Mídia americana elege drama pornô da HBO melhor estreia da temporada

Drama sobre o surgimento da indústria pornográfica na Nova York dos anos 1970, The Deuce estreia neste domingo (17) no Brasil embalado pelo título de melhor série da nova temporada de estreias, honraria concedida pela mídia norte-americana. O jornal Los Angeles Times já decretou: "Destemida, The Deuce caminha para ser a próxima grande série da HBO".

No site Metacritic, que compila as reviews dos grandes veículos de imprensa dos Estados Unidos, The Deuce cravou nota 86 de 100. É, de fato, a melhor avaliação da fall season, a temporada de estreias que vai de setembro a novembro. No ano todo, a atração fica atrás apenas de The Handmaid’s Tale, favorita ao Emmy, que foi lançada em abril e tem nota 92.

Os elogios são diversos e vêm de todos os cantos. O site TV Line deu nota B+ e rotulou a produção como "gloriosa". A revista Entertainment Weekly, sempre muito rigorosa, deu nota A. Já a concorrente The Hollywood Reporter destacou "o extraordinário elenco", encabeçado por James Franco e Maggie Gyllenhaal.

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Para o jornal New York Times, a produção do canal é "inteligente" ao reunir "pessoas de diferentes classes, raças e níveis de poder, as quais tomam decisões que definem a economia e a sociedade".

A revista Time classifica Deuce como "triunfante", e o site Vox é direto: "O novo drama da HBO e dos criadores de The Wire é a melhor atração da fall season. E ninguém sequer chega perto".

Começo na prostituição
O ponto de partida de The Deuce é a prostituição na Times Square, em um quarteirão chamado justamente de Deuce. Lá, trabalha a prostituta Eileen Merrell (Maggie), que assume o codinome Candy para se arriscar nas ruas, sem um cafetão para protegê-la. Com o nascimento da indústria de filmes pornográficos, Eileen vê uma oportunidade de ter uma vida menos sofrida.

Maggie Gyllenhaall já é cotada ao Emmy de 2018 pela atuação como prostituta em The Deuce

Quem também entra nesse mundo são os irmãos gêmeos idênticos Vincent e Frankie Martino, ambos interpretados por James Franco. Um (Vincent) trabalha como bartender e está em meio a uma briga com a mulher; o outro (Frankie) vive enrolado com problemas por ser um apostador incontrolável.

Para diferenciá-los, a série adota um truque manjado: nas primeiras cenas do episódio de estreia, Vincent é atacado por bandidos e ganha um ferimento na testa. Assim, o telespectador consegue diferenciá-los ao longo do andamento da história.

Tachado de canastrão, James Franco causou estranhamento ao ser escalado para a série de David Simon (The Wire, Treme, Show Me a Hero), mesmo com uma indicação ao Oscar no currículo. As características dos personagens (malandro, sedutor, metido a sabichão) facilitam a atuação de Franco, e ele não decepciona.

Mas o destaque todo vai para Maggie. Especialistas já falam em uma indicação certa dela para o Emmy do ano que vem.

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Sexo vintage
HBO e sexo têm um relacionamento tão bom que são quase sinônimos. Logo, não haveria canal melhor para retratar o nascimento da indústria pornô, muito ligada à máfia italiana. E quatro dos oito episódios são dirigidos por mulheres, o que confere um visual mais limpo e simples às cenas de sexo e nudez, sem exageros.

O amante do sexo vintage tem em Deuce um prato cheio: mulheres com seios pequenos, nada de silicone; homens com bigodes, cheios de pelos no corpo.

Quem gosta de tramas ambientadas nos anos 1970 também curtirá a nostalgia, ouvindo muita soul music e relembrando os looks descolados e os carrões da época.

The Deuce será exibida aos domingos, sempre às 21h.