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ESTEVAM AVELLAR/TV GLOBO
O ator mirim João Pedro Azevedo vive Anatoli em Desalma, série sobrenatural do Globoplay
Quem assistir à série Desalma, que estreia no Globoplay no dia 22, certamente perceberá uma atmosfera similar à de Dark (2017-2020), produção que fez sucesso na Netflix. As comparações não são por acaso: a plataforma de streaming da Globo contratou o sonoplasta Alexander Würtz, que também cuidou do envolvente áudio do drama temporal alemão.
Desalma conta uma história sobrenatural que se passa em Brígida, um pequeno vilarejo gelado tomado por imigrantes ucranianos no sul do Brasil. A autora Ana Paula Maia não quer assustar com imagens de violência ou de demônios, mas o público deve passar muito medo com rituais macabros, bruxaria e cenas de silêncio aterrorizantes.
Para construir esse suspense sem apelar para sustos fáceis, a sonoplastia e a trilha sonora se tornam peças essenciais. Sons e ruídos ajudam a imprimir um universo misterioso. E é aí que Würtz empresta toda a experiência adquirida em Dark e em filmes como O Vale Sombrio (2014) e Selvagem (2018).
"O convite para ser um consultor criativo de uma série dramática sobrenatural foi muito emocionante, porque o desafio era priorizar cenas-chave. Analisamos como podíamos transpor e destacar sequências importantes e implementá-las em um design de som criativo", pontua o sonoplasta.
Würtz defende que um dos diferenciais de Desalma é a combinação de eventos realistas e surreais. "Projetamos alguns momentos abstratos e sons característicos, por exemplo, os flashbacks de Anatoli [João Pedro Azevedo], para sublinhar a importância de várias cenas. A música é bem composta e posicionada --é por isso que foi mais fácil criar e implementar design de som para sequências dramatúrgicas importantes."
Estreante em produções brasileiras, o alemão destaca a parceria com o diretor artístico da série, Carlos Manga Jr., o Manguinha. "Ele sabe exatamente o que quer ouvir, o que também foi essencial", valoriza.
Na trilha sonora, bandas ucranianas contemporâneas como DakhaBrakha, que utiliza instrumentos tradicionais para dar uma roupagem atual ao seu som. Cânticos do país do leste europeu também têm espaço --um deles, Plyve Kacha (O Pato Nada, em tradução literal), é entoado pela atriz Bela Leindecker, que vive a Natasha na série.
Em uma pegada mais popular, a banda Sepultura aparece com um cover de Tainted Love, que fez sucesso na década de 1980 com o Soft Cell. O cantor Dan Torres, prata da casa na Globo (ele foi revelado na terceira edição do reality Fama), regravou Gravedigger, de Dave Matthews. A ideia, segundo Manguinha, é fugir do óbvio.
"Usamos uma sonoridade que contrasta com a atmosfera do leste europeu que temos em relação à fotografia e composição de quadro. Por exemplo, a sonoridade do teclado dá um tempero pop em cima de uma imagem em que teoricamente você esperaria ouvir um violino. Assim, a gente pode usar o violino em momentos específicos", diz o diretor artístico.
estevam avellar/tv globo
Cassia Kis vive a bruxa Haia em Desalma
Com cenas gravadas em colônias ucranianas no Rio Grande do Sul, nas cidades de Antonio Prado e São Francisco de Paula, Desalma tem uma história principal que gira em torno de três mulheres.
Haia (Cassia Kis) é a "bruxona" da trama. Há 30 anos, a filha dela desapareceu durante uma festa pagã ligada aos ritos de fertilidade. O evento foi banido da cidade, mas agora voltará a acontecer. Após o anúncio, outras coisas sombrias e atividades paranormais começam a ocorrer na cidade.
Ignes (Cláudia Abreu) acredita que sua casa é assombrada e seu filho, Anatoli, foi dominado por forças ocultas. Só que, por ela ter desequilíbrios psicológicos e emocionais, não é levada a sério por ninguém.
Já Giovana (Maria Ribeiro) é uma mulher que se mudou recentemente para a cidade e que também nota anormalidades em Brígida e passa a desconfiar e investigar as circunstâncias do vilarejo misterioso.
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