Apresentador processa a Record por assédio moral após ficar na 'geladeira'

Marcos Hummel, que já foi um dos principais destaques do Jornalismo da Record, não faz mais parte da emissora. Ele saiu sem alarde no mês passado, mas decidiu fazer barulho com seu desligamento, que virou algo litigioso: entrou com uma ação na Justiça na qual acusa a emissora de assédio moral nos últimos meses de seu contrato. O apresentador pede R$ 3,5 milhões de indenização.

O Notícias da TV teve acesso em primeira mão à ação, que corre desde o último dia 17. A primeira audiência está marcada para o próximo dia 6.

No processo, Marcos Hummel alega que ficou cerca de 15 anos como PJ (Pessoa Jurídica), sem o pagamento dos respectivos direitos trabalhistas. Ele exige férias remuneradas, 13º salário, entre outros benefícios. A Record só passou a assinar a carteira de trabalho do profissional em 2019, uma transformação de modelo de vínculo feita em toda a empresa.

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A acusação mais grave é a de assédio moral. Hummel diz ter sofrido retaliações do atual vice-presidente de Jornalismo da Record, Antonio Guerreiro, porque tinha relação com o antigo gestor da área, Douglas Tavolaro. Ele foi tirado em março de 2022 do comando do Câmera Record, programa que apresentava desde sua criação, em 2008.

Em seu último ano na Record, Hummel só fez a locução de alguns quadros do Domingo Espetacular, sem aparecer no vídeo. Entre 2020 e 2022, ele tinha ficado afastado por ser do grupo de risco da Covid-19.

Procurada pelo Notícias da TV, a Record enviou o seguinte comunicado: "O Grupo Record - composto por Record TV, Record News, R7.com e PlayPlus - vem a público informar que se reserva o direito de prescindir ou não de qualquer colaborador que faça parte de seu quadro de funcionários respeitando o ser humano acima de tudo, as leis e as regras do bom convívio social".

A defesa de Marcos Hummel não atendeu aos telefonemas feitos pela reportagem desde segunda-feira (22).

A história de Marcos Hummel na TV

Marcos Hummel é um nome importante do Jornalismo brasileiro. O âncora de 75 anos trabalhou durante 21 anos na Globo, apresentando telejornais como o Jornal Hoje, o Bom Dia São Paulo, o Bom Dia Rio, o Jornal da Globo e o Jornal Nacional.

Fora do jornalismo, foi um dos primeiros locutores do Vídeo Show (1981-2019), e apresentou os festivais MPB 80 e MPB Shell, entre 1980 e 1983, com Christiane Torloni, Myrian Rios, Luiz Carlos Miele (1938-2015) e Hilton Gomes (1924-1999). Também foi narrador do dominical Fantástico.

Em 1996, se transferiu para a extinta Rede Manchete (1983-1999), onde comandou o Jornal da Manchete e o programa policial Na Rota do Crime. Dois anos depois, foi para a Band, onde comandou o Jornal da Band entre 1999 e 2004. Também atuou na Rede 21, pertencente ao mesmo grupo.

Em 2004, Hummel chegou na Record como um dos astros do projeto que pretendia roubar a liderança de audiência da Globo --algo que nunca se concretizou. Na emissora de Edir Macedo, ele também apresentou entre 2005 e 2009 o Fala Brasil, ao lado de Luciana Liviero e Janine Borba. Durante seu período, o jornal chegou a ser líder de audiência.