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Noh Juhan/Netflix
Lee Jung-jae em cena da série Round 6; fenômeno do streaming passou despercebido por chefões
Maior fenômeno da história da Netflix, a série sul-coreana Round 6 passou despercebida pelos chefões da plataforma de streaming. O próprio Ted Sarandos, co-CEO da empresa e chefe de conteúdo, admitiu que não esperava que a produção fosse capaz de atingir 142 milhões de contas em quatro semanas. "É muito difícil prever uma coisa dessas", reconheceu.
Criador da atração, Hwang Dong-hyuk passou uma década à procura de uma emissora de TV ou plataforma de streaming disposta a tirar sua ideia do papel. "Foram dez anos em que ele tentava vender a série. Nossa equipe da Ásia reconheceu algo que ninguém mais tinha percebido e criou um ambiente para que ele desenvolvesse uma ótima atração", contou Sarandos em conversa com os acionistas da empresa.
"Nosso time sul-coreano comprou o projeto há alguns anos, imaginando que poderia ser o melhor lançamento deles neste ano. E que bom que eles fizeram isso! Mas eu não posso dizer que nós tivemos o mesmo olhar para pensar que seria o nosso maior título na história", reconheceu o chefão.
Sarandos valorizou o potencial da obra de fazer sucesso em países diferentes. "É fenomenal. Se você analisa os números, a série tem ido tão bem quanto as produções locais em qualquer lugar do mundo. É um sucesso enorme."
Ele admitiu, porém, que nem o algoritmo da plataforma seria capaz de prever tamanho sucesso --a série recebeu pouca divulgação, teve uma estreia fraca mundialmente e só começou a crescer com o boca a boca e uma avalanche de memes nas redes sociais.
"É difícil prever como algo pode viralizar assim, mas é muito poderoso quando acontece. Às vezes, você acha que tem uma aposta certeira e erra feio. E, às vezes, você acha que tem uma série que vai ir muito bem na Coreia do Sul e que vira um fenômeno inigualável no mundo todo", filosofou Sarandos.
O chefe de conteúdo da Netflix ressaltou que a plataforma já tinha lançado outros sucessos mundiais fora dos Estados Unidos, como La Casa de Papel (Espanha), Lupin (França) e Sex Education (Reino Unido). "As histórias podem vir de qualquer lugar do mundo. É algo em que trabalhamos muito."
"O consumo de conteúdo de língua não-inglesa triplicou desde 2008. Então, eu penso muito no impacto disso, que podemos colocar contadores de história do mundo todo para o mundo todo, e eles é que vão ditar a maneira como a TV e os filmes serão feitos no futuro."
Confira o trailer de Round 6:
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