DENISE WEINBERG
Divulgação/HBO
Denise Weinberg em cena da série Psi, da HBO, que lhe valeu uma indicação ao Emmy Internacional
Indicada ao Emmy Internacional de melhor atriz por seu trabalho na série Psi, da HBO, a brasileira Denise Weinberg não encara a disputa pela estatueta como um trampolim para trabalhar em novelas da Globo. A veterana de 62 anos, na verdade, quer manter distância do mais visado produto da TV brasileira. "Para mim, fazer novela é tempo perdido", conta.
Com uma longa trajetória no teatro paulistano, Denise não esconde sua preferência pelo palco.
"Meu lugar é o teatro, é lá que eu consigo trabalhar legal. Se eu fechar contrato para uma novela no Rio, vou ter que passar pelo menos um ano lá, e aí não consigo fazer teatro em São Paulo. E, se eu tiver que escolher, eu sempre vou optar pelo palco, mesmo que pague mal. Aliás, muito mal", aponta ela, que passou mais de 20 anos no Grupo Tapa, um dos mais tradicionais do país.
Isso não significa que a atriz nunca vá trabalhar na Globo. Pelo contrário. Denise já passou pela emissora, em trabalhos como as minisséries Maysa - Quando Fala o Coração (2009) e Dalva & Herivelto (2010) e a série A Teia (2014). Ela também atua em Assédio, já disponível em streaming e que chega à TV no ano que vem. "Eram papéis interessantes, um trabalho muito bem feito, com certo cuidado", justifica.
Novela, de fato, Denise só fez uma, Amor Eterno Amor (2012). Na novela de Elizabeth Jhin, ela interpretou Angélica, mãe de criação do protagonista Rodrigo (Gabriel Braga Nunes). "E eu só fiz porque o Papinha [o diretor Rogério Gomes] me disse que era uma participação, que ela supostamente morreria no início e só voltaria no fim."
"Eu gosto de fazer um trabalho mais detalhado, de saber o arco da personagem do início ao fim. Em minisséries, o ator começa o trabalho sabendo como vai terminar. Novela é obra aberta, você não faz ideia. Se a audiência cai, se o público não gosta, muda tudo. Num dia você é bonzinho, no outro mauzinho. Isso me frustra", diz.
renato rocha miranda/tv globo
Denise Weinberg em cena com Osmar Prado de Amor Eterno Amor, única novela em que atuou
A atriz esclarece que não tem problemas com atores que fazem novelas. "Eu é que sou esquisita mesmo, e sei que pago um preço alto por isso. Mas eu sou muito focada no ofício de atriz, no trabalho mais artesanal. E sinto que na TV não dá tempo de fazer isso, é um trem expresso, uma coisa meio pizza, sabe?", filosofa. "Para ser bem sincera, eu nem vejo televisão."
Fama e anonimato
Denise também não sente nenhuma atração pelo mundo da fama. "Tô fora. Adoro meu anonimato. Gosto de fazer meu supermercado, sou usuária de transportes públicos, nem carro eu tenho. A fama não me sobe à cabeça, artista tem que perambular pelo mundo, não ficar na sua cobertura ou no carro blindado."
Ela não nega, porém, que a indicação ao Emmy Internacional tem um lado positivo. "Imagina? Ir para Nova York e ficar hospedada em um hotel chique (risos)?", brinca, em referência ao fato de a premiação ocorrer no hotel Hilton, bem no coração de Manhattan. "Mas eu sou realista, tenho que manter o pé no chão. A indicação já é um prêmio lindo, e existe um prestígio, mas não vai abrir um mercado novo para mim."
Atualmente, Denise está bem longe do glamour de Nova York. Ela está rodando o longa Do Outro Lado da Lua, do diretor novato André Gevaerd, em Santa Catarina. Depois, a equipe pegará um ônibus para filmar algumas cenas na Argentina. "É um esquema de guerrilha, uma produção de baixo orçamento. Mas é uma delícia de fazer, vejo todo mundo cheio de gás, adoro trabalhar com gente assim", explica.
Mas a atriz também não foge de grandes produções. Recentemente, terminou de filmar De Pernas pro Ar 3, terceiro longa da franquia estrelada por Ingrid Guimarães e Maria Paula e que acumula 8,3 milhões de espectadores. "Rodamos algumas cenas em Paris, é um blockbuster com muita grana por trás. E eu fiz feliz", ressalta.
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