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DE VOLTA NO VIVA

Ver a Bebel esticada na TV de plasma era top na estreia de Paraíso Tropical em 2007

REPRODUÇÃO

TV de plasma com imagem distorcida da atriz Camila Pitanga vivendo a personagem Bebel em Paraíso Tropical

TV de plasma vendida em 2007, com Bebel (Camila Pitanga) distorcida para encher a tela

EDUARDO BONJOCH

edubonjoch@gmail.com

Publicado em 3/7/2021 - 6h20

De volta a partir desta segunda (5) no Viva, a novela Paraíso Tropical estreou na Globo em março de 2007, época em que o consumidor assistia a uma verdadeira guerra das telas finas. Pela primeira vez, as TVs de plasma sentiam de perto a ameaça dos televisores LCD em modelos grandes, de 46 a 52 polegadas. Correndo por fora estavam as TVs de tubo mais fino, baratas, com profundidade reduzida e novos recursos, como entrada HDMI.

O problema é que as telas finas já adotavam o formato widescreen, retangular, como no cinema. Ao mesmo tempo, as transmissões de TV seguiam o padrão 4:3, quase quadrado. Assim, para que a Bebel, personagem de Camila Pitanga na novela, ocupasse toda a extensão de um televisor de plasma, por exemplo, era preciso esticar a imagem, o que deixava qualquer ator mais gordinho e baixinho, bem diferente da realidade.

Acompanhar a trama de Gilberto Braga nas caríssimas TVs de plasma e LCD com resolução Full-HD era ainda pior. Ao adaptar a imagem para preencher toda a extensão da tela grande de alta definição, estes modelos deixavam evidentes as imperfeições do sinal de baixa resolução da Globo. A falta de detalhamento e a sensação de que a imagem estava meio desfocada faziam o consumidor questionar se não era melhor ficar com a boa e velha TV de tubo.

Tudo mudou com a chegada da TV digital em novembro de 2007. A partir daí, as emissoras passaram a gerar gradativamente conteúdo em alta definição e formato widescreen, previstos no padrão brasileiro. A novidade foi um divisor de águas, já que o investimento em um televisor de tela fina de alto custo começou a se tornar interessante para assistir a qualquer tipo de conteúdo.

O mercado também viu crescer a oferta de TVs LCD, inclusive na categoria de telas grandes de alta definição, já compatíveis com a TV digital que estava a caminho. O preço assustava. Na época, um modelo de cristal líquido de 52 polegadas custava até três vezes mais do que um plasma de mesmo tamanho.

Com o tempo, o LCD provou que veio para ficar. A ausência do chamado efeito burn-in, que provocava manchas nas telas de plasma após a reprodução de cenas estáticas, e a facilidade para produzir telas de resolução maior a um custo menor ajudaram esta tecnologia a vencer a batalha das telas finas. Já os plasmas desapareceram de vez do mercado anos mais tarde.

REPRODUÇÃO

TV de tubo fino tinha mais recursos    

TV de tubo fino era moda

Com até 30% a menos de profundidade e recursos dos modelos mais caros, as TVs de tubo fino estavam na moda em 2007. Era uma opção para quem queria ter uma imagem superior à dos modelos tradicionais, mas não tinha grana para investir em um plasma ou televisor LCD.

O visual imitava as telas finas, sendo que os modelos mais tops traziam tela plana widescreen de até 32 polegadas e entrada HDMI para conectar o DVD e as primeiras caixinhas para TV digital. A redução na profundidade só foi possível porque as TVs de tubo slim passaram por reformulações no canhão de elétrons, nas lentes e até na tela, aumentando o ângulo de visão.

Mais modernas e com forte apelo de design, as TVs de tubo fino prolongaram um pouco o enterro definitivo desta tecnologia. Mas, depois de alguns anos, o preço das TVs LCD despencou, e a competição com uma tela fina de verdade de alta resolução se tornou inviável.


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