LUTO
Antonio Chahestian/RecordTV
Marcelo Rezende em gravação de especial de fim de ano com apresentadores da Record
DANIEL CASTRO
Publicado em 16/9/2017 - 19h16
Atualizado em 17/9/2017 - 6h20
A reação de Marcelo Rezende após descobrir um tumor no pâncreas e no estômago deixou muita gente na Record chateada. O apresentador ao mesmo tempo ranzinza e brincalhão do Cidade Alerta, que colocava apelidos em repórteres e cravou o bordão "corta pra mim", se fechou para os amigos e para os executivos e bispos da emissora.
Logo na primeira semana depois da revelação de que estava doente, em maio deste ano, Rezende deixou de falar com profissionais com os quais lidava diariamente. Não atendeu telefonemas de colegas que, até então, se consideravam muito próximos dele.
No máximo, o apresentador respondia mensagens via WhatsApp. E ainda de forma breve, apenas por educação, sem dar oportunidade de o interlocutor se oferecer para uma visita ou ajuda.
Dos pastores e bispos da Igreja Universal que frequentam a Record, Rezende não quis saber das ofertas de orações em sua casa. Seguiu com seu próprio "protocolo" de fé, sempre afirmando sua fé em Deus e na cura divina. E foi buscar ajuda espiritual no interior de Minas Gerais, em um lugar que chamou em vídeo de "Farmácia de Deus".
Nas primeiras semanas, o jornalista só teve a companhia do amigo Geraldo Luís, de familiares e empregados. Mas a relação com Geraldo, que o levou para a primeira sessão de químio e para conhecer terapias alternativas, logo foi abalada.
O apresentador teria ficado incomodado com a intensa exposição nas redes sociais _todo dia Geraldo Luís postava alguma imagem ou mensagem sobre eles. Os dois se afastaram.
O âncora passou a ter a companhia mais próxima apenas da namorada, Luciana Lacerda, e dos filhos. Da Record, já na fase final da doença, se reaproximou da repórter Fabíola Gadelha, a quem chamava carinhosamente de Rabo de Arraia.
Entre os profissionais da emissora, somente Gadelha frequentou sua casa nas últimas semanas de vida. E poucos tiveram acesso a ele em sua última semana de vida. No hospital, Rezende só recebeu as visitas de Douglas Tavolaro, vice-presidente de jornalismo da Record, e dos apresentadores Geraldo Luís e Luiz Bacci.
A opção de Rezende pelo afastamento e por um tratamento alternativo, abandonando a quimioterapia, deixou muita gente magoada na Record. Jornalistas e executivos que pensavam ser amigos do apresentador de repente perceberam que não eram tão importantes assim.
Para muita gente, Rezende desistiu de lutar contra o câncer ao abandonar a químio, mesmo com pequenas chances de cura. Essas pessoas gostariam de ao menos terem tido a oportunidade de tentar fazê-lo mudar de opinião. Não tiveram. Marcelo Rezende morreu no sábado (16), aos 65 anos, menos de cinco meses após descobrir a doença.
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