, quase arrumou confusão com argentinos em diversas oportunidades, torceu para Portugal e Alemanha. O apresentador chegou a ficar de cueca no Brasil Urgente após a humilhante eliminação do Brasil. Na Eurocopa de 2016, também se destacou, especialmente com a torcida pela seleção de Cristiano Ronaldo, que acabou levando o título do torneio.

A Band tem outro nome que também não deveria ficar de fora das coberturas de Copa do Mundo: Milton Neves. Ele, que vinha comandando os debates nas últimas edições, em 2010 ao lado do próprio Datena e, em 2014, com Larissa Erthal.

É claro que os tempos são outros. Nunca mais teremos algo como o Show do Esporte e tudo que a Band fez nos anos 1980 e 1990. Mas, em uma Copa com tantas atrações, muita tecnologia e muito a discutir, Band, Datena e Milton Neves fazem falta.


THELL DE CASTROé jornalista, editor do site TV História e autor do livro Dicionário da Televisão Brasileira. Siga no Twitter: @thelldecastro

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