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EM REFORMULAÇÃO

Após acabar com programas do Fox Sports, Disney inicia nova leva de demissões

REPRODUÇÃO/FOX SPORTS

No estúdio do Expediente Futebol, João Guilherme faz sinal de 1 com a mão

João Guilherme no comando do Expediente Futebol no Fox Sports; programa foi cancelado pela Disney

VINÍCIUS ANDRADE

vinicius@noticiasdatv.com

Publicado em 12/1/2021 - 7h05
Atualizado em 12/1/2021 - 11h20

Em mais uma medida de reformulação de seus canais esportivos, a Disney acabou com os programas do Fox Sports, que se tornou apenas um "canal de eventos", com transmissões ao vivo e reprises. Desde segunda-feira (11), os telejornais e debates estão todos concentrados na ESPN. Com isso, a gigante norte-americana iniciou uma nova leva de demissões.

Depois de rever contratos de executivos e talentos que aparecem no vídeo, casos de apresentadores, narradores e comentaristas, com renovações de acordos e dispensas em dezembro, a Disney começou a mandar embora já nesta semana alguns dos profissionais que atuam nos bastidores. Os demitidos já estão deixando grupos de WhatsApp e se despendido dos agora ex-colegas de empresa.

Estima-se que ao menos 150 pessoas ficarão sem contrato com a Disney durante todo esse processo. O Notícias da TV apurou que profissionais do RH (Recursos Humanos) saíram de São Paulo para o Rio de Janeiro para realizarem as demissões.

O comunicado sobre o fim dos programas do Fox Sports saiu na manhã de segunda-feira (11) e pegou as equipes responsáveis pela atração de surpresa. Com o cancelamento de Fox Sports Rádio, Expediente Futebol, Debate Final e Tarde Redonda, a operação ficará ainda mais reduzida --funcionários da ESPN entraram na leva de demissões.

Alguns editores, produtores, redatores e equipe técnica do Fox Sports serão aproveitados nos programas da ESPN. Com atrações como Bate-Bola, Sportscenter, Resenha, Futebol no Mundo e Linha de Passe, o canal passou a concentrar toda a cobertura jornalística esportiva da Disney desde ontem.

As empresas passarão a operar apenas de São Paulo, mas a Disney ainda não sabe o que fará com o prédio e os equipamentos da sede do Fox Sports na capital fluminense. Algumas possibilidades, como venda e locação, são analisadas pelos diretores.

A reportagem levantou que mais de 100 profissionais do Fox Sports receberão da Disney a proposta de mudança para São Paulo. Alguns deles, como o comentarista Eugênio Leal, já aceitaram a troca de cidade. Veja o post abaixo, feito pelo jornalista em 1º de janeiro:

Esse processo de mudança dos funcionários que atualmente moram no Rio de Janeiro não será acelerado, considerando que todos os programas e transmissões esportivas da Disney ainda estão sendo feitos das casas dos profissionais, como uma medida de prevenção contra a Covid-19.

Crise financeira no Fox Sports

Desde que assumiu o Fox Sports, em maio de 2020, a Disney identificou que o canal passava por problemas financeiros, com orçamento estourado por conta da Copa do Mundo da Rússia em 2018 e salários altos de profissionais --os jornalistas do Fox Sports tinham rendimento até três vezes maior do que os da ESPN, conforme antecipou o UOL Esporte.

Depois de permitir a fusão da ESPN com o Fox Sports, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) impôs como condição para a Disney manter na grade ao menos o Fox Sports 1, com a transmissão dos jogos da Copa Libertadores da América e grade com "relevância" (o que é subjetivo), até 1º de janeiro de 2022.

Depois dessa data, a marca Fox Sports deixará de existir no Brasil ou poderá ser comprada por qualquer outro grupo ou investidor que se interesse.

A Disney decidiu acabar com os programas do Fox Sports para reduzir despesas e também por entender que eles concorriam entre si. Para cumprir as condições impostas pelo órgão governamental, continuará usando o canal para transmissões ao vivo, de eventos que vão do futebol ao automobilismo.

O jogo do Santos contra o Boca Juniors, por exemplo, é decisivo para definir um dos finalistas da Libertadores e será exibido com exclusividade no "canal de eventos" nesta quarta-feira (13).

Rosa Leal, diretora do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, lamentou as demissões em nota: "Tentamos, junto ao Cade e junto aos representantes da Disney, que os empregos fossem mantidos durante esse período de um ano em que o canal precisa permanecer ativo".

"Lamentavelmente, a solução encontrada pela Disney só atende aos interesses comerciais. Em plena pandemia, e com a perspectiva de que a vacinação no Brasil ocorra de maneira muito lenta, demissões em massa jogam o Brasil num abismo ainda mais profundo", alegou Rosa Leal.

Procurada, a Disney enviou a nota padrão do processo de reformulação: "Nosso pilar de esportes está passando por um processo de transformação para oferecer um conteúdo ainda mais variado e qualificado para a audiência do Brasil. A reformulação faz parte do planejamento da companhia em busca de sinergia em seu pilar de esportes, seguindo os investimentos em sua programação, contando com um extenso portfólio de direitos, além de uma equipe de jornalismo referência junto aos fãs de esportes".


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