SHEA WHIGHAM
Divulgação/Starzplay
Shea Whigham em cena de Gaslit; nova série do Starzplay estreou no domingo (24)
Nova série do Starzplay, Gaslit reconta o famoso caso do escândalo Watergate, um dos mais importantes capítulos da política dos Estados Unidos. Para Shea Whigham, que interpreta o ex-agente do FBI G. Gordon Liddy (1930-2021), a atração tem semelhanças com o Brasil do governo de Jair Bolsonaro.
Um dos mentores da operação corrupta que originou o caso Watergate, Liddy fazia parte de um grupo de idealistas devotos ao ex-presidente Richard Nixon (1913-1994). Na ocasião, membros do Partido Republicano que trabalhavam pela reeleição do então mandatário invadiram escritórios do Partido Democrata para implantar escutas que ajudassem na campanha.
O grupo foi descoberto e acabou dando início a uma investigação que revelou espionagem política por parte da equipe de Nixon. Com a popularidade em baixa e as autoridades pressionando, ele precisou renunciar ao cargo.
Em entrevista exclusiva ao Notícias da TV, Whigham disse ver no atual momento político do Brasil, que há anos se encontra polarizado em apenas dois lados, um motivo para a audiência se conectar com a trama de Gaslit.
"Eu sei que o que vocês estão passando neste momento em relação à política local. Acho que as pessoas vão olhar para a série e conseguir se relacionar com o [caso] Watergate por conta disso", pontuou o ator. "Sem querer tornar isso muito político, é simplesmente uma boa história. E tem Julia Roberts, do que mais você precisa?"
Por Gaslit tratar de um caso notório e conhecido mundialmente, Whigham, a princípio, não se interessou pelo projeto. Na visão do ator, a história do Watergate foi contada e recontada inúmeras vezes em filmes e documentários nos últimos 50 anos. O que, então, o fez se interessar pela trama da série?
Eu queria contar o lado humano dessa história. Acho que nós conseguimos um equilíbrio perfeito. Quando ela está muito pesada, surgem cenas leves. Mesmo com Liddy, quando você pensa que ele está prestes a matar alguém, vem uma sequência linda entre ele e seu filho. Acho que este equilíbrio e o humor tornam a série fantástica.
Além da possibilidade de explorar a humanidade dos envolvidos com o Watergate, o ator viu na parceria com Julia Roberts e Sean Penn, que interpretam os protagonistas Martha e John Mitchell, outro grande atrativo de Gaslit.
Ao explorar a carreira e vida pessoal de Liddy, Whigham admitiu ter se impressionado com o que descobriu. Com meses de preparação para o papel, o ator disse que, para encontrar a humanidade almejada em uma personalidade conhecida por ser estressada e corrupta, precisou pesquisar a fundo e descobrir o ser humano por trás de tudo.
"É interessante porque tudo o que nós conhecemos sobre Liddy são as polêmicas. Sua intensidade, o medo de relâmpagos. Quando eu aceitei o papel, sabia que deveria encontrar o ser humano. O que me perguntei primeiro foi: 'Há alguma coisa honrável em Gordon Liddy?'. E acho que, além da família, era o fato de ele não falar. Ele estava disposto a passar 23 anos em uma prisão de segurança máxima por acreditar em sua causa", detalhou.
Questionado pela reportagem sobre como a política dos EUA mudou nos 50 anos que separam o caso Watergate de 2022, Whigham confessou não ver grandes transformações. Para ele, qualquer político que esteja no poder tem a crença de que está fazendo coisas para o bem maior.
"Acho que a política é cíclica e, para todo mundo, em sua própria visão, eles estão fazendo o melhor que podem. Liddy, por exemplo, é um homem que luta pela causa. E nessa causa, eu consigo racionalizar qualquer coisa", acrescentou.
No fim do dia, Liddy só queria ser reconhecido por Richard Nixon. Ele queria ser levado ao Salão Oval e que Nixon retirasse todos da sala para dizer: 'Gordon, você é um gênio. Você é o cara'. Acima de tudo, Liddy é um cara inseguro. Se você analisar por esse lado, você encontra um ser humano no meio de toda essa idiotice.
Com oito episódios, Gaslit estreou no Starzplay no domingo (24). Assista ao trailer abaixo:
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