NOVA FASE
IMAGENS: REPRODUÇÃO/OWN
Lynn Whitfield em cena da quinta temporada de Greenleaf; pastora Lady Mae pode encabeçar spin-off
JOÃO DA PAZ
Publicado em 18/8/2020 - 6h50
Drama religioso que fez história, Greenleaf voltou à Netflix com a leva de episódios do quinto ano na última quarta-feira (12). Quem já devorou os oito capítulos quer saber: vai ter uma sexta temporada? Não é a resposta correta. Mas a atração ganhará um spin-off que contará com atores do elenco principal. Porém, ainda não se sabe qual a cara do filhote.
[Atenção: spoilers a seguir]
Com base em dicas dadas pelo criador de Greenleaf, Craig Wright, e no que ocorreu nas cinco temporadas da série, é possível esboçar o que vem por aí. A principal questão é qual personagem será a protagonista (a tendência é que seja uma mulher). E a pastora Lady Mae (Lynn Whitfield) sai na frente na bolsa de apostas.
Wright entregou um pouquinho sobre isso. Antes da morte do marido, o bispo James Greenleaf (Keith David), e até mesmo de a família recuperar o templo Calvary, Mae tinha planos de erguer uma nova igreja. Ela, como uma evangelista líder, estará de alguma maneira na nova série.
"O papel de Lady Mae como pastora nesta igreja [Calvary], ou em outra, definitivamente será parte do que faremos no futuro", revelou Wright em entrevista para o site TV Line. Ele destacou a pregação efervescente da personagem no último episódio da série, na qual ela falou sobre a busca de algo novo, sempre com o olhar para frente. "É muito importante para mim escrever algo sobre isso."
Essa caçada pelo novo fez Grace (Merle Dandridge) largar a família (mais uma vez) e o púlpito para retomar a carreira de jornalista, depois de receber uma proposta de emprego em Nova York. Sem dar muitos detalhes, o produtor comentou que Grace "estará, de alguma forma, na nova história. Como? Ainda estamos pensando nisso".
Acompanhá-la em uma cidade grande, com a sobrinha Zora (Lovie Simone) por lá, seria interessante. Só que o destino de carismática pregadora teria de ser mais do que apenas uma jornalista, para que possa fazer sentido ela ocupar o posto de protagonista. Para tanto, Wright chegou a compará-la com Oprah Winfrey, famosa apresentadora que fundou o canal OWN, no qual Greenleaf foi exibida nos EUA.
"Antes de mais nada, Grace precisa achar o seu espaço, abraçar o seu destino", explicou. "E não é na igreja. Eu vejo Grace mais como Oprah, uma pessoa capaz de achar seu lugar na cultura pop, com carisma para liderar um movimento secular."
Merle Dandridge foi uma das âncoras de Greenleaf durante as cinco temporadas; vem mais aí?
Basicamente, o filhote de Greenleaf pode ter a cara de Lady Mae, o que não seria uma mudança muito drástica de tudo o que o fã do drama viu até agora, com a série ainda ambientada em Memphis e com uma megaigreja evangélica no centro de tudo. Só que desta vez o templo teria uma mulher no comando, com um desejo ímpar dentro de si um desejo de pregar o evangelho e liderar.
Por outro lado, Grace como protagonista exigiria dos roteiristas uma ousadia maior, característica de Greenleaf. O pano de fundo seria outro (Nova York) e com uma mistura do cristianismo com o mundo secular, encontro que atualmente rende os debates mais acalorados no protestantismo, tanto americano como brasileiro.
Uma das duas deve comandar o spin-off, a não ser que haja uma grande surpresa. O restante do núcleo deverá continuar na órbita das personagens mais fortes. Jacob (Lamman Rucker), filho mais velho de Lady Mae, ainda tem um chamado de pastor e pode se envolver em um triângulo amoroso depois de oficializar seu divórcio com Kerissa (Kim Hawthorne).
A caçula Charity (Deborah Joy Winans), aquela que sempre se achou a mais desaplaudida da família, deu uma reviravolta na quinta temporada e voltou a jogar a favor de quem é sangue do seu sangue. Líder de louvor mas sedenta em pregar a Palavra, ela pode entrar em uma nova igreja, quem sabe em uma mais antenada com os acontecimentos do mundo atual, adepta a debater racismo, inclusão de pessoas do mesmo sexo na nos templos e ajuda aos mais necessitados, por exemplo.
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