DE VOLTA NO VIVA
REPRODUÇÃO
TV de plasma vendida em 2007, com Bebel (Camila Pitanga) distorcida para encher a tela
De volta a partir desta segunda (5) no Viva, a novela Paraíso Tropical estreou na Globo em março de 2007, época em que o consumidor assistia a uma verdadeira guerra das telas finas. Pela primeira vez, as TVs de plasma sentiam de perto a ameaça dos televisores LCD em modelos grandes, de 46 a 52 polegadas. Correndo por fora estavam as TVs de tubo mais fino, baratas, com profundidade reduzida e novos recursos, como entrada HDMI.
O problema é que as telas finas já adotavam o formato widescreen, retangular, como no cinema. Ao mesmo tempo, as transmissões de TV seguiam o padrão 4:3, quase quadrado. Assim, para que a Bebel, personagem de Camila Pitanga na novela, ocupasse toda a extensão de um televisor de plasma, por exemplo, era preciso esticar a imagem, o que deixava qualquer ator mais gordinho e baixinho, bem diferente da realidade.
Acompanhar a trama de Gilberto Braga nas caríssimas TVs de plasma e LCD com resolução Full-HD era ainda pior. Ao adaptar a imagem para preencher toda a extensão da tela grande de alta definição, estes modelos deixavam evidentes as imperfeições do sinal de baixa resolução da Globo. A falta de detalhamento e a sensação de que a imagem estava meio desfocada faziam o consumidor questionar se não era melhor ficar com a boa e velha TV de tubo.
Tudo mudou com a chegada da TV digital em novembro de 2007. A partir daí, as emissoras passaram a gerar gradativamente conteúdo em alta definição e formato widescreen, previstos no padrão brasileiro. A novidade foi um divisor de águas, já que o investimento em um televisor de tela fina de alto custo começou a se tornar interessante para assistir a qualquer tipo de conteúdo.
O mercado também viu crescer a oferta de TVs LCD, inclusive na categoria de telas grandes de alta definição, já compatíveis com a TV digital que estava a caminho. O preço assustava. Na época, um modelo de cristal líquido de 52 polegadas custava até três vezes mais do que um plasma de mesmo tamanho.
Com o tempo, o LCD provou que veio para ficar. A ausência do chamado efeito burn-in, que provocava manchas nas telas de plasma após a reprodução de cenas estáticas, e a facilidade para produzir telas de resolução maior a um custo menor ajudaram esta tecnologia a vencer a batalha das telas finas. Já os plasmas desapareceram de vez do mercado anos mais tarde.
REPRODUÇÃO
TV de tubo fino tinha mais recursos
Com até 30% a menos de profundidade e recursos dos modelos mais caros, as TVs de tubo fino estavam na moda em 2007. Era uma opção para quem queria ter uma imagem superior à dos modelos tradicionais, mas não tinha grana para investir em um plasma ou televisor LCD.
O visual imitava as telas finas, sendo que os modelos mais tops traziam tela plana widescreen de até 32 polegadas e entrada HDMI para conectar o DVD e as primeiras caixinhas para TV digital. A redução na profundidade só foi possível porque as TVs de tubo slim passaram por reformulações no canhão de elétrons, nas lentes e até na tela, aumentando o ângulo de visão.
Mais modernas e com forte apelo de design, as TVs de tubo fino prolongaram um pouco o enterro definitivo desta tecnologia. Mas, depois de alguns anos, o preço das TVs LCD despencou, e a competição com uma tela fina de verdade de alta resolução se tornou inviável.
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.