HÁ 30 ANOS
Divulgação/Canthum Productions e The CW
John Newton na primeira temporada de Superboy e Ruby Rose em Batwoman: trocas raras na TV
Com a demissão de Ruby Rose após a primeira temporada de Batwoman, os produtores da série terão um desafio bissexto na TV norte-americana: substituir o protagonista absoluto de uma atração televisiva com o bonde andando. A última vez que isso aconteceu foi em 1989, em outro programa sobre heróis dos quadrinhos, Superboy (1988-1992).
A série mostrava o jovem Clark Kent na faculdade e começando a sua transformação em Superman. Para o papel principal, foi escolhido o novato John Newton, então com 22 anos. Os produtores Alexander e Ilya Salkind gostaram dele por um único motivo: sua semelhança física com Christopher Reeve (1952-2004), que havia interpretado o Homem de Aço em quatro filmes no cinema.
Em sua estreia, Superboy foi detonada pela crítica, que falou mal dos diálogos ruins, dos efeitos especiais sofríveis e dos atores coadjuvantes fracos. Newton, porém, foi elogiado por conseguir se sobressair em meio a tanta coisa sem salvação. Com pinta de galã, ele ainda começou a aparecer em revistas teen como o gato da vez.
Quando a primeira temporada acabou, o ator decidiu pedir um aumento de salário. "Não era muita coisa, eu queria 20% a mais, algo que já tinham me prometido antes e que deixou de ser oferecido na hora de renovar o contrato", contou o ator ao site Superman Homepage. "Eu fazia muitas cenas de ação perigosas, e já tinha sofrido dois acidentes graves, por isso exigi um cachê maior."
Os produtores, porém, não deram o braço a torcer. Decidiram que o sucesso do personagem era devido ao traje azul e à sunga vermelha dos quadrinhos e do cinema, e não ao ator que os vestia. Resultado: mandaram Newton pastar e contrataram Gerard Christopher, seis anos mais velho, para ser o novo Superman.
A troca não afetou a repercussão da série, que durou mais três temporadas --e só chegou ao fim porque a Warner Bros., dona da DC Comics, decidiu fazer uma nova atração, mais adulta, com o Superman que a maior parte do público conhecia: nasceu assim Lois & Clark: As Novas Aventuras do Super-Homem (1993-1997).
É muito rara a substituição de um protagonista absoluto em séries de TV americanas, como ocorreu em Superboy e vai acontecer na próxima temporada de Batwoman. O mais perto disso na última década foi em Sense8 (2015-2018), em que Aml Ameen foi demitido após ser acusado de transfobia, e Toby Onwumere ganhou o papel do divertido Van Damme na segunda temporada e no filme de encerramento. O motorista de ônibus, porém, não era o personagem principal, e dividia o destaque igualmente (na teoria, pelo menos) com os outros sete integrantes do seu cluster.
Há casos, ainda, em que as séries trocam o seu ator principal, mas isso já era previsto e faz sentido dentro da história. Foi assim com a saída de Claire Foy e a entrada de Olivia Colman em The Crown (as duas viveram a rainha Elizabeth em décadas diferentes), ou a substituição de Joel Kinnaman por Anthony Mackie em Altered Carbon (a própria premissa da série envolve a inserção de um disco de consciência e memórias em corpos diferentes, chamados de "luvas").
Com atores coadjuvantes, a troca é bem mais frequente. Os fãs brasileiros, por exemplo, já devem ter percebido que a tia Vivian, de Um Maluco no Pedaço (1990-1996), tem rostos diferentes de acordo com o episódio. É que a atriz original, Janet Hubert, foi demitida depois de três temporadas, e Daphne Maxwell Reid assumiu o papel durante os três anos seguintes. Até hoje, Janet odeia o astro Will Smith.
Quem acompanha Eu, a Patroa e as Crianças (2001-2005) também notou a troca de Claire, a filha de Michael Kyle (Damon Wayans). Nos primeiros 11 episódios, Jazz Raycole vivia a menina, enquanto Jennifer Freeman fez o papel da patricinha nos outros 112 capítulos --a personagem até envelheceu dois anos com a mudança.
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