Cafona, irritante e cansativo: O que os críticos dizem sobre a volta de Westworld

Após um intervalo de 21 meses, Westworld está de volta à HBO a partir de domingo (15), com a terceira temporada. Críticos da mídia americana que assistiram aos quatro primeiros episódios da nova leva foram ferrenhos em suas avaliações, chamando a série de cafona e expondo que o drama futurista está abaixo das expectativas.

No site Metacritic, que compila resenhas dos principais veículos da imprensa dos Estados Unidos, a terceira temporada de Westworld ganhou a nota 64 (de 100). Abaixo do que haviam registrado o segundo ano (76) e a temporada de estreia (74).

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Um dos cartões de visita da HBO com o fim de Game of Thrones (2011-2019), Westworld é uma ficção-científica que apresenta um embate entre os anfitriões, como são chamados os robôs com traços parecidos ao de uma pessoa comum, contra os humanos. A terceira temporada sai do parque Westworld, um lugar que imita uma cidade do Velho Oeste americano, e entra em um Novo Mundo, por volta do ano 2050.

Westworld deu o chamado reboot, como se a série recomeçasse do zero. Mas o novo visual não foi bem recebido por Richard Lawson, jornalista da revista Vanity Fair. "A nova versão é básica, cafona. Westworld mudou de estilo e perdeu a sedução", escreveu. Ele foi ainda mais incisivo ao pedir o fim da série: "Fazer da terceira a última temporada seria uma opção mais sábia". Os criadores de Westworld, Jonathan Taylor e Lisa Joy, pretendem levar o drama até o sexto ano.

Lawson não deixou passar batido o calcanhar de Aquiles de Westworld: sua trama confusa. O alvo escolhido por ele foi Caleb, o novo personagem interpretado por Aaron Paul (o Jesse de Breaking Bad). "A presença de Paul é um erro de cálculo crasso. O personagem dele é entediante e só existe para que os acontecimentos da série sejam explicados a ele (e para todos nós, consequentemente)", escreveu.

Antes de dar uma boa dica para quem quer acompanhar Westworld, o crítico Miles Surrey, do site The Ringer, foi sucinto ao pontuar que a série da HBO "está abaixo das expectativas". Sincero e irônico ao mesmo tempo, ele jogou a real sobre como o público deve encarar o drama.

"Não leve Westworld a sério ou se mate ao tentar decifrar cada segredo que surge na tela. Ao invés disso, aceite que a trama consiste em uma guerra de humanos contra robôs, com muita coisa legal ocorrendo no meio do caminho", sacramentou.

reprdoução/hbo

Parece um comercial de perfume, mas é só uma cena de Westworld com Evan Rachel Wood

Comercial de perfume e inconstante

O especialista em séries da revista The Hollywood Reporter, Dan Fienberg, foi detalhista ao comentar o que achou do visual ultramoderno dessa nova Westworld, com muitas gravações nas noites de Cingapura e Los Angeles. "Você pode pegar qualquer cena, tirar os diálogos e transformá-la em um comercial de perfume ou de um carro de luxo", analisou, admitindo que "a série é magnificamente bem gravada, com alguns dos efeitos visuais mais ambiciosos da TV".

A trama confusa também foi abordada por Fienberg: "A coisa mais bizarra de Westworld é como os roteiristas amam fazer exposições da trama nas falas dos personagens sem se importar se o telespectador vai entender alguma coisa."

Kevin Fallon, do site The Daily Beast, foi um dos críticos mais duros. "Westworld está de volta para nos irritar novamente. É a série mais inconstante da TV: para cada momento de brilhantismo há um emaranhado de confusão."

Enquanto a Variety, em texto assinado por Daniel D'Addario, disse que "Westworld deu um passo para trás", a concorrente Entertainment Weekly falou que a série da HBO "se perdeu no meio do caminho". Uma das jornalistas da EW que opinou sobre o drama, Kristen Baldwin resumiu seu sentimento: "Como eu fiquei após assistir aos quatro primeiros episódios da terceira temporada? Cansada".