CARREIRA NA TV
DIVULGAÇÃO/NBC
Leonardo DiCaprio em ensaio promocional para a série Parenthood, cancelada após 12 episódios
JOÃO DA PAZ
Publicado em 19/8/2020 - 6h45
Ator que recebeu US$ 10 milhões (R$ 54 milhões) para fazer o longa Era Uma Vez em... Hollywood (2019), e seis vezes mais do que isso em A Origem (2010), Leonardo DiCaprio pagou pedágio na TV norte-americana antes de virar estrela do cinema. Há 30 anos, o ator escapou ileso de uma série flopada em seus primeiros passos na carreira.
Em 20 de agosto de 1990, estreava Parenthood, aposta pesada da rede NBC para pegar carona em um filme que fez sucesso de bilheteria, chamado no Brasil de O Tiro Que Não Saiu Pela Culatra (1989), com Steve Martin. Diferentemente da atração homônima lançada em 2010, essa produção de três décadas atrás não vingou e foi cancelada após uma única temporada.
Ainda um adolescente de 15 anos, DiCaprio ganhou um papel no elenco regular de Parenthood após fazer um capítulo da novela Santa Barbara (1984-1993), da NBC, também em 1990. No dramalhão, ele fez a versão jovem do personagem Mason Lemont Capwell (Terry Lester na fase adulta), e chamou a atenção de produtores.
A fortuna que DiCaprio recebe hoje nem se compara com aqueles dias. Ele embolsou US$ 527 (R$ 2,8 mil, na conversão atual) para fazer a novela. Mas o importante é que o menino ficou conhecido nos bastidores de Hollywood, por viver um personagem três anos mais novo. Convenceu o público, executivos e deixou seu nome marcado.
Na sequência veio Parenthood. A NBC acreditava tanto na série que a encomendou antes mesmo do filme de Steve Martin entrar em cartaz. A alta cúpula de entretenimento da emissora assistiu ao longa antes de todo mundo e já pensou logo em uma adaptação televisiva.
Parenthood tinha pedigree, com o cineasta Ron Howard, diretor do longa, na produção-executiva. DiCaprio ficou com o papel de Garry Buckman, vivido por Joaquin Phoenix na película. O personagem fazia parte de uma família de classe média na Califórnia, onde a trama era ambientada.
O primeiro episódio causou uma boa repercussão na imprensa e entre os telespectadores, mas a série perdeu o gás rapidamente e não passou do 12º capítulo. Parenthood pagou o preço de tentar repetir na TV o bom desempenho de uma história narrada com êxito no cinema.
Essa barreira é uma das mais complexas para se transpor em Hollywood --Máquina Mortífera (2016-2019) conseguiu, recentemente. Em 1990, Ferris Bueller foi outra série filhote de um filme arrasa-quarteirão (Curtindo a Vida Adoidado) que não durou mais do que uma temporada. A atração tinha Jennifer Aniston (Friends) no elenco.
Outro fator que contribuiu para o fracasso da série com DiCaprio foi o horário de exibição. O drama entrava no ar às 19hs do sábado, faixa na qual a TV americana ainda mostrava produções inéditas, o que não é o caso mais nos dias de hoje.
Assim, quando se fala de uma série chamada Parenthood, a primeira imagem que surge é Peter Krause, Lauren Graham e companhia na história exibida entre 2010 e 2015. Aquela dos anos 1990 caiu no esquecimento. E DiCaprio não foi o único destaque do elenco, que ainda contava com nomes que depois iriam brilhar em Hollywood, como David Arquette (franquia Pânico) e Thora Birch (The Walking Dead).
divulgação/Abc
Leonardo DiCaprio com Kirk Cameron em Growing Pains; espaço em uma série de sucesso
Leonardo DiCaprio saiu com o crédito em alta, apesar do tropeço. No ano seguinte, ele foi escalado para um papel importante em Growing Pains (1985-1992), comédia popular da época. Ele participou de 21 episódios nas sétima e oitava temporadas da atração, batizada em português de Tudo em Família (exibida pelo SBT e Warner).
Na pele de Luke Bower, um garoto sem teto acolhido pela família Seaver, a principal da trama, o ator avançou mais um degrau em sua jornada profissional, virando estrela teen, dessas que estampavam pôsteres de revistas adolescentes. Essa foi a última atração televisiva na qual Leo atuou.
Em 1993, DiCaprio fez O Despertar de um Homem (1993), considerado seu primeiro grande trabalho no cinema. Quatro anos depois, foi a vez de Titanic (1997). E daí para a frente o resto é história, com direito ao tão cobiçado Oscar de melhor ator, por O Regresso (2015). Na TV, atualmente ele só aparece nos créditos finais como produtor-executivo de séries e documentários.
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.