Série high-tech
Imagens: Divulgação/HBO
A atriz Evan Rachel Wood, indicada ao Emmy, na terceira temporada de Westworld; série volta reformulada
JOÃO DA PAZ
Publicado em 15/3/2020 - 5h23
Nas duas primeiras temporadas, Westworld deu um nó na cabeça dos telespectadores ao contar uma história embaralhada em várias linhas do tempo, sem deixar claro qual era qual durante os episódios. Ao retornar para o terceiro ano neste domingo (15), o drama da HBO tenta ser menos confuso, ao mudar de estilo e adotar um novo visual.
A nova leva de episódios, chamada de O Novo Mundo, estreia no canal premium às 23h. O público perceberá logo de cara uma alteração drástica na roupagem da série. Os chapéus de caubóis, botas de couro, cavalos e a ambientação típica do Velho Oeste americano saem de cena. Entram no lugar roupas escuras e modernas, carros high-tech sem motorista e drones que funcionam como helicópteros, meio de transporte preferido dos ricaços dos anos 2050.
Contudo, a troca mais importante foi na maneira de contar a história. A piração das primeiras temporadas de Westworld foi tanta que nem mesmo os atores entendiam muito bem o que estavam fazendo (que dirá os telespectadores!). Pelo menos, os produtores da série fizeram algo para consertar isso agora.
"A [série] está mais linear nesta temporada", adiantou Evan Rachel Wood, a robô Dolores, em entrevista para o site da Variety. E ela completou: "Parece que nós estamos apresentando uma atração completamente diferente, começando do zero, mas com os mesmos personagens que conhecemos e amamos".
O que Evan quis dizer é que a terceira temporada de Westworld se aproxima do que outros dramas fazem com frequência, que é narrar a história sem muito vai e volta, apenas no tempo presente da série. Ponto para os criadores da atração, Jonathan Taylor e Lisa Joy, por fazerem alguma coisa para facilitar a experiência dos fãs.
Tessa Thompson na 3ª temporada de Westworld; Charlotte era humana e virou robô, entende?
Quem se aventurar na nova Westworld precisa entender o seguinte: a série apresenta dois lados opostos, uma guerra entre robôs e humanos. Mas agora a ordem se inverteu, pois os androides invadiram o mundo das pessoas de carne e osso e querem vingança por tudo o que eles fizeram no parque de faroeste (homens matavam e estupravam os robôs sem qualquer consequência).
A loira Dolores é quem deve ser acompanhada de perto, com uma atuação precisa da magnífica Evan Rachel Wood. Ela fugiu do parque no corpo da executiva Charlotte Hale (Tessa Thompson), da empresa Delos. Como isso aconteceu? Bernard (Jeffrey Wright) matou Dolores, fez um robô com o corpo igual ao de Charlotte e colocou a consciência de Dolores na Charlotte falsa. Essa anfitriã matou a Charlotte humana. E Dolores passou a se passar pela executiva Charlotte, sem ninguém mais saber.
Solta no mundo, Dolores/Charlotte refez a estrutura de androide da Dolores loira, do Bernard original e colocou a mente de um outro robô no corpo dessa Charlotte fake. Um dos baratos dessa temporada será descobrir quem controla Charlotte agora.
Na fuga, Dolores/Charlotte levou consigo, além de cinco pérolas (que são as mentes dos robôs de Westworld), arquivos eletrônicos de humanos que visitaram o parque e causaram por lá. Dessa maneira, a loira, com a mente novamente em um robô com sua aparência, vai pro ataque com a lembrança do que ocorreu com ela no parque, matando os humanos e deixando claro por que ela está cometendo os assassinatos.
Nessa caçada contra os humanos, Dolores vai conhecer o novo personagem de Westworld: Caleb, interpretado por Aaron Paul (o Jesse, de Breaking Bad). Solitário e depressivo, ele trabalha de dia em uma construção. À noite, entra em um aplicativo que dá dinheiro ao usuário que cumprir missões, como estourar um caixa eletrônico.
Caleb é uma muleta de Westworld, um truque da série. Ao encontrar Dolores, o personagem enigmático tentará entender qual é a missão dela. É como se Caleb representasse todos os telespectadores da série. E ele seguirá os passos da robô loira mesmo sem entender direito o que está acontecendo.
Gravada em Cingapura, em Los Angeles e na Espanha, Westworld exibe cenas futuristas e descoladas que se parecem com um comercial de perfume, desses importados, como bem analisou Dan Fienberg, crítico da revista The Hollywood Reporter. Eis um dos aspectos que vale a pena conferir na nova temporada, assim como a instigante jornada de Dolores. Se no fim das contas alguém vai conseguir entender tudo o que se passa... Aí é outra história.
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