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MOVIMENTO ESMERALDA

Protesto contra assédio surpreende Globo e acende alerta geral nos bastidores

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Patrícia Poeta na Globo

Patrícia Poeta de verde no Encontro: apresentadora fez parte de movimento contra assédio na Globo

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 23/5/2023 - 6h50

A adesão de um protesto contra um caso de assédio na Globo impressionou executivos da emissora na última segunda (22). Somente em São Paulo, ao menos 300 profissionais foram trabalhar de verde para dizer que querem um ambiente de trabalho sem abusos. O caso acendeu um alerta dos superiores da maior empresa de mídia do país, que prometeram tomar providências.

Segundo apurou o Notícias da TV, o protesto causou surpresa, porque a mobilização foi muito rápida e cresceu após o caso se tornar público durante o dia. Alguns dos que não haviam ficado sabendo antes da movimentação, prometeram ir trabalhar vestidos de verde nos próximos dias para mostrar apoio.

Quem podia trocar de roupa na emissora, o fez. Foi o caso de Felipe Andreoli, que só soube do movimento quando chegou para trabalhar na segunda. Ele usou camisa verde no Mais Você e no Globo Esporte SP. Ana Maria Braga e Patrícia Poeta também só foram informadas no mesmo dia e mudaram o figurino previsto inicialmente para entrarem no chamado Movimento Esmeralda (entenda como surgiu o movimento abaixo).

Em conversa com líderes do protesto, chefes da empresa disseram estar atentas e prometeram apresentar o quanto antes medidas para evitar casos de abuso e melhorias no protocolo de denúncias.

A Globo alega ter uma agenda positiva de governança para cumprir nos próximos anos. Uma delas é reduzir ao máximo casos de abuso. Outra demanda do movimento é demonstrar apoio à vítima do assédio --caso revelado pela revista Piauí na última semana--, atualmente afastada do trabalho, e mostrar que seus colegas vão lhe receber de braços abertos caso decida retornar à emissora. 

Em nota, a Globo alegou estar ciente do protesto realizado pelo Movimento Esmeralda e afirma que o fato faz parte da liberdade de expressão da empresa. A emissora também afirma que já tem canais para que contratados denunciem abusos de forma anônima.

"A livre manifestação dos profissionais da empresa está em total alinhamento com a nossa gestão de transparência e diálogo permanente. De qualquer forma, a Globo reitera que não comenta casos de Compliance e aproveita para reiterar também que a empresa mantém um Código de Ética em linha com as melhores práticas atualmente adotadas, que proíbe terminantemente o assédio e deve ser cumprido por todos os colaboradores, em todas as áreas da empresa", diz a Globo.

"Da mesma maneira, a Globo mantém uma Ouvidoria pronta para receber quaisquer relatos de violação de seu Código de Ética, que são apurados criteriosamente, com a punição dos responsáveis por desvios. Nesse mesmo Código, assumimos o compromisso de sigilo em relação a todos os relatos de Compliance, razão pela qual não fazemos comentários sobre as apurações. Nosso sistema de Compliance também prevê o apoio integral aos relatantes, proibindo qualquer forma de retaliação em razão das denúncias", concluiu a emissora.

Como foi criado o Movimento Esmeralda

O Movimento Esmeralda é uma referência a uma matéria da revista Piauí, publicada na última sexta-feira (19). Nela, conta-se a história de Esmeralda da Silva, nome fictício de uma engenheira que trabalhava no setor técnico da emissora e que foi assediada por quatro colegas.

Ela desenvolveu síndrome do pânico e depressão. O caso resultou em um processo na Justiça do Trabalho, que decidiu pelo pagamento de multa de R$ 2 milhões por danos morais e impediu sua demissão. Neste momento, ela está afastada. 

Os acusados não tiveram seus nomes revelados. Um deles ainda é funcionário da Globo, segundo publicou a revista. A ação está em fase de recurso por parte da emissora, e será julgada em breve pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), em Brasília (DF).

Esmeralda sofreu violência sexual e moral. Em um dos casos, um colega com mais de 20 anos de emissora chegou a calar sua boca com a mão e tentar estuprá-la em uma sala na sede de São Paulo. A funcionária também sofria discriminação por ser da Paraíba. Seu sotaque era satirizado.

A não demissão do assediador restante foi o estopim para o início do movimento. A organização começou na sexta-feira (19) em grupos de WhatsApp. Ao todo, segundo apurou o Notícias da TV, pelo menos 300 profissionais se organizaram para trabalhar de verde, cor da pedra esmeralda.

O nome público que participou do movimento e foi mais celebrado foi o de Ana Maria Braga. A veterana comandou o Mais Você nesta segunda (22) de verde, em apoio ao protesto, após ser informada pela produção de seu programa do que estava ocorrendo.

Ana Maria também falou nos bastidores que está à disposição para usar sua influência no que for possível melhorar. Ao Notícias da TV, a apresentadora confirmou que vestiu a cor de propósito, em apoio ao movimento.

Felipe Andreoli, apresentador do Globo Esporte SP, também fez participação no Mais Você vestido de verde. O nome mais surpreendente foi o de Patrícia Poeta, apresentadora do Encontro. Ela também soube do que estava acontecendo e optou por mostrar seu apoio no ar. Assim como Ana, Patrícia se colocou à disposição para o que fosse necessário.


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