Rede Social
Reprodução/Snapchat
Tara Lynne Barr e Lucy Barrett em cena de Coed, uma das primeiras séries lançada pelo Snapchat
JOÃO DA PAZ
Publicado em 11/10/2018 - 5h22
O Snapchat também entrou no mercado de séries. Na quarta (10), a rede social lançou duas produções voltadas ao público adolescente e jovem, entre 13 e 24 anos, seus maiores consumidores. Para serem vistas com o celular em pé, as atrações terão episódios lançados diariamente, de graça, com duração de até cinco minutos.
Sem a pretensão de ser uma Netflix, ou mesmo de competir com suas rivais mais próximas (YouTube e Facebook), o Snapchat vem com uma proposta única e, com isso, pretende reverter um quadro sombrio, que projeta um balanço no vermelho em 2019. A rede social torce para que as séries tenham muitas visualizações e com isso, possa monetizá-la com os anúncios de seis segundos exibidos durante os episódios.
O Notícias da TV fez um teste com as séries estreantes, Class of Lies e Coed. Para ter acesso, basta escrever o título no campo de busca e se divertir. A primeira impressão é muito boa, e a proposta de episódios curtíssimos é eficiente. O enquadramento dos atores e cenários em uma tela vertical é o que chama mais a atenção e pode se tornar a marca registrada do Snapchat.
Embora a ambição seja pequena, o importante é sobreviver no competitivo mercado de redes sociais e aplicativos de vídeo, e o Snapchat escolheu pessoas tarimbadas para tocar os projetos. Class of Lies tem a assinatura de Tessa Leigh Williams, roteirista do sucesso Riverdale. O suspense acompanha uma dupla de universitárias que apresentam um podcast sobre crimes e acabam envolvidas em um caso.
Já os irmãos Duplass, responsáveis pela surtada Room 104, criaram Coed. Com Tara Lynne Barr (Casual) e Noah Galvin (The Real O'Neals) no elenco, a comédia explora a vida sexual e atribulações do dia a dia de calouros em uma universidade.
Nas próximas semanas chegam outras duas séries. O horror intitulado V/H/S, baseado no curta francês Bref (2011), tem a criação de Carter Harris, roteirista de Bloodline (2015-2017). E The Dead Girls Detective Agency, inspirada no livro homônimo de 2012, contará a história de uma jovem mulher no purgatório que tenta resolver os mistérios de seu assassinato.
vinícius andrade/notícias da tv
O Snapchat propicia experiência exclusiva; para ver a série, o celular tem de estar na vertical
Dinheiro chama dinheiro
O investimento do Snapchat em séries é dinheiro de feira se comparado ao das vitrines tradicionais. A rede social gasta cerca de US$ 50 mil (R$ 187 mil) por episódio de cinco minutos. Um capítulo de um drama policial simples da TV aberta custa 40 vezes mais do que isso.
Porém, para o Snapchat, esse valor é muita grana. A plataforma engatou um revés atrás do outro neste ano. Perdeu US$ 353 milhões (R$ 1,32 bilhão) no balanço do segundo bimestre, e as ações em bolsa de valores desvalorizam 50% desde o começo do ano. A fuga de usuários contribuiu para esse desastre.
Cerca de 400 milhões de pessoas, no mundo todo, usam a ferramenta Stories do Instagram, o dobro de internautas que têm conta no Snapchat. Os vídeos que desaparecem 24 horas depois de publicados destruíram a rede social do fantasma.
Sean Mills, chefe de conteúdo original do Snpachat, tem um plano para reverter esse quadro. A ideia de lançar um episódio por dia, como uma novela, foi concebida para atrair usuários e conseguir trazê-los de volta com frequência (cliques resultam em dinheiro, assim como compartilhamentos). As séries não terão nudez, violência explícita ou palavrões, um conteúdo amigo dos anunciantes.
A extensão das produções também será curta, de oito a doze episódios por temporada. E elas também não demoram para serem feitas. O tempo de filmagem gasto em uma temporada completa se equipara a um episódio da TV tradicional. São usadas câmeras comuns nas séries e até celulares, como no caso de Coed, quando as protagonistas usam chamada de vídeo para conversarem.
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