INVESTIGAÇÃO INTERNACIONAL
REPRODUÇÃO/YOUTUBE
Georgina Amorós em Elite, Jaime Lorente em La Casa de Papel e Maggie Civantos em Vis a Vis
Ao longo dos últimos anos, séries espanholas como La Casa de Papel (2017-2021), Elite e Vis a Vis (2015-2020) se transformaram em sucessos internacionais. No entanto, existe alguma fórmula mágica para tamanho êxito das tramas do país europeu? O Notícias da TV foi direto à fonte em busca de respostas para este movimento.
Iván Escobar, criador de Vis a Vis e Express, nova aposta do Starzplay, acredita que uma das receitas para este sucesso é que as tramas espanholas não buscam imitar o estilo das produções dos Estados Unidos: "Minha única obsessão na hora de tentar fazer uma série global é não perder o sentido local. Não quero parecer uma série americana, porque não poderia fazer isso".
"Eles fazem melhores sequências de perseguições de carros. Muitas vezes, têm mais dinheiro. Contam com uma indústria ao redor, e nós temos histórias que são muito locais e que não queremos perder. Acredito que a única maneira de converter uma série em global é não perder o local, não perder de vista que nossos personagens e conflitos são espanhóis", avalia Escobar.
O argentino Michel Brown atravessou o Atlântico para atuar em Parot (2021, disponível no Paramount+). Na visão do galã, a resposta para este êxito em lugares como o Brasil está associada à qualidade das nossas histórias.
"O Brasil produz ótimas novelas e séries, e os brasileiros têm um olhar acostumado a ver boas coisas. Então, acredito que quando vocês encontram histórias produzidas na Espanha ou na América Latina, é por isso que se conectam tanto com elas, [pois enxergam] a qualidade das séries", opina.
Kiti Mánver, intérprete de Mariví em La Casa de Papel e uma das principais atrizes da Espanha, em um patamar similar ao de Fernanda Montenegro no Brasil, pontua uma sequência de fatores para o boom das tramas espanholas.
"O primeiro de todos é o enorme talento existente no nosso país, em todas as equipes que integram uma produção audiovisual. Além disso, sem dúvidas, as plataformas que vêm trabalhar aqui encontram esse enorme talento; a rapidez com que trabalhamos, o que não concordo, pois penso que não se deve correr tanto para gravar um produto; e os custos, que são melhores do que os cobrados em Hollywood ou em outras partes do mundo. E, junto a isso, as ideias. As ideias tão incríveis que os criadores e roteiristas têm", comenta.
Maggie Civantos, protagonista de Express e que também tem no currículo Vis a Vis e As Telefonistas (2017-2020), aposta nas características próprias das tramas: "Acredito que, no nível mais artístico e de conteúdo, o êxito se deve ao fato de contarmos histórias com características pessoais e mais autênticas. Porém, falamos de temas universais e usamos recursos narrativos universais. Então, são fórmulas de que todas as pessoas gostam, independentemente das diferenças culturais".
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